segunda-feira, 4 de junho de 2012

“A exceção de uma batalha perdida não há nada mais triste que uma batalha ganha “– Duque de Wellington (1769-1852)



A  guerra é a maior tragédia que o homem pode enfrentar. Diante de tantas tragédias: Fome, doenças e desastres naturais. A guerra em suas dimensões atuais pode facilmente ceifar toda uma parcela da humanidade.
 Sem dúvidas a Segunda Guerra Mundial, com mais de 40 milhões de mortos e um envolvimento sem precedentes na história do mundo, de quase todas as nações, é ainda hoje alvo de estudos, descobertas, revelações, teorias...
 Já li muitos livros sobre o conflito. Mas nenhum deles trás uma narrativa tão humana e cativante como este:
TITULO: Batalhas Ganhas e Perdidas
AUTOR: Hanson W. Baldwin
EDITORA: Bibliex
 PAG: 454
  Você já deve estar imaginando toda uma narrativa ao estilo rígido do militar. Com sua frieza de análise, no qual “as perdas são inevitáveis”. Negativo! Hanson W. Baldwin, era editorialista do New York Times quando escreveu este livro. Nas palavras do próprio: “ (...) Com a finalidade de tornar a história legível, interessante, viável e precisa.”
  Este livro eu comprei pelos idos de 1993, na própria Bibliex. É uma edição de 1978. Confesso que já esta bem “batida”. Já devo o ter relido umas 4 ou 5 vezes. Graças ao estilo jornalístico, fora fácil para mim, na época com meus 15 anos, compreender em um sentido humano, a segunda guerra mundial. E digo por que, aliado aos demais livros que já “destrinchava” sobre o assunto, consegui com a ajuda deste livro,  montar todos os aspectos do conflito, que já havia lido em outros livros, tais como: estratégias, armas, tropas, líderes e batalhas. Sabendo-os alocar nos momentos decisivos e entendendo-os como fatores críticos. E para minha grande surpresa, quando tinha 16 anos, meu Professor de história, grande Sérgio Trajano, me convidou para dar uma “palestra” sobre o tema, em uma turma de pré-vestibular.
 Mas voltando ao livro. Baldwin inicia seus capítulos sempre com uma data específica. Pode não parecer, mas esta referência temporal ajuda muito, principalmente após os EUA entrarem no conflito e então teremos eventos ocorrendo no Pacífico e na Europa, no mesmo instante.
  O primeiro capítulo é simplesmente triunfal. Intitulado “Queremos a Guerra”, inicia no sugestivo 31 de agosto, o ultimo dia de paz no mundo. Baldwin descreve, contando nas horas, todo o desenrolar de eventos que culminam com o inicio da Segunda Guerra mundial:
 O ultimo dia de paz – 31 de Agosto
Berlin – 1 hora
 (...) à 00:30 – meia hora depois da meia noite – a Chancelaria do Reich transmitiu a palavra código para a execução do caso branco – o ataque contra a Polônia.
(...)
 Berlim – 9 horas
 O embaixador italiano em Berlin, Bernardo Attolico, avisa a Roma que a situação é desesperadora... a guerra dentro de poucas horas”
(...)
 Oslo
 Os representantes das potências escandinavas – Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia – expelem a “habitual” declaração de neutralidade.
(...) Às 4:40 do dia 1° de Setembro de 1939, a luftwaffe bombardeia os aeroportos poloneses no país inteiro; (...)”

Em alguns capítulos o autor faz, ao final, um Retrospecto, crítica ou uma Síntese da batalha. Percebe-se uma neutralidade até utópica, nas avaliações dadas aos dois lados beligerantes. E isto torna, ao meu ver, o livro, um livro único.
 Eu jamais li, em outro livro, de uma forma tão “nua” a Campanha da Sicília. Se não me engano é o segundo maior capítulo no livro. E merece de fato uma atenção, pois para quem estuda o conflito, assim como eu, chega-se, em determinado momento, a se questionar sobre o por que da campanha na Sicília? E subsequentemente a Itália. Seria justificado como uma “areia nos olhos”, para desviar a atenção da Normandia. Seria? Mas com a quantidade de forças envolvidas, recursos e riscos, estas justificativa não são suficiente.
 Baldwin escolheu 11 batalhas, obviamente as mais importantes dentro do conflito. Este é um livro para todos os interessados sobre o tema. Mesmo que você esteja querendo começar a ingressar no tema hoje, ou se você já leu bastante coisa sobre o assunto. É um livro essencial. Eu digo isto a você por experiência própria. A forma como Baldwin, brilhantemente desenrola os acontecimentos, acaba servindo como uma “argamassa” que vai unir as demais informações, sobre o conflito, que você vier a buscar ou que já tenha previamente.
Para saber mais.
 Poderia indicar uma Pá de outros livros sobre o conflito, inclusive um já postado aqui, o ”Senta a Pua”. Mas vou deixar aqui apenas um, que falarei em um post futuro.
II Guerra - Momentos criticos. De autoria do nosso correspondente de guerra, Joel Silveira.


 Boa leitura.

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