TITULO: A Maquina
Diferencial
AUTOR: Willian Gibson e Bruce Sterling
EDITORA: Aleph
PAG.: 450
Sobre
os autores:
William
Ford Gibson - Escritor
américo-canadense de ficção especulativa. Chamado de "profeta noir"
do cyberpunk, um subgênero da ficção científica. Prevendo o ciberespaço, Gibson
criou uma iconografia para a era da informação antes da onipresença da internet
na década de 1990. Também é creditado a ele a previsão do surgimento da
"televisão de realidade/reality show" e de estabelecer as bases
conceituais para o rápido crescimento de ambientes virtuais como jogos e
internet. Gibson é um dos mais conhecidos escritores de ficção científica
norte-americana, "provavelmente o
mais importante romancista das duas décadas passadas". . Seu pensamento tem sido citado como uma
influência em autores de ficção científica, design, acadêmico, cibercultura e
tecnologia.
Michael Bruce Sterling - Escritor estadunidense de ficção científica, mais
conhecido por seus romances e sua obra seminal na antologia Mirrorshades, a
qual definiu o gênero cyberpunk. Em 2003 ele foi designado professor da
European Graduate School onde leciona cursos de verão intensivos sobre media e
design. Em 2005, tornou-se o "visionário residente" do Art Center
College of Design em Pasadena, Califórnia.
Fonte: Wikipédia
Sobre
a obra:
Antes de
falar sobre a obra é preciso entender o que vem a ser seu Gênero:
Cyberpunk
- Mescla ciência avançada, como as tecnologias de informação e a cibernética
junto com algum grau de desintegração ou mudança radical na ordem social. De
acordo com Lawrence Person: "Os personagens do cyberpunk clássico são
seres marginalizados, distanciados, solitários, que vivem à margem da sociedade,
geralmente em futuros distópicos onde a vida diária é impactada pela rápida
mudança tecnológica, uma atmosfera de informação computadorizada ambígua e a
modificação invasiva do corpo humano."
Steampunk
- Trata-se de obras ambientadas no passado, no qual os paradigmas tecnológicos
modernos ocorreram mais cedo do que na História real (ou em um universo com
características similares), mas foram obtidos por meio da ciência já disponível
naquela época - como, por exemplo, computadores de madeira e aviões movidos a
vapor. É um estilo normalmente associado ao futurista cyberpunk e, assim como
este, tem uma base de fãs semelhante, mas distinta.
Explicado isto, então vamos a obra:
Editado originalmente em 1991, esta obra foi
reeditada pela Aleph em 2015. Mais um belíssimo trabalho editorial da Aleph,
que por sinal gostaria de deixar um comentário sobre a editora. O livro que
adquiri veio com uma falha de encadernação, uma das folhas foi encadernada de
forma errada, sendo assim impossível ler as páginas 121 e 122. Eu mandei uma
foto no face da editora. No dia seguinte eles enviaram um e-mail solicitando
meu endereço, pois iriam enviar um outro livro em perfeito estado. Em três dias
o livro chegou. Meus agradecimentos a Aleph. Quem dera todas as empresas
tivessem este respeito com o consumidor igual teve a Aleph. Parabéns e
Obrigado. http://www.editoraaleph.com.br/
A história se passa em uma universo Steampunk,
onde a Londres do século XIX vive uma modernização cientifica avançada,
computadores à vapor são capazes de fazer mudanças enormes na sociedade. O
livro foi escrito pelos dois autores utilizando-se da ferramenta que
representava o maior avanço da época, o Computador.
E neste universo eles conseguem mesclar personagens
reais, com ficcionais de forma tão fluídica que para quem não conhece a
história poderiam passar todos por ficcionais. Interessante que até a ‘Maquina
Diferencial’ existiu de fato:
Em meados do século XIX, em plena segunda fase da
Revolução Industrial, estavam em progresso muitas tentativas de automação de
processos, com destaque para aqueles envolvendo cálculos para a composição de
tabelas trigonométricas e de logaritmos quer para o emprego na navegação, na
pesquisa científica ou na engenharia.
Algumas pessoas tentavam conceber máquinas que
executassem este tipo de cálculo, tendo sido construídos vários modelos. A
máquina mais avançada, entretanto, jamais entrou em produção: a chamada máquina
diferencial de Babbage.
Um modelo foi apresentado por Babbage, na
Inglaterra, em 1822, capaz de resolver equações polinômicas através de
diferenças entre números, e assim, de efetuar os cálculos necessários para
construir tabelas de logaritmos.
A máquina tinha a capacidade de receber dados,
processá-los, armazená-los e exibi-los. Graças a ela Babbage ficou conhecido
como o pai do computador e conseguiu apoio governamental para criar um modelo
mais complexo, o "Engenho Analítico".
Devido a problemas de engenharia e a conflitos
pessoais e políticos de Babbage, o projeto do Engenho Analítico jamais foi
concluído. ( Fonte: Wikipédia)
O Livro é dividido em cinco capítulos, ou cinco interações,
pois apesar da história não ser continuada ao longo dos capítulos, todas estão
interagindo. Ainda depois da quinta interação tem um capítulo intitulado MODUS,
que abre com uma coletânea de cartas, que são citadas durante o livro, algumas,
e bem como o desfecho da obra.
Além da alusão ao uso das maquinas a vapor,
veículos a vapor, há também a correta ambientação histórica, como a poluição do
Rio Tamisa, a questão das colônias Inglesas na África e na Ásia. A guerra da
Criméia é citação constante na obra, apesar de não citar o famoso caso da carga
de cavalaria. A questão da Guerra civil Norte Americana e o posicionamento
Inglês a favor das colônias do Sul também são bem explorados no livro.
Descrição da obra:
“Em uma versão alternativa da Inglaterra
vitoriana, a ascensão do Partido Radical trouxe mudanças impressionantes. Pelas
ruas da capital, cartolas e crinolinas misturam-se a cinétropos, gurneys e
cabriolés. O trem metropolitano e o sistema de esgotos revolucionam a rede
urbana. Tudo graças às conquistas científicas alcançadas pela Máquina: no auge
da Revolução Industrial, os avanços promovidos pela tecnologia a vapor anunciam
a era da informática. Com um século de antecedência.
Mas Londres também é uma
cidade em convulsão. O alvoroço causado pela turba desordeira assusta a
população. Além disso, uma conspiração mais sofisticada – porém não menos
perigosa – parece ameaçar a segurança e a estabilidade de todo o país. Enquanto
isso, uma misteriosa caixa com cartões perfurados é objeto de cobiça e disputa,
pois guarda um segredo estratégico, ligado a interesses nebulosos.
Acidentalmente ou não, ela cai nas mãos de diferentes personagens, mudando suas
vidas: Sybil Gerard, ex-amante de um político influente e filha de um insurreto
executado; Ada Byron, filha de Lorde Byron, então primeiro-ministro da
Inglaterra; e Edward Mallory, um respeitado cientista, descobridor do famoso
Leviatã Terrestre.”
CONCLUSÃO
Para
os amantes do gênero Ficcional, seja Cyber ou Steampunk, não vão encontrar,
nesta obra, narrativas de ações como em “Wild
Wild West”. Trata-se muito mais de uma trama política, recheada deste universo ‘cyberpunk’.
Mas, para que se tire o melhor proveito desta
leitura, eu recomendaria que antes de ler o livro, o leitor fizesse uma
preparação. Conhecer um pouco mais da História da Inglaterra no século XIX,
entre os idos de 1815 à 1880. Entender temas como a Situação do Tamisa, a
Guerra da Criméia, a questão das gangues de Londres, o Neocolonialismo Britânico...
. São todos pontos abordados neste livro e que, conhecendo-os vai tornar a
leitura muito mais enriquecedora.
Boa leitura.