África...
Um
continente que abriga cerca de 54 Países reconhecidos, mais uns 4 países não
reconhecidos ainda. O 3° maior continente do mundo. E o que sabemos sobre sua
história é quase nada.
Principalmente da região abaixo do Saara muito pouco se conhece. Uma das
maiores dificuldades reside no fato de que estas regiões quase não deixaram
registros escritos que sejam anteriores a chegada dos Europeus ao continente.
África, o
berço da humanidade. Os livros de história restringiram seus estudos ao Egito.
Muitos até hoje acreditam que África seja um único País. Se você viu o ultimo
filme Tarzan, “A lenda de Tarzan”, vai perceber isto. Precisamos estudar e
conhecer a história da África.
Dados da
Obra
TITULO: História da
África Anterior aos descobrimentos
AUTOR: Mário Curtis Giordani
EDITORA: Vozes
PAG.: 269
Sobre
o autor:
Mário Curtis, Gaucho, nascido em 1921, cursou
Filosofia e teologia no seminário central de São Leopoldo. Mas foi pela PUC do
Rio Grande que Mário veio a Bacharelar-se em Letras Clássicas e no ano
seguinte, já pela PUC do Rio, veio a conseguir a licenciatura na mesma cadeira.
Em 1955, um novo Bacharelado, pela Faculdade
de Niterói, em Direito.
Já foi mestre da UFF, em Filosofia. Hoje é
titular em direito Romano na Universidade Candido Mendes, RJ.
Sobre
a obra:
Na presente obra desvendamos o véu que
recobre a história deste magnífico continente. O autor nos leva a uma viagem
por este vasto continente, nos mostrando um pouco de sua riquíssima história,
seu povo, sua cultura.
O autor decidiu dividir o livro nos
seguintes temas;
Geografia;
Povos;
História dos povos;
Política e sociedade;
Economia;
Religião;
Esta divisão
facilita um pouco o entendimento da história do continente, porém, a nível
didático esta divisão ficou confusa. Porquê quando se estuda, por exemplo, o
reino do Congo, é preciso ficar pulando e indo de capítulo em capítulo para
montar o quadro geral.
O primeiro capítulo é dedicado á fonte. Desde
escritos Egípcios até os escritos deixados pelos Europeus a partir do século
XV.
“
O isolamento geográfico do continente africano, protegido por dois oceanos, um
imenso deserto e um litoral inóspito, dificultou a penetração de outros povos.
Diarra sublinha esse isolamento e suas consequências: ‘Devido a natureza maciça
e seu relevo pesado, A África ficou isolada até uma época recente. Com exceção
da África do norte, voltada para o mundo mediterrâneo, o continente permaneceu
por séculos fora das rotas do comércio. É certo que esse isolamento nunca foi
completo; mas exerceu grande influencia sobre muitas sociedades que se
desenvolveram no isolamento geográfico’. O mesmo autor lembra que o oceano
Índico ‘sempre favoreceu o contato entre a África Oriental e o sul da África’.
Essas relações limitaram-se, entretanto, ao litoral, ‘pois aos povos
navegadores da Ásia interessava mais fazer comércio do que colonizar o interior’.
Quando à parte do continente banhada pelo Atlântico, é a partir do século XV
que começa a sofrer as consequências das grandes expedições marítimas europeias.”
O livro discorre sobre o estudo dos grandes
reinos Africanos, como o Congo, a Núbia, Kush, Bantu, Monomotapa, Ghana, Mali,
Songhai, Haússas, Tekrur, Mossis, Iorubas, Benim, ...
“
Ibn Battuta que esteve na capital do Mali quando reinava o Mansa Suleyman,
assim relata uma audiência pública:’Em certos dias o imperador concede
audiência pública no pátio do palácio onde existe uma plataforma com três pés à
sombra de uma árvore. Chamam a esta plataforma pempi. É atapetada de seda e tem
coxins e por cima dela erguem um grande
guarda sol de seda que forma uma espécie de tenda. Esta é encimada pelo modelo
de uma ave em ouro do tamanho aproximado de um falcão. O imperador sai por uma
porta numa esquina do palácio transportando um arco na mão e uma aljava (de
setas) nas costas. Ele traz um elmo dourado que é preso por uma faixa de ouro
com pontas estreitas em forma de facas. Habitualmente veste uma túnica vermelha
de tecido aveludado feito na Europa.”
O Norte da África é a região mais antiga do
mundo. A civilização egípcia floresceu e inter-relacionou-se com as demais
áreas culturais do mundo mediterrâneo, motivos pelas quais essa região foi
estreitamente vinculada, há milhares de séculos, depois que a civilização ocidental
foi geralmente desenvolvida. As colônias pertencentes à Fenícia, Cartago, a
romanização, os vândalos aí fixados e o Império Bizantino influente são os
fatores pelos quais foi deixada no litoral mediterrâneo da África uma essência
da cultura que posteriormente os árabes assimilaram e modificaram. Na
civilização árabe foi encontrado um campo de importância em que foi expandida e
consolidada a cultura muçulmana no Norte da África. O Islã foi estendido pelo
Sudão, pelo Saara e pelo litoral leste. Nessa região, o Islã é a religião pela
qual foram sendo seguidas as rotas de comércio do interior da África (escravos,
ouro, penas de avestruz) e estabelecidos encraves marítimos (especiarias, seda)
no oceano Índico.
Simultaneamente, na África negra foram conhecidos
vários impérios e estados que aí floresceram. Estes impérios e estados nasceram
de grandes clãs e tribos submetidos a um só soberano poderoso com
características próprias do feudalismo e da guerra.
Entre esses impérios de
maior importância figuram o de Aksum, na Etiópia, que teve sua chegada ao
apogeu no século XIII; o de Gana, que desenvolveu-se do século V ao século XI e
os estados muçulmanos que o sucederam foram o de Mali (do século XIII ao século
XV) e o de Songhai (do século XV ao século XVI); o reino Abomey do Benim
(século XVII); e a confederação zulu do sudeste africano (século XIX).
Uma ótima leitura.