“A recuperação da idade
das trevas marcou o verdadeiro inicio da Era dos Impérios. A sucessão mais ou
menos contínua de impérios, que se estendeu do século VIII a.c. até o século
VIII d.c., testemunhou a origem e a queda de algumas das sociedades mais
complexas de que temos notícia. Por todas as partes do oriente próximo, assim
como o mediterrâneo oriental e ocidental, grandes mudanças no fim dos séculos
IX e VIII a.c. anunciaram alguns novos e importantes acontecimentos”
TITULO:
Impérios Antigos – Da Mesopotâmia à
origem do Islã
AUTOR: Eric H. Cline e Mark W. Graham
EDITORA: Madras
PAG.: 447
Este
livro foi editado originalmente em 2011. Já em 2012 a Madras editora adquiriu o
direito pela tradução e publicação da obra no Brasil. Ótimo trabalho editorial
da Madras. A capa da edição nacional ficou mais bonita que a original em Inglês.
Se pudesse recomendaria a Madras que fizesse uma edição de luxo, com capa dura
e papel de alta gramatura. Esta é uma obra para ser lida e consultada diversas
vezes.
A presente obra não é um livro didático,
no que esta temática leva a entender. Tão pouco é um livro “de cabeceira”. Este
é um livro para pesquisa, para enriquecimento do conhecimento. Para os
estudantes de História este é um livro que não pode faltar em sua biblioteca.
Os autores conseguem promover uma abordagem crítica / problemática entre os poderes políticos e ideológicos além
das inter-relações entre as forças ideológicas, econômicas, militares e
políticas. Esta inter-relação que inclusive não é uma problematização dos
autores e sim do Sociólogo Californiano Michael Mann.
O livro é dividido em 14 capítulos. Estes
capítulos estão subdivididos em importantes problematizações referentes aos
períodos citados.
Gostaria de destacar o capítulo 12 – Crise e Recuperação Imperial. Este é um capítulo
dedicado a crise do século 3. As subdivisões deste capítulo são:
A “Crise do século III”
O advento do Cristianismo
O dominato: O Cosmos restaurado
São quase 30 páginas destinadas e descrever todo
este processo que vai levar a desagregação do Império Romano.
A geração do século XXI deve entender a história não como nós, ou os nossos pais aprenderam. História não é 'certinha', recortadinha. História é complexa. História são processos, inter-relações. É desta forma que a nossa história deve ser compreendida.
“Traz uma síntese relativamente breve e,
ainda assim, bastante completa e imparcial do antigo Oriente Próximo,
Mediterrâneo e Europa, incluindo o mundo greco-romano, a Antiguidade Tardia e
os primórdios do período muçulmano. Com uma abordagem centrada e temática, o
objetivo do livro é o de incitar a discussão de um conjunto explícito de temas
baseados na leitura de fontes antigas.
Tendo um foco especial
nos impérios e no imperialismo, assim como nos modos de reação e resistência, a
obra é relevante em discussões atuais a respeito de ordem, justiça e liberdade.
O livro conclui que algumas das ideias mais duradouras do mundo antigo, de seus
sistemas de valores e instituições foram formuladas por povos que resistiram
aos grandes impérios.
A obra analisa a relação
central, e também problemática, entre o poder político e ideológico, tanto no
aspecto da formação, quanto da resistência aos impérios. As inter-relações
complexas entre as forças ideológicas, econômicas, militares e políticas são
exploradas com base em cada um dos impérios e de seus grupos de resistência.”
Uma ótima leitura.