segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O amigo Alemão



“ Ignorando o piloto, Steinhoff foi em disparada para trás da asa e lutou nervosamente com o nicho do rádio, na parte da fuselagem em que era pintada a cruz preta e onde o kit de primeiros socorros ficava guardado. Ele abriu o nicho do rádio e se contorceu até conseguir entrar no compartimento do piloto. Depois de muita luta Steinhoff puxou um homem para fora do avião – pelos pés.

     O homem abraçou Steinhoff, caiu no chão e beijou a terra. Conforme as hélices de outros caças iam parando, Steinhoff correu até outro avião, arrancou o nicho do rádio e libertou outro homem de dentro da cabine, enquanto o piloto deixava tombar por cima dos comandos, exausto.

    Os pilotos de Steinhoff tinham deixado para trás, na África, ferramentas, munição e peças de reposição, mas não haviam abandonado seus mecânicos. (...)
   (...) eles tinham voado baixo até a Sicília, perto das ondas. Alguns 109s haviam sido abatidos ao longo da travessia, cada explosão custando duas vidas, pois os pilotos bravamente permaneceram nos aviões em vez de saltarem e abandonarem os mecânicos em seu interior. Apenas quarenta aviões do JG-77 conseguiram sair do continente negro.”









 TITULO:  O amigo alemão
  
 AUTOR: Adam Makos e  Larry Alexander
  
 EDITORA: Geração
  
 PAG.: 400

   






Sobre os autores:

      Adam Makos – Jornalista , historiador e escritor. Inspirado pelas histórias de seus avós sobre a segunda guerra, já entrevistou dezenas de veteranos, o que lhe rendeu trabalhos premiados e altamente elogiados pela crítica internacional.
      Larry Alexander – Jornalista e historiador militar, autor de uma série de livros sobre o tema. Ficou mundialmente conhecido quando sua obra “Bando f Brothers” foi transformada em mini série.

  Sobre a obra:

      Qualquer coisa que tente se descrever sobre este livro não chegará nem perto da riqueza humana que esta obra contém. O livro fala de pessoas, seres humanos que por acaso do destino participavam de uma guerra em lados opostos. Mas este mesmo destino os colocou em uma situação que mudou a vida deles para sempre.

     A obra é uma história real, ocorrida em 1943, quando um bombardeiro B-17 muito avariado, desgarrado de sua formação, esperava a morte certa. Em pleno céu da Europa ocupada a B-17 se arrastava para sair dali quando um caça alemão um ME-109 o alcançou. 


   Mas o que ocorre neste encontro vai desafiar toda a lógica da guerra. A história toda foi tão surreal que só veio à tona nos anos 80.

 

   
   O piloto Alemão, Franz Stigler, um ás e experiente piloto, ao deparar-se com a B-17 de Charlie Brown naquelas condições aflorou todo o ser humano que existia nele e guiou o B-17 em uma passagem segura pela ‘barreira do Atlântico’ e deu-lhe o rumo de casa. Esta simples atitude nos revela que apesar de toda a atrocidade da guerra, o espírito humano pode brilhar mais forte.


  








   Mas não bastasse aquele furtivo encontro em 1943, Franz e Charlie, que nunca haviam se conhecido pessoalmente, mais de 40 anos depois apertaram as mãos. Um encontro emocionante que com certeza vai levar as lágrimas, como a mim levou.











  CONCLUSÃO
     Esta obra é muito mais que uma história deste encontro. O livro conta toda a trajetória de vida destes dois pilotos durante toda a guerra.


    Uma verdadeira fonte de informação obre a formação dos pilotos alemães antes da guerra. Incrível relato dos pilotos que lutaram na frente Africana. Todo o desenrolar da guerra, o código de éticas do piloto Alemão e sua honra.



   Mais que uma história de guerra e guerreiros, uma história de homens que acreditavam e defendiam seu país e seu povo acima de tudo. O livro desconstrói aquela visão propagada pelos filmes, no qual os pilotos Alemães são mostrados sempre com rosto fechado, frios e calculistas. São humanos, claro, com sentimentos e emoções como qualquer um.


   Um livro necessário para qualquer um que estuda o período e gosta do tema. 

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