sexta-feira, 4 de novembro de 2016

As Fontes do Paraíso.

  

“Enquanto as diversas religiões discutem entre si sobre qual delas detém a verdade, em nossa visão a verdade da religião pode ser totalmente desconsiderada... Quando se tenta atribuir à religião seu lugar na evolução do homem, ela parece ser menos uma aquisição duradoura do que um paralelo à neurose pela qual o indivíduo civilizado tem que passar, no caminho da infância à maturidade.”

 Freud, conferência de introdução à psicanálise (1932)






  TITULO:  AS FONTES DO PARAÍSO

   AUTOR: Arthur C. Clarke

   EDITORA: ALEPH

   PAG.: 350









   Sobre o autor:

  Sir Arthur Charles Clarke, mais conhecido como Arthur C. Clarke foi um escritor e inventor britânico radicado no Sri Lanka, autor de obras de divulgação científica e de ficção científica como o conto The Sentinel, que deu origem ao filme 2001: Uma Odisséia no Espaço e o premiado Encontro com Rama.
  Talvez sua contribuição de maior importância seja o conceito de satélite geoestacionário como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações. Ele propôs essa ideia em um artigo científico intitulado "Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?", publicado na revista Wireless World em outubro de 1945. A órbita geoestacionária também é conhecida, desde então, como órbita Clarke.
 Para saber mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_C._Clarke


  Sobre a obra:

     Mais uma reedição da editora Aleph, do gênio da ficção cientifica, Arthur C. Clarke. Uma editoração muito bem feita, capas com grandes orelhas, auto relevo no nome do autor. Esta a altura desta obra. Editada originalmente em 1979, esta obra trás o tempero especial de Clarke. Ficção bem temperada com conceitos críveis científicos.

  A história se passa em lugar chamado Taprobana, que não existe de fato, porém, como diz o próprio autor, o leitor facilmente identifica o lugar como o Sri Lanka. Clarke mescla um pouco da pseudo história de Taprobana com o tempo no qual se passa a trama. Na época  o ambicioso engenheiro Vannevar Morgan, que já unira dois continentes com a Ponte Gibraltar, uma ponte que liga a Europa à África, se propõe a construir uma nova ponte, desta vez ligando a Terra ao espaço sideral.


  O que ele não imagina, porém, é que em seu caminho está um monastério budista, localizado sobre a única montanha na qual seu projeto poderia ser construído. Para explicar sua escolha o autor nos apresenta toda a teoria sobre órbita geoestacionária, que por sinal foi uma teoria do autor na vida real.

  E como se não bastasse, junto a isto a humanidade detecta um estranho sinal de rádio, de origem não humana. Uma sonda alienígena entra em nosso sistema solar e pela primeira vez na história, o planeta Terra é contatado por uma raça alienígena. A sonda é na verdade uma inteligência artificial que passa pela terra e deixa um recado, que em 200 anos seus construtores estariam vindo.

  A teoria do elevador espacial só se torna possível com a fabricação de um fio feito de diamante produzido em gravidade zero. Através desta tecnologia inicia-se a fabricação do elevador. A maior parte da trama se passa durante a construção. E como uma espécie de clichê o grande sonhador não ira viver para ver sua obra terminada.

   Durante a leitura encontrei referência à Isaac Asimov, outro gênio da ficção científica.

  CONCLUSÃO

   Acho que a temática, ou a ideia principal do livro, uma vez que ele faz o paralelo entre o passado de Taprobana e o presente, é mostrar que o homem, tanto do presente quanto do passado, possui limitações.

  Existe uma questão teológica que também perpassa a obra, mas só arranhando a superfície.

  Mas o plano de Morgan existe de verdade.  O cientista russo Konstantin Tsiolkovsky publicou, em 1895, um artigo que propunha um sistema de cabos que ligaria uma base na Terra e uma na órbita geoestacionária. Isto permitiria que houvesse viagens muito mais econômicas para o espaço.


 Em 1966, a revista Science publica uma matéria sobre satélites que lançariam ganchos para a terra.

  A obra é incrível, apesar de alguns considerarem a leitura arrastada. Eu não achei. Recomendo fortemente a leitura. Merecidamente ganhador dos dois maiores prêmios da literatura de ficção cientifica.

 Boa leitura.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Pesquisar este blog