domingo, 24 de março de 2013

A revolução dos Bichos





 Alguns livros tem a capacidade de atravessar gerações e ainda manter sua mensagem bem atual.

 Infelizmente a nova geração acha que não deve ser lido, pois não deve trazer nada de novo. Mas só se enganam quem assim pensa. 


 TITULO: A revolução dos bichos
 AUTOR: George Orwell
 PAG: 46


 “George Orwell foi um libertário. "A Revolução dos Bichos", em suas metáforas, revela uma aversão a toda espécie de autoritarismo, seja ele familiar, comunitário, estatal, capitalista ou comunista. A obra é de uma genial atualidade. Apesar de tudo o que alguns poucos homens já fizeram e lutaram, ainda estamos e vivemos sob os que insistem em dominar aquém da ética e além da lei. Sejamos diligentes, a luta continua. Um dia conseguiremos distinguir a diferença entre porcos e homens.”
Nélson Jahr Garcia

 Em minhas reviradas pela internet para baixar um bom livro no Tablet, enquanto esperava meu vôo, acabei achando este clássico. Um livro bem interessante. Apesar das idéias serem bem tendenciosas ao comunismo, alguns dos idealismos apresentados por vezes me pareceram tão atuais que poderia jurar que ouvira algo parecido nos “horários gratuitos”


 O livro narra em linhas gerais, uma história de corrupção e traição. Para tal recorre a figuras de animais para retratar as fraquezas humanas e demolir a "utopia comunista" proposto pela Rússia na época de Stalin. A revolta dos animais da quinta contra os humanos é liderada pelos porcos Bola-de-Neve (Snowball) e Napoleão (Napoleon). Os animais tentam criar uma sociedade utópica, porém Napoleão, seduzido pelo poder, afasta Bola-de-Neve e estabelece uma ditadura tão corrupta quanto a sociedade de humanos. 

 Pesquisando um pouco, soube que o autor, era um social-democrata e membro do Partido Trabalhista Independente, a obra é uma sátira à política stalinista que, segundo sua a visão do autor e de muitos de seus contemporâneos, teria traído os princípios da revolução russa de 1917.



 "O Homem é a única criatura que consome sem produzir. Não dá leite, não põe ovos, é fraco demais para puxar o arado, não corre o suficiente para alcançar uma lebre. Mesmo assim, é o senhor de todos os animais. Põe-nos a trabalhar, dá-nos de volta o mínimo para evitar a inanição e fica com o restante. Nosso trabalho amanha o solo, nosso estrume o fertiliza e, no entanto, nenhum de nós possui mais do que a própria pele. As vacas, que aqui vejo à minha frente, quantos litros de leite terão produzido este ano? E que aconteceu a esse leite, que deveria estar alimentando robustos bezerrinhos? Desceu pela garganta dos nossos inimigos. E as galinhas, quanto ovos puseram este ano, e quantos se transformaram em pintinhos? Os restantes foram para o mercado, fazer dinheiro para Jones e seus homens. E você, Quitéria, diga-me onde estão os quatro potrinhos que deveriam ser o apoio e o prazer da sua velhice? Foram vendidos com a idade de um ano - nunca você tornará a vê-los. Como paga pelos seus quatro partos e por todo o seu trabalho no campo, que recebeu você, além de ração e baia?(...)”
(...)
  "Não está, pois, claro como água, camaradas, que todos os males da nossa existência têm origem na tirania dos seres humanos? Basta que nos livremos do Homem para que o produto de nosso trabalho seja somente nosso. Praticamente, da noite para o dia, poderíamos nos tornar ricos e livres. Que fazer, ? Trabalhar dia e noite, de corpo e alma, para a derrubada do gênero humano. Esta é a mensagem eu vos trago, camaradas: Revolução! Não sei quando sairá esta Revolução, pode ser daqui a uma semana, ou daqui a um século, mas uma coisa eu sei, tão certo quanto o ter eu palha sob meus pés: mais cedo ou mais tarde, justiça será feita. Fixai camaradas isso, para o resto de vossas curtas vidas! E, sobretudo, transmiti esta minha mensagem aos que virão depois de vós, para que as futuras gerações prossigam na luta, até a vitória.
"E lembrai-vos, camaradas, jamais deixai fraquejar vossa decisão. Nenhum argumento poderá deter-vos. Fechai os ouvidos quando vos disserem que o Homem e os animais têm interesses comuns, que a prosperidade de um é a prosperidade dos outros. É tudo mentira. O Homem não busca interesses que não os dele próprio. Que haja entre nós, uma perfeita unidade, uma perfeita camaradagem na luta. Todos os homens são inimigos, todos os animais são camaradas."

  Por fim, os cabeças da revolução, os porcos, adotam uma postura que corrompe todo o ideal da revolução. Pois agora os porcos andavam sobre as duas patas traseiras. No final, os animais, ao olhar para dentro da casa antes pertencente ao dono da fazenda, o Sr° Jones e onde os porcos agora vivem em considerável luxo em relação aos demais animais, vêem os porcos jogando carteado com Frederick e Pilkington, senhores das granjas vizinhas, e celebrando a prosperidade econômica que seus acordos proporcionam para suas quintas. Numa visão confusa, os animais então já não conseguem mais distinguir os porcos dos homens.

 Nada diferente do que vemos hoje em dia, não é mesmo?
 Vale a pena dar uma lida.
 Boa leitura.

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