sábado, 4 de novembro de 2017

Espadas Sacras. Jihad na Terra Santa - 1097-1291




“ Deus cobrará dos fieis o sacrifício de seus bens e pessoas, em troca do paraíso. Combaterão pela causa de Deus, matarão e serão mortos. É uma promessa infalível, que esta registrada no Torá, no Evangelho e no Corão. E quem é mais fiel à sua promessa do que Deus?”
Corão: Sura 9, v 111






  TITULO:  Espadas Sacras – Jihad na Terra Santa – 1097 - 1291

   AUTOR: James Waterson

   EDITORA: Madras

   PAG.: 236









   Sobre os autores:

   Graduado na escola de estudos Orientais e Africanos da Universidade de Londres. Mestrado pela Dundee. Autor de mais dois livros sobre o tema, Knights of Islam e The Ismaili Assassins.

  Sobre a obra:

      A presente obra, trazida até nós pela editora Madras, apresentada com a qualidade que já é padrão da editora, nos trás ao conhecimento o mundo Islâmico dos séculos XI ao XIII.


   
   
   O livro é uma janela aberta para podermos observar o fenômeno das cruzadas do ponto de vista do islã.





 “As invasões dos Seljúcidas na Síria começaram em 1063. Em 1077, foi feita uma tentativa de invadir o Egito e, em 1079, os turcos tinham tropas em Damasco e Jerusalém e madrasas propagando o credo sunita em Alepo, Damasco e Mossul. Durante essa incursão a oeste, quase de modo inadvertido, os turcos encontraram os bizantinos em batalha. O Sultão Alp Arslan tentou o seu melhor para negociar com o imperador bizantino, Romano Diógines e, assim, evitar o confronto. O Sultão pediu desculpas pelos excessos de seus irregulares turcomenos, mas o imperador não quis saber. Ele havia levado um exército impressionante para Anatólia e estava sob forte pressão política no império para obter uma vitória decisiva sobre os turcos. (...) Os exércitos se encontraram em um vale e, enquanto os bizantinos avançavam, os turcos simplesmente bateram em retirada. Os arqueiros turcos cavalgaram para cima e para baixo dos flancos bizantinos, despejando flechas e então fugindo, mas não havia nenhuma força em si para Romano combater.(...) O pânico que essa derrota induziu nos bizantinos começou a cadeia de eventos que levou Urbano II ao púlpito de Clermont em 1095.”

  

   


   Se você gostou do filme CRUZADA, vai encontrar neste livro a história dos eventos desenrolados no filme, a partir da página 163. Vamos conhecer Guy de Lusignam, Reinaldo de Châtillon a rainha Sibila e outros que são retratados no filme. Balião de Ibelin fora quem conduziu as defesas de Jerusalém.

   Mas, de fato, como retratado no filme, Jerusalém não era uma cidade importante para o muçulmano na idade média. Mas certo seria Saladino conquistar Tiro. Não o fazendo a deixou como base para os latinos, o que favoreceu a terceira cruzada, que vieram em resposta a queda de Jerusalém.





  CONCLUSÃO

      A vitória do Islã na Guerra Santa acabou trazendo fortes impactos. A costa da Síria fora destruída. Esta destruição foi uma mostra aos Europeus de que aquela era uma fronteira que não mais poderia ser ultrapassada. Não a toa vamos observar o gradual abandono da guerra naval pelos Muçulmanos, com algumas exceções a atividade de pirataria.


  Com o fechamento do mediterrâneo, o Europeu não teve outra alternativa a não ser se lançar ao Oceano. Outra consequência foi a militarização  da sociedade muçulmana  que os cruzados impuseram.

   E desde então o que assistimos é uma repetição do ‘olho por olho, dente por dente’. Os Francos tomaram Acre em 1191, dia 17 de Jumada, na terceira hora. Haviam prometido libertar os muçulmanos da cidade, mas depois mataram todos. Assim, quando os Muçulmanos tomaram Acre, também na terceira hora de 17 de Jumada, o sultão prometerá libertar os Francos, mas depois massacrou a todos.


   Um livro para estudantes de história e para aqueles que gostam de estudar o período das Cruzadas. Não é uma leitura das mais fáceis, mas vale a pena.

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

O amigo Alemão



“ Ignorando o piloto, Steinhoff foi em disparada para trás da asa e lutou nervosamente com o nicho do rádio, na parte da fuselagem em que era pintada a cruz preta e onde o kit de primeiros socorros ficava guardado. Ele abriu o nicho do rádio e se contorceu até conseguir entrar no compartimento do piloto. Depois de muita luta Steinhoff puxou um homem para fora do avião – pelos pés.

     O homem abraçou Steinhoff, caiu no chão e beijou a terra. Conforme as hélices de outros caças iam parando, Steinhoff correu até outro avião, arrancou o nicho do rádio e libertou outro homem de dentro da cabine, enquanto o piloto deixava tombar por cima dos comandos, exausto.

    Os pilotos de Steinhoff tinham deixado para trás, na África, ferramentas, munição e peças de reposição, mas não haviam abandonado seus mecânicos. (...)
   (...) eles tinham voado baixo até a Sicília, perto das ondas. Alguns 109s haviam sido abatidos ao longo da travessia, cada explosão custando duas vidas, pois os pilotos bravamente permaneceram nos aviões em vez de saltarem e abandonarem os mecânicos em seu interior. Apenas quarenta aviões do JG-77 conseguiram sair do continente negro.”









 TITULO:  O amigo alemão
  
 AUTOR: Adam Makos e  Larry Alexander
  
 EDITORA: Geração
  
 PAG.: 400

   






Sobre os autores:

      Adam Makos – Jornalista , historiador e escritor. Inspirado pelas histórias de seus avós sobre a segunda guerra, já entrevistou dezenas de veteranos, o que lhe rendeu trabalhos premiados e altamente elogiados pela crítica internacional.
      Larry Alexander – Jornalista e historiador militar, autor de uma série de livros sobre o tema. Ficou mundialmente conhecido quando sua obra “Bando f Brothers” foi transformada em mini série.

  Sobre a obra:

      Qualquer coisa que tente se descrever sobre este livro não chegará nem perto da riqueza humana que esta obra contém. O livro fala de pessoas, seres humanos que por acaso do destino participavam de uma guerra em lados opostos. Mas este mesmo destino os colocou em uma situação que mudou a vida deles para sempre.

     A obra é uma história real, ocorrida em 1943, quando um bombardeiro B-17 muito avariado, desgarrado de sua formação, esperava a morte certa. Em pleno céu da Europa ocupada a B-17 se arrastava para sair dali quando um caça alemão um ME-109 o alcançou. 


   Mas o que ocorre neste encontro vai desafiar toda a lógica da guerra. A história toda foi tão surreal que só veio à tona nos anos 80.

 

   
   O piloto Alemão, Franz Stigler, um ás e experiente piloto, ao deparar-se com a B-17 de Charlie Brown naquelas condições aflorou todo o ser humano que existia nele e guiou o B-17 em uma passagem segura pela ‘barreira do Atlântico’ e deu-lhe o rumo de casa. Esta simples atitude nos revela que apesar de toda a atrocidade da guerra, o espírito humano pode brilhar mais forte.


  








   Mas não bastasse aquele furtivo encontro em 1943, Franz e Charlie, que nunca haviam se conhecido pessoalmente, mais de 40 anos depois apertaram as mãos. Um encontro emocionante que com certeza vai levar as lágrimas, como a mim levou.











  CONCLUSÃO
     Esta obra é muito mais que uma história deste encontro. O livro conta toda a trajetória de vida destes dois pilotos durante toda a guerra.


    Uma verdadeira fonte de informação obre a formação dos pilotos alemães antes da guerra. Incrível relato dos pilotos que lutaram na frente Africana. Todo o desenrolar da guerra, o código de éticas do piloto Alemão e sua honra.



   Mais que uma história de guerra e guerreiros, uma história de homens que acreditavam e defendiam seu país e seu povo acima de tudo. O livro desconstrói aquela visão propagada pelos filmes, no qual os pilotos Alemães são mostrados sempre com rosto fechado, frios e calculistas. São humanos, claro, com sentimentos e emoções como qualquer um.


   Um livro necessário para qualquer um que estuda o período e gosta do tema. 

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

BIENAL DO RIO 2017



Você foi a Bienal do Rio 2017?

Este ano a bienal teve um sabor diferente para mim. Junto a Editora Perse, foi feito o lançamento do meu livro. Vários amigos estiveram presentes, meus pais, irmão.... Foi um dia muito especial e agradeço do fundo do coração aos que puderam ir.











  Se você não conseguiu ir, segue o link para compra do livro pela internet:


LIVRO KV- A Fortaleza de aço


terça-feira, 8 de agosto de 2017

Bienal do livro 2017! Lançamento do Livro KV A Fortaleza de Aço


Boa tarde meus amigos.

Marcado nosso encontro na Bienal 2017!!!!
Dia 9 de Setembro, 12h às 14h

Conto com vocês lá!!!!!!!!!




domingo, 16 de julho de 2017

A Revolta da Chibata

  
" O mais polêmico e audacioso livro de Edmar Morel, dedicado ao marujo João Cândido, ganha de qualquer outro na bibliografia brasileira, tendo custado ao autor a cassação de seus direitos políticos. Morel pagou pelo crime de ter redimido dos insultos da historiografia dos donos do poder o magnífico marinheiro João Cândido"
Jorge Amado




   TITULO:  A Revolta da Chibata
   AUTOR: Edmar Morel
   EDITORA: Paz e Terra
   PAG.: 390

   Sobre o autor:
      Edmar Morel ( 1912 – 1989 ) – Pioneiro do jornalismo investigativo no Brasil, com reportagens de impacto sobre temas sociais e políticos. Trabalhou em grandes veículos de comunicação e na imprensa alternativa de esquerda entre 1930 e 1980. Publicou em 1959 ‘A revolta da Chibata’, após 10 anos de pesquisa. Entrevistou o próprio almirante Negro.


  Sobre a obra:
      Brasil, 1910, havíamos declarado abolição da escravidão em nosso país a apenas 22 anos. Uma jovem república, que ainda procurava se acertar.
      E a Marinha era uma dessas instituições. Apesar de se modernizar, ainda possuía um sistema de seleção do século anterior. Para piorar a situação, a marinha ainda mantinha o costume de aplicar os castigos corporais naqueles que desobedecessem as regras. E em uma sociedade que ainda guardava resquícios da escravidão, existia uma linha muito tênue entre a regra e a desobediência, principalmente quando os marinheiros eram em sua grande maioria pessoas negras e pobres, alistadas a força, nas ruas e nas cadeias.


    Dentro da instituição, existiam movimentos para abolir a chibata como ‘sistema disciplinar’, desde 1890. Mas nem uma delas se igualou a revolta de 1910.
   A ‘Revolta de Chibata’, como ficou conhecida, reuniu cerca de 2300 marujos.



   A revolta de 1910, no Rio de Janeiro, então Capital do Brasil, já estava sendo ‘cozida’ a algum tempo. Mas o estopim foi a pena de 250 chibatadas imposta ao marujo Marcelino Rodriguês, acusado de introduzir no encouraçado Minas Gerais duas garrafas de cachaça.

  “ Pensamos no dia 15 de Novembro. Aconteceu que caiu forte temporal sobre a parada militar e o desfile naval. A marujada ficou cansada e muitos rapazes tiveram permissão para ir a terra. Ficou combinado, então, que a revolta seria entre 24 e 25. Mas o castigo de 250 chibatadas no Marcelino Rodrigues precipitou tudo. O comitê Geral resolveu, por unanimidade, deflagrar o movimento no dia 22. O sinal seria a chamada da corneta das 22 horas. O Minas Gerais, por ser grande, tinha todos os toques repetidos na proa e na popa. Naquela noite o clarim não permitiria silêncio e sim combate. Cada um assumiu o seu posto e os oficiais de há muito já estavam presos em seus camarotes. Não houve afobação. Cada canhão ficou guarnecido por cinco marujos, com ordem de atirar para matar contra todo aquele que tentasse impedir o levante.
    Às 22h50min, quando cessou a luta no convés, mandei disparar um tiro de canhão, sinal combinado para chamar à fala os navios comprometidos. Quem primeiro respondeu foi o São Paulo, seguido do Bahia. O Deodoro, a princípio, ficou mudo. Ordenei que todos os holofotes iluminassem o Arsenal de Marinha, as praias e as fortalezas. Expedi um rádio para o Catete informando que a esquadra estava levantada para acabar com os castigos corporais.
  Os mortos, na luta, foram guardados numa improvisada câmara mortuária e, no outro dia, manhã cedo, enviei os cadáveres para terra. O resto foi rotina de um navio de guerra.”
  João Cândido
   

 

  Com os poderosos canhões da esquadra apontados para o Catete, então sede do governo, os revoltosos exigiam o fim dos castigos, melhoria da alimentação, melhores condições de trabalho e anistia aos revoltosos. O Governo se comprometeu a atender as revindicações e a conceder a anistia. Mas o fim da história não seria bem assim.
  Todos os líderes foram presos. Neste mesmo ano, uma denuncia de que a guarnição da ilha das cobras se amotinaria, fez com que a Marinha resolvesse agir antes. No dia 10 de Dezembro, pouco depois das 22 horas, os navios passaram a atirar contra o batalhão Naval e os canhões do exército martelavam a praça de guerra.
   A anistia concedida aos revoltosos da Chibata são canceladas e todos são mandados para a prisão. Alguns morrem devido aos maus tratos. Outros passam por um suplício maior.

  

  



“Senhor Deus dos desgraçados
  Dizei-me vós, senhor Deus,
  Se é verdade ou se é loucura
  Tanto horror perante os céus”
 Castro Alves






   66 marinheiros e mais 293 homens e 44 mulheres, tidos como ‘simpatizantes’ dos revoltosos, mas que não passavam de contras partidários. Foram metidos nos porões do navio cargueiro ‘Satélite’ e deportados para o Acre, para trabalharem na missão Rondom. Durante a viagem alguns seriam fuzilados, no que seria uma ‘tentativa’ de revolta.  Triste fim ainda aguardou aqueles que sobreviveram à viagem.

   Mas João Cândido resistiu apesar de tudo;

“O herói não renuncia nunca. Quanto mais sofre os golpes da adversidade, mais se sente com forças para reagir contra o destino implacável que o persegue.”
Silvio Moreira Lima.
     

  CONCLUSÃO
     Por muitos anos a história oficial do que ocorreu neste 1910 foi sendo recheada de inverdades. Relatórios da marinha foram emitidos com o intuito de retirar de João Cândido a liderança da revolta. Durante o estado Novo este foi um assunto proibido.
  Nos anos seguinte ao de 1946 começou-se a investigar a história. A primeira edição saiu em 1959, mas logo o golpe de 1964 acabou por diminuir as chances de uma discussão mais profunda. Somente com a abertura política isso foi possível
  Um verdadeiro legado de nossa história. Nossa história também possui sangue nas mãos e precisamos conhecer.

  

domingo, 12 de fevereiro de 2017

A Maquina Diferencial




  





   TITULO:  A Maquina Diferencial

   AUTOR: Willian Gibson e Bruce Sterling

   EDITORA: Aleph

   PAG.: 450









   Sobre os autores:

      William Ford Gibson -  Escritor américo-canadense de ficção especulativa. Chamado de "profeta noir" do cyberpunk, um subgênero da ficção científica. Prevendo o ciberespaço, Gibson criou uma iconografia para a era da informação antes da onipresença da internet na década de 1990. Também é creditado a ele a previsão do surgimento da "televisão de realidade/reality show" e de estabelecer as bases conceituais para o rápido crescimento de ambientes virtuais como jogos e internet. Gibson é um dos mais conhecidos escritores de ficção científica norte-americana,  "provavelmente o mais importante romancista das duas décadas passadas".  . Seu pensamento tem sido citado como uma influência em autores de ficção científica, design, acadêmico, cibercultura e tecnologia.



Michael Bruce Sterling - Escritor estadunidense de ficção científica, mais conhecido por seus romances e sua obra seminal na antologia Mirrorshades, a qual definiu o gênero cyberpunk. Em 2003 ele foi designado professor da European Graduate School onde leciona cursos de verão intensivos sobre media e design. Em 2005, tornou-se o "visionário residente" do Art Center College of Design em Pasadena, Califórnia.
 Fonte: Wikipédia


  Sobre a obra:
      Antes de falar sobre a obra é preciso entender o que vem a ser seu Gênero:

Cyberpunk - Mescla ciência avançada, como as tecnologias de informação e a cibernética junto com algum grau de desintegração ou mudança radical na ordem social. De acordo com Lawrence Person: "Os personagens do cyberpunk clássico são seres marginalizados, distanciados, solitários, que vivem à margem da sociedade, geralmente em futuros distópicos onde a vida diária é impactada pela rápida mudança tecnológica, uma atmosfera de informação computadorizada ambígua e a modificação invasiva do corpo humano."

Steampunk - Trata-se de obras ambientadas no passado, no qual os paradigmas tecnológicos modernos ocorreram mais cedo do que na História real (ou em um universo com características similares), mas foram obtidos por meio da ciência já disponível naquela época - como, por exemplo, computadores de madeira e aviões movidos a vapor. É um estilo normalmente associado ao futurista cyberpunk e, assim como este, tem uma base de fãs semelhante, mas distinta.

  Explicado isto, então vamos a obra:

  Editado originalmente em 1991, esta obra foi reeditada pela Aleph em 2015. Mais um belíssimo trabalho editorial da Aleph, que por sinal gostaria de deixar um comentário sobre a editora. O livro que adquiri veio com uma falha de encadernação, uma das folhas foi encadernada de forma errada, sendo assim impossível ler as páginas 121 e 122. Eu mandei uma foto no face da editora. No dia seguinte eles enviaram um e-mail solicitando meu endereço, pois iriam enviar um outro livro em perfeito estado. Em três dias o livro chegou. Meus agradecimentos a Aleph. Quem dera todas as empresas tivessem este respeito com o consumidor igual teve a Aleph. Parabéns e Obrigado.  http://www.editoraaleph.com.br/

  A história se passa em uma universo Steampunk, onde a Londres do século XIX vive uma modernização cientifica avançada, computadores à vapor são capazes de fazer mudanças enormes na sociedade. O livro foi escrito pelos dois autores utilizando-se da ferramenta que representava o maior avanço da época, o Computador.


  E neste universo eles conseguem mesclar personagens reais, com ficcionais de forma tão fluídica que para quem não conhece a história poderiam passar todos por ficcionais. Interessante que até a ‘Maquina Diferencial’ existiu de fato:



Em meados do século XIX, em plena segunda fase da Revolução Industrial, estavam em progresso muitas tentativas de automação de processos, com destaque para aqueles envolvendo cálculos para a composição de tabelas trigonométricas e de logaritmos quer para o emprego na navegação, na pesquisa científica ou na engenharia.

  Algumas pessoas tentavam conceber máquinas que executassem este tipo de cálculo, tendo sido construídos vários modelos. A máquina mais avançada, entretanto, jamais entrou em produção: a chamada máquina diferencial de Babbage.

 Um modelo foi apresentado por Babbage, na Inglaterra, em 1822, capaz de resolver equações polinômicas através de diferenças entre números, e assim, de efetuar os cálculos necessários para construir tabelas de logaritmos.


 A máquina tinha a capacidade de receber dados, processá-los, armazená-los e exibi-los. Graças a ela Babbage ficou conhecido como o pai do computador e conseguiu apoio governamental para criar um modelo mais complexo, o "Engenho Analítico".

 Devido a problemas de engenharia e a conflitos pessoais e políticos de Babbage, o projeto do Engenho Analítico jamais foi concluído. ( Fonte: Wikipédia)

  O Livro é dividido em cinco capítulos, ou cinco interações, pois apesar da história não ser continuada ao longo dos capítulos, todas estão interagindo. Ainda depois da quinta interação tem um capítulo intitulado MODUS, que abre com uma coletânea de cartas, que são citadas durante o livro, algumas, e bem como o desfecho da obra.

 Além da alusão ao uso das maquinas a vapor, veículos a vapor, há também a correta ambientação histórica, como a poluição do Rio Tamisa, a questão das colônias Inglesas na África e na Ásia. A guerra da Criméia é citação constante na obra, apesar de não citar o famoso caso da carga de cavalaria. A questão da Guerra civil Norte Americana e o posicionamento Inglês a favor das colônias do Sul também são bem explorados no livro.


  Descrição da obra:

  “Em uma versão alternativa da Inglaterra vitoriana, a ascensão do Partido Radical trouxe mudanças impressionantes. Pelas ruas da capital, cartolas e crinolinas misturam-se a cinétropos, gurneys e cabriolés. O trem metropolitano e o sistema de esgotos revolucionam a rede urbana. Tudo graças às conquistas científicas alcançadas pela Máquina: no auge da Revolução Industrial, os avanços promovidos pela tecnologia a vapor anunciam a era da informática. Com um século de antecedência. 
  
   Mas Londres também é uma cidade em convulsão. O alvoroço causado pela turba desordeira assusta a população. Além disso, uma conspiração mais sofisticada – porém não menos perigosa – parece ameaçar a segurança e a estabilidade de todo o país. Enquanto isso, uma misteriosa caixa com cartões perfurados é objeto de cobiça e disputa, pois guarda um segredo estratégico, ligado a interesses nebulosos. 

  Acidentalmente ou não, ela cai nas mãos de diferentes personagens, mudando suas vidas: Sybil Gerard, ex-amante de um político influente e filha de um insurreto executado; Ada Byron, filha de Lorde Byron, então primeiro-ministro da Inglaterra; e Edward Mallory, um respeitado cientista, descobridor do famoso Leviatã Terrestre.”


  CONCLUSÃO



     Para os amantes do gênero Ficcional, seja Cyber ou Steampunk, não vão encontrar, nesta obra, narrativas de ações como  em “Wild Wild West”. Trata-se muito mais de uma trama política, recheada deste universo ‘cyberpunk’.



  Mas, para que se tire o melhor proveito desta leitura, eu recomendaria que antes de ler o livro, o leitor fizesse uma preparação. Conhecer um pouco mais da História da Inglaterra no século XIX, entre os idos de 1815 à 1880. Entender temas como a Situação do Tamisa, a Guerra da Criméia, a questão das gangues de Londres, o Neocolonialismo Britânico... . São todos pontos abordados neste livro e que, conhecendo-os vai tornar a leitura muito mais enriquecedora.
  
Boa leitura.

  
  

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