quarta-feira, 14 de novembro de 2018

História da Reforma



 A história dos reformadores é inspiradora e merece ser visitada em detalhes. A Igreja cristã da Idade Média havia se corrompido de tal maneira que muitos dos ensinamentos da Bíblia haviam sido totalmente distorcidos. É nesse contexto que surgem reformadores dispostos a sacrificar a própria vida para que a realidade fosse transformada. Com uma combinação única de relatos históricos e comentários teológicos, História da Reforma, de Carter Lindberg, traça um panorama dos acontecimentos que levaram à Reforma Protestante e dos efeitos que repercutiram desde então.”





 
TITULO: História da reforma

AUTOR: Carter Lindberg

EDITORA: Thomas Nelson

PAG: 574







             
   Uma edição em belíssimo acabamento em capa dura. Lançado ano passado junto a outros dois livros, um sobre a Teologia da reforma e outro com o título “A primeira dama da reforma”.

  Estudar a reforma é estudar o processo de formação do mundo que vivemos hoje. Nas palavras de Heiko Oberman: “Sem os reformadores, não haveria reforma. Fatores sociais e políticos guiaram, aceleraram (e também impediram) a divulgação e os efeitos públicos da pregação protestante. Entretanto, em uma pesquisa da época como um todo, não podemos superestimá-los, vendo-os como causa da reforma, nem como sua precondição fundamental.” 


  A narrativa empregada por Lindberg nesta obra, consegue retratar a Reforma de uma forma ampla. Mostrando todos os aspectos como Sociedade, religião, economia, política e personagens são reunidos para construir esta narrativa sobre um dos maiores acontecimentos da história do cristianismo e do mundo. É importante salientar que todo a base no qual a reforma irá se apoiar é a religiosidade da idade média.

  Para quem não lembra, ou não conhece a história, vamos a um pequeno resumo.

  Com a formação das monárquicas, que dominava a Europa, desde o final da Idade Média, a relação entre reis e Igreja começa a ficar em constante risco. Até este momento, a Igreja Católica centralizava o domínio espiritual sobre a população e do poder político-administrativo dos reinos fragmentados que foram a marca do período feudal.

 A Igreja – que possuía grandes extensões de terra - recebia tributos feudais. Com o fortalecimento do Estado Nacional, período Absolutista, essa prática passou a ser questionada pelos monarcas que desejavam reter estes impostos no seu reino.
Do outro lado da moeda tínhamos uma Burguesia em ascensão e os camponeses, que também estavam descontentes com a Igreja.

  Na Alemanha, os mosteiros e bispados possuíam imensas propriedades. Muitas vezes, os bispos e os abades viviam às custas dos trabalhadores da cidade e dos campos.

 A Igreja condenava a cobrança de juros por empréstimos, considerada pecado, e defendia a comercialização sem lucro, o chamado "justo preço". Isto reduzia o poder de investimentos da burguesia mercantil e manufatureira.

  O clero fazia uso da sua autoridade para obter privilégios, a Simonia, que é a venda de cargos da Igreja, era uma prática comum desde a Idade Média. Porém o maior escândalo Era a venda de indulgências, isto é, o perdão dos pecados em troca de pagamento em dinheiro a religiosos.



  Muitos acham que Lutero foi o grande idealizador das ideias e dos ideais que levaram a reforma. Mas já nos séculos 14 e 15 alguns movimentos esporádicos de protestos surgiram e alguns líderes foram chamados posteriormente de pré-reformadores: João Wycliff (1325-1384), João Huss (~1372-1415) e Jerônimo Savonarola (1452-1498).   Estes críticos pré reformadores combaterem irregularidades e imoralidades do clero, (condenar superstições, peregrinações, veneração de santos, celibato, venda de indulgencias e até as pretensões papais). Mas assim como Lutero, estes movimentos não pretendiam romper com a Igreja e sim fazer uma reforma no sistema.

  Neste livro acompanhamos toda a trajetória de Lutero e de seus seguidores. Muitos até desconhecidos do público em geral.


                           Calvino

  Um exemplo disso foi Ulrico Zwínglio (1484-1531), reformador da Suíça, no movimento conhecido como “segunda Reforma” que deu origem às Igrejas Reformadas na Suíça alemã e no sul da Alemanha, promovendo mudanças mais radicais que os luteranos.

  Os reformadores radicais ou Anabatistas (rebatizadores), geraram o terceiro movimento reformado, em Zurique, Suíça, sendo mais fanáticos, entusiastas e radicais. Os anabatistas defenderam a separação completa entre igreja e estado.


 Mas não vou estragar as surpresas da obra. Leitura obrigatória para Historiadores, Teólogos e estudantes do período.

 Uma fonte rica de informações.

 Boa leitura.


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