“A
história dos reformadores é inspiradora e merece ser visitada em detalhes. A
Igreja cristã da Idade Média havia se corrompido de tal maneira que muitos dos
ensinamentos da Bíblia haviam sido totalmente distorcidos. É nesse contexto que
surgem reformadores dispostos a sacrificar a própria vida para que a realidade
fosse transformada. Com uma combinação única de relatos históricos e
comentários teológicos, História da
Reforma, de Carter
Lindberg, traça um panorama dos acontecimentos que levaram à Reforma Protestante
e dos efeitos que repercutiram desde então.”
TITULO: História da
reforma
AUTOR: Carter
Lindberg
EDITORA: Thomas
Nelson
PAG: 574
Uma edição em belíssimo acabamento em capa dura. Lançado ano passado junto a outros dois livros, um sobre a Teologia da reforma e outro com o título “A primeira dama da reforma”.
Estudar a reforma é estudar o processo de
formação do mundo que vivemos hoje. Nas palavras de Heiko Oberman: “Sem os reformadores, não haveria reforma.
Fatores sociais e políticos guiaram, aceleraram (e também impediram) a
divulgação e os efeitos públicos da pregação protestante. Entretanto, em uma pesquisa
da época como um todo, não podemos superestimá-los, vendo-os como causa da
reforma, nem como sua precondição fundamental.”
A narrativa empregada por Lindberg nesta
obra, consegue retratar a Reforma de uma forma ampla. Mostrando todos os
aspectos como Sociedade, religião, economia, política e personagens são
reunidos para construir esta narrativa sobre um dos maiores acontecimentos da
história do cristianismo e do mundo. É importante salientar que todo a base no
qual a reforma irá se apoiar é a religiosidade da idade média.
Para quem não
lembra, ou não conhece a história, vamos a um pequeno resumo.
Com a formação
das monárquicas, que dominava a Europa, desde o final da Idade Média, a relação
entre reis e Igreja começa a ficar em constante risco. Até este momento, a
Igreja Católica centralizava o domínio espiritual sobre a população e do poder
político-administrativo dos reinos fragmentados que foram a marca do período
feudal.
A Igreja – que possuía grandes extensões de
terra - recebia tributos feudais. Com o fortalecimento do Estado Nacional,
período Absolutista, essa prática passou a ser questionada pelos monarcas que
desejavam reter estes impostos no seu reino.
Do
outro lado da moeda tínhamos uma Burguesia em ascensão e os camponeses, que
também estavam descontentes com a Igreja.
Na Alemanha, os
mosteiros e bispados possuíam imensas propriedades. Muitas vezes, os bispos e
os abades viviam às custas dos trabalhadores da cidade e dos campos.
A Igreja condenava a cobrança de juros por
empréstimos, considerada pecado, e defendia a comercialização sem lucro, o
chamado "justo preço". Isto reduzia o poder de investimentos da
burguesia mercantil e manufatureira.
O clero fazia uso
da sua autoridade para obter privilégios, a Simonia, que é a venda de cargos da
Igreja, era uma prática comum desde a Idade Média. Porém o maior escândalo Era a
venda de indulgências, isto é, o perdão dos pecados em troca de pagamento em
dinheiro a religiosos.
Muitos acham que Lutero foi o grande
idealizador das ideias e dos ideais que levaram a reforma. Mas já nos séculos
14 e 15 alguns movimentos esporádicos de protestos surgiram e alguns líderes
foram chamados posteriormente de pré-reformadores: João Wycliff (1325-1384),
João Huss (~1372-1415) e Jerônimo Savonarola (1452-1498). Estes críticos pré reformadores combaterem
irregularidades e imoralidades do clero, (condenar superstições, peregrinações,
veneração de santos, celibato, venda de indulgencias e até as pretensões papais).
Mas assim como Lutero, estes movimentos não pretendiam romper com a Igreja e
sim fazer uma reforma no sistema.
Neste livro acompanhamos toda a trajetória de
Lutero e de seus seguidores. Muitos até desconhecidos do público em geral.
Calvino
Um exemplo disso foi Ulrico Zwínglio
(1484-1531), reformador da Suíça, no movimento conhecido como “segunda Reforma”
que deu origem às Igrejas Reformadas na Suíça alemã e no sul da Alemanha,
promovendo mudanças mais radicais que os luteranos.
Os reformadores radicais ou Anabatistas
(rebatizadores), geraram o terceiro movimento reformado, em Zurique, Suíça,
sendo mais fanáticos, entusiastas e radicais. Os anabatistas defenderam a
separação completa entre igreja e estado.
Mas não vou estragar as surpresas da obra.
Leitura obrigatória para Historiadores, Teólogos e estudantes do período.
Uma fonte rica de informações.
Boa leitura.