sábado, 6 de janeiro de 2018

ACHTUNG, PANZER!



   “ Na medida em que os carros de combate e tornaram consideravelmente mais rápidos que a infantaria, o conceito limitado de emprega-los como apoio a ela foi sendo gradualmente substituído pela noção de grandes formações mecanizadas. Elas não cabiam na visão estreita de seu emprego apenas em batalha de blindados a fim de obterem ruptura. Elas incluíam também os elementos de reconhecimento e a capacidade de conduzir através do campo o mínimo de infantaria e artilharia imediatamente atrás dos carros de combate, com o intuito de manterem o terreno conquistado pelos blindados. A característica recém adquirida pelos carros, sua velocidade, pode ser explorada desde o primeiro contato. Agora é possível pensar em empregar as grandes formações mecanizadas de forma independente.”



  




   TITULO:  ACHUTUNG, PANZER!

   AUTOR: Heinz Guderian

   EDITORA: Biblioteca do exército editora.

   PAG.: 281









   Sobre o autor:

      Alemão, nascido em 1888. Combatente da grande guerra, participou da grande batalha de Verdun. Após a guerra começou um longo trabalho sobre a influência das grandes formações motorizadas.

  Em 1931 foi promovido a Tenente-Coronel, sendo então o inspetor das unidades motorizadas. 

   Era dos poucos que discutia com veemência e abertamente com Hitler. Heinz Guderian é o patrono das divisões Panzer alemãs e considerado um dos melhores comandantes de blindados de todos os tempos.


  Sobre a obra:

      A presente obra, trazida até nós pela editora do exército, talvez por isso pouco conhecido do público em geral. Mas não pense você que trata-se de uma leitura pesada, técnica, voltada ao público militar em específico. Negativo. O livro, que fora escrito originalmente em 1937, possui um estilo leve e de agradável leitura.

   Guderian faz todo um estudo dos fatos ocorridos durante a grande guerra, no qual foram empregados os blindados pela primeira vez na história. Ele faz todo um minucioso estudo do conflito, do uso da metralhadora, do fuzil de retrocarga, do gás, das trincheiras, dos canhões, do avião até no desenvolvimento e emprego dos primeiros blindados. Uma fonte bem interessante sobre o período.

“Na França, o desapontamento pelo fracasso da ofensiva de 16 de Abril de 1917 provocou violentas críticas contra o carro de combate. Entretanto, não demorou para que o valor dos blindados fosse provado em combates posteriores, e, de fato, a contribuição deles já era reconhecida pelos círculos oficiais, como demonstra a ordem do dia n°76, expedita pelo alto comando em 20 de Abril de 1917: ‘Os blindados foram as primeiras forças a penetrarem a segunda linha inimiga na frente de Juvincourt e asseguraram sua conquista. Essa foi a primeira aparição no campo de batalha, e conquistaram, pelo próprio valor, um lugar de honra entre seus camaradas, demonstrando o que podemos esperar do carro de combate no futuro.’ ”
  

    O desenvolvimento das medidas defensivas contra os carros de combate também são tratados em seu contexto histórico ao longo do período.

   Como no pós guerra a Alemanha estava limitada pelo tratado de Versalhes a não possuir qualquer armamento moderno. 

   Isto inclui aviação, submarinos, artilharia pesada e tanques. A partir da página 163 vamos acompanhar a saga alemã na reconstrução destas armas. Interessante que, como o tratado os proibia de possuir os veículos, não falava nada sobre treinamento tático e técnicas no uso desta arma. Desta forma os oficiais alemãs se preparam nos estudos teóricos desta nova arma. E como os outros países continuavam a desenvolver o carro de combate, estes desenvolvimentos eram vorazmente analisados por este corpo de oficiais.



   Para escapar dos olhares da Liga das Nações, os primeiros blindados fizeram seus testes de campo na URSS.

  CONCLUSÃO

      Apesar de Guderian não usar o termo BLITZKRIEG, já que na verdade este termo, ao que tudo indica, foi ‘criado’ pela revista TIME, logo após a conquista da Polônia pela Alemanha. Mas é Guderian  quem vai lançar as bases desta inovadora tática de combate, no emprego de todas as forças em apoio mútuo.





 “O sucesso será provavelmente alcançado somente quando todo o sistema defensivo puder estar sob ataque mais ou menos ao mesmo tempo. Quando o ataque começar, a retaguarda inimiga deverá estar sob vigilância aérea para identificar o movimento dês reservas inimigas e para lançarmos nossos aviões de combate contra elas. As forças aéreas devem concentrar seus esforços para impedir ou pelo menos retardar o movimento de tais reservas para o ponto de ruptura da posição”







   Por útimo, interessante salientar que Guderian, quando soube da perspectiva da Alemanha invadir a URSS em 1941, escreveu um memorando ao Alto-Comando, opondo-se veementemente à operação Barbarosa.


  Boa leitura! 

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