terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Demolidores de Represas




 Já leu algum livro, que apesar de você saber que é uma história real, parece ser tão fantástico que ao fim da leitura você se indaga se aquilo não foi uma invenção ou um “romantismo” colocado em meio a uma história, para entreter o leitor?

 Bem este foi um destes casos.



TITULO: Demolidores de Represa
AUTOR: Paul Brickhill
EDITORA: Nova Fronteira
PAG: 291

   Mais um livro da coleção BlitzKrieg, lançado pela Nova Fronteira na Década de 50.

  Este livro em especial eu consegui de forma inusitada. Foi no carnaval de 1998. Nós havíamos alugado uma casa em Rio das Ostras. Era desses alugueis só de temporada, então geralmente os moradores mantinham os móveis e tudo o mais. Eu havia levado um livro, Filosofia contemporânea, acho que era este o título, ou pelo menos o tema. Eu estava tentando me desligar das leituras puramente voltadas para a segunda guerra. Mas o destino me reservou outra coisa. 

 Assim que chegamos a casa, dividimos os quartos e um dos amigos falou: “ Este quarto o Sérgio iria gostar, esta cheio de livros”. E de fato, havia alguns livros na parte de baixo do guarda roupas. Na hora não dei muita importância. Mas na Terça de carnaval, eu resolvi dar uma olhada. E qual não foi minha surpresa ao ver aquele livro ali, em bom estado, apesar do tempo. Na quarta quando estávamos indo embora, indaguei à proprietária se poderia trocar o livro pelo que havia levado. “-Sem problemas”. Foi a resposta. Na verdade eu já havia feito à troca, positiva ou não a resposta a troca já estava feita.

 Como já disse em post anterior, o trabalho gráfico é bem “pobre”, o livro tende a se dividir em dois. Mas este estava muito bem conservado e continua assim.
 O livro conta a história do lendário esquadrão 617 da RAF. Este esqudrão fora formado para missões especiais.  Apenas a “elite” dos pilotos de bombardeiros Lancaster haviam sido aceitos. Detalhe, foram todos voluntários, mesmo sem saber a origem da missão. 

  Os pilotos aprenderam a voar baixo e à noite, com um grande bombardeiro de quatro motores. As missões para ataque as represas seriam as mais perigosas. Os bombardeiros ficariam expostos a artilharia anti aérea tempo suficiente para serem abatidos. As histórias de companheirismo, e de espírito de corpo é única neste grupo. Alguns relatos são tão incríveis que chega-se a duvidar de sua veracidade. 

  Depois dos ataques às represas, o grupo fora enviado a uma outra missão. Lançar as incríveis “Bombas Terremoto”. Eram bombas de 6.000Kg e 10.000Kg aproximadamente. O Lancaster era o único bombardeiro a carregar esta munição. Cada bombardeiro levava uma única bomba. Os alvos deveriam ser marcados com extrema precisão, e à noite. Para tal o esquadrão adquiriu o lendário “Mosquito”, cuja missão era encontrar o alvo, mergulhar e lançar dois marcadores, tipo foguetes, que ficavam queimando um fósforo vermelho, este podia ser visto pelo bombardeador.  



 Para terem uma idéia do que foram as missões do 617°, segue um breve relato de duas delas:

O ataque a represa de Mohne
Evitando as principais defesas do Rhur, Gibson localizou facilmente o seu objetivo graças à luz do luar. Ao luar, a represa de Moehne parecia cinzenta e sólida, pesada e inconquistável. Esta represa possuía 823 m de comprimento e uma base de 35 m e estava guarnecida por holofotes e seis canhões antiaéreos de 20 mm.
Gibson reagrupou a esquadrilha, realizou sua corrida de bombardeio e lançou a bomba com precisão, sob uma forte oposição da antiaérea. Porém a represa não se rompeu.
O próximo a fazer a corrida seria o Tenente-Aviador J.V. Hopgood, mas ele tinha que esperar as águas se acalmarem para lançar a sua bomba, o que só aconteceu 10 min depois. Quando Hopgood atacou foi atingido pela flak a 100 m da represa e seu avião desintegrou-se num lençol de chamas alaranjadas, enquanto a bomba, solta com atraso, desviava-se do alvo e destruía uma usina de energia atrás da re­presa, num banho de centelhas azuis. Fraser, que era o bombardeador de Hopgood, conseguiu saltar de pára-quedas, observou as baterias antiaéreas que faziam pontaria contra um avião iluminado por seus próprios holofotes e resumiu: "uma caçada de patos!" O artilhaeiro da cauda, Burcher, também conseguiu se salvar, saltando segundos antes de a aeronave se chocar com o solo.
O Capitão-Aviador "Mickey" Martin atacou a seguir e desta vez Gibson voou ao lado dele para atrair o fogo inimigo. O Lancaster de Martin foi atingido em um tanque de combustível vazio na asa; a bomba explodiu, mas fora lançada de forma inexata. O represa se mantinha de pé.
Gibson e Martin distraíram a flak, e o Comandante-de-Esquadrão Melvyn Young, apelidado de " Dinghy" (bote salva-vidas, por ter caído duas vezes no Mediterrâneo), aproveitando-se disso realizou seu ataque, lançando a bomba de modo preciso, mas nada de a represa se rachar.
O próximo a atacar foi o Capitão-Aviador David J. H. Maltby, que também lançou a bomba com precisão e logo que o spray de água terminou, um buraco de cerca de 100 m de largura e 20 m de altura foi visto na parede de represa lançando 134 milhões de toneladas de água que começava a transbordar para o vale arrastando casas, pontes, sistemas de comunicações, etc. O capitão D. J. Shannon, que aguardava circulando sua aeronave, foi ordenado a abortar o ataque. Gibson enviou as aeronaves que já haviam realizado o ataque (Martin e Maltby) para casa, reagrupou as restantes e seguiu com elas para atacar a represa Eder, envia também a palavra-código Nigger para indicar que a represa Moehne fora destruída. Maudslay virou a aeronave para voltar para casa, mas caiu em Emmerich depois de ser atingido novamente pela flak. A tripulação inteira foi morta.”

“Ataque a represa de Eder

Situada num vale mais profundo que a do Möhne, a barragem do Eder revelou-se muito mais difícil de bombardear. O Capitão-Aviador D. J. Shannon fez seis tentativas, todas abortadas, até conseguir lançar a sua bomba com sucesso. A bomba do Comandante-de-Esquadrão Henry Maudsley atingiu o parapeito e explodiu com o impacto, destruindo o Lancaster que passava a pouco metros de altura. O Segundo-Tenente-Aviador L.G. Knight atacou em seguida e teve os mesmos problemas que os outros; era muito difícil de perder a velocidade adquirida pela aproximação em mergulho, e ainda subir bruscamente no fim do lago. Shannon deu conselhos pelo rádio e Knight tentou novamente, lançando sua bomba no lugar certo, conseguindo derrubar a parede da represa, lançando 200 milhões de toneladas de água vale abaixo. Gibson enviou a palavra-código Dinghy indicando um ataque bem sucedido, e retornam para casa, sem poderem atacar a represa Sorpe.”

 Para saber mais:

 Boa Leitura!!

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