“ Na medida em que os carros de combate e tornaram
consideravelmente mais rápidos que a infantaria, o conceito limitado de
emprega-los como apoio a ela foi sendo gradualmente substituído pela noção de
grandes formações mecanizadas. Elas não cabiam na visão estreita de seu emprego
apenas em batalha de blindados a fim de obterem ruptura. Elas incluíam também os
elementos de reconhecimento e a capacidade de conduzir através do campo o
mínimo de infantaria e artilharia imediatamente atrás dos carros de combate,
com o intuito de manterem o terreno conquistado pelos blindados. A
característica recém adquirida pelos carros, sua velocidade, pode ser explorada
desde o primeiro contato. Agora é possível pensar em empregar as grandes
formações mecanizadas de forma independente.”
TITULO: ACHUTUNG,
PANZER!
AUTOR: Heinz Guderian
EDITORA: Biblioteca do exército editora.
PAG.: 281
Sobre
o autor:
Alemão, nascido em 1888. Combatente da grande
guerra, participou da grande batalha de Verdun. Após a guerra começou um longo trabalho
sobre a influência das grandes formações motorizadas.
Em 1931 foi promovido a Tenente-Coronel, sendo
então o inspetor das unidades motorizadas.
Era dos poucos que discutia com veemência
e abertamente com Hitler. Heinz Guderian é o patrono das divisões Panzer alemãs
e considerado um dos melhores comandantes de blindados de todos os tempos.
Sobre
a obra:
A
presente obra, trazida até nós pela editora do exército, talvez por isso pouco
conhecido do público em geral. Mas não pense você que trata-se de uma leitura
pesada, técnica, voltada ao público militar em específico. Negativo. O livro,
que fora escrito originalmente em 1937, possui um estilo leve e de agradável leitura.
Guderian faz todo um estudo dos fatos
ocorridos durante a grande guerra, no qual foram empregados os blindados pela
primeira vez na história. Ele faz todo um minucioso estudo do conflito, do uso
da metralhadora, do fuzil de retrocarga, do gás, das trincheiras, dos canhões,
do avião até no desenvolvimento e emprego dos primeiros blindados. Uma fonte
bem interessante sobre o período.
“Na França, o
desapontamento pelo fracasso da ofensiva de 16 de Abril de 1917 provocou
violentas críticas contra o carro de combate. Entretanto, não demorou para que
o valor dos blindados fosse provado em combates posteriores, e, de fato, a
contribuição deles já era reconhecida pelos círculos oficiais, como demonstra a
ordem do dia n°76, expedita pelo alto comando em 20 de Abril de 1917: ‘Os
blindados foram as primeiras forças a penetrarem a segunda linha inimiga na
frente de Juvincourt e asseguraram sua conquista. Essa foi a primeira aparição
no campo de batalha, e conquistaram, pelo próprio valor, um lugar de honra
entre seus camaradas, demonstrando o que podemos esperar do carro de combate no
futuro.’ ”
O desenvolvimento das medidas defensivas
contra os carros de combate também são tratados em seu contexto histórico ao
longo do período.
Como no pós guerra a Alemanha estava
limitada pelo tratado de Versalhes a não possuir qualquer armamento moderno.
Isto
inclui aviação, submarinos, artilharia pesada e tanques. A partir da página 163
vamos acompanhar a saga alemã na reconstrução destas armas. Interessante que,
como o tratado os proibia de possuir os veículos, não falava nada sobre
treinamento tático e técnicas no uso desta arma. Desta forma os oficiais alemãs
se preparam nos estudos teóricos desta nova arma. E como os outros países continuavam
a desenvolver o carro de combate, estes desenvolvimentos eram vorazmente
analisados por este corpo de oficiais.
Para escapar dos olhares da Liga das Nações,
os primeiros blindados fizeram seus testes de campo na URSS.
CONCLUSÃO
Apesar de Guderian não usar o termo
BLITZKRIEG, já que na verdade este termo, ao que tudo indica, foi ‘criado’ pela
revista TIME, logo após a conquista da Polônia pela Alemanha. Mas é
Guderian quem vai lançar as bases desta
inovadora tática de combate, no emprego de todas as forças em apoio mútuo.
“O sucesso será
provavelmente alcançado somente quando todo o sistema defensivo puder estar sob
ataque mais ou menos ao mesmo tempo. Quando o ataque começar, a retaguarda
inimiga deverá estar sob vigilância aérea para identificar o movimento dês reservas
inimigas e para lançarmos nossos aviões de combate contra elas. As forças
aéreas devem concentrar seus esforços para impedir ou pelo menos retardar o
movimento de tais reservas para o ponto de ruptura da posição”
Por útimo, interessante salientar que
Guderian, quando soube da perspectiva da Alemanha invadir a URSS em 1941,
escreveu um memorando ao Alto-Comando, opondo-se veementemente à operação
Barbarosa.
Boa leitura!
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