“Enquanto as diversas religiões discutem
entre si sobre qual delas detém a verdade, em nossa visão a verdade da religião
pode ser totalmente desconsiderada... Quando se tenta atribuir à religião seu
lugar na evolução do homem, ela parece ser menos uma aquisição duradoura do que
um paralelo à neurose pela qual o indivíduo civilizado tem que passar, no
caminho da infância à maturidade.”
Freud,
conferência de introdução à psicanálise (1932)
TITULO: AS FONTES
DO PARAÍSO
AUTOR: Arthur C. Clarke
EDITORA: ALEPH
PAG.: 350
Sobre
o autor:
Sir Arthur Charles Clarke, mais conhecido
como Arthur C. Clarke foi um escritor e inventor britânico radicado no Sri
Lanka, autor de obras de divulgação científica e de ficção científica como o
conto The Sentinel, que deu origem ao filme 2001:
Uma Odisséia no Espaço e o premiado Encontro
com Rama.
Talvez sua
contribuição de maior importância seja o conceito de satélite geoestacionário
como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações. Ele propôs essa
ideia em um artigo científico intitulado "Can Rocket Stations Give
Worldwide Radio Coverage?", publicado na revista Wireless World em outubro
de 1945. A órbita geoestacionária também é conhecida, desde então, como órbita
Clarke.
Para saber
mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_C._Clarke
Sobre
a obra:
Mais uma reedição da editora Aleph, do gênio
da ficção cientifica, Arthur C. Clarke. Uma editoração muito bem feita, capas
com grandes orelhas, auto relevo no nome do autor. Esta a altura desta obra.
Editada originalmente em 1979, esta obra trás o tempero especial de Clarke.
Ficção bem temperada com conceitos críveis científicos.
A história se passa em lugar chamado
Taprobana, que não existe de fato, porém, como diz o próprio autor, o leitor
facilmente identifica o lugar como o Sri Lanka. Clarke mescla um pouco da
pseudo história de Taprobana com o tempo no qual se passa a trama. Na época o ambicioso engenheiro Vannevar Morgan, que já
unira dois continentes com a Ponte Gibraltar, uma ponte que liga a Europa à África,
se propõe a construir uma nova ponte, desta vez ligando a Terra ao espaço
sideral.
O que ele não imagina, porém, é que em seu
caminho está um monastério budista, localizado sobre a única montanha na qual
seu projeto poderia ser construído. Para explicar sua escolha o autor nos
apresenta toda a teoria sobre órbita geoestacionária, que por sinal foi uma
teoria do autor na vida real.
E como se não bastasse, junto a isto a
humanidade detecta um estranho sinal de rádio, de origem não humana. Uma sonda alienígena
entra em nosso sistema solar e pela primeira vez na história, o planeta Terra é
contatado por uma raça alienígena. A sonda é na verdade uma inteligência
artificial que passa pela terra e deixa um recado, que em 200 anos seus
construtores estariam vindo.
A teoria do elevador espacial só se torna
possível com a fabricação de um fio feito de diamante produzido em gravidade
zero. Através desta tecnologia inicia-se a fabricação do elevador. A maior
parte da trama se passa durante a construção. E como uma espécie de clichê o
grande sonhador não ira viver para ver sua obra terminada.
Durante a leitura encontrei referência à Isaac Asimov, outro gênio da
ficção científica.
CONCLUSÃO
Acho
que a temática, ou a ideia principal do livro, uma vez que ele faz o paralelo
entre o passado de Taprobana e o presente, é mostrar que o homem, tanto do
presente quanto do passado, possui limitações.
Existe uma questão teológica que também
perpassa a obra, mas só arranhando a superfície.
Mas o plano de Morgan existe de verdade. O cientista russo Konstantin Tsiolkovsky
publicou, em 1895, um artigo que propunha um sistema de cabos que ligaria uma
base na Terra e uma na órbita geoestacionária. Isto permitiria que houvesse
viagens muito mais econômicas para o espaço.
Em 1966, a revista Science publica uma matéria
sobre satélites que lançariam ganchos para a terra.
A obra é incrível, apesar de alguns considerarem
a leitura arrastada. Eu não achei. Recomendo fortemente a leitura.
Merecidamente ganhador dos dois maiores prêmios da literatura de ficção
cientifica.
Boa leitura.
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