terça-feira, 25 de dezembro de 2012

JÚLIO CÉSAR





 A história do império Romano disperta a curiosidade de todos nós. Pois trata-se de uma parte crucial de nossa história. Não conseguimos conceber o mundo de hoje disvinculado de Roma. As conquistas romanas, suas obras, seu exército e seus Imperadores. E dentre estes o mais famoso, Júlio César. Um General brilhante, um lider amado por todo o império. Uma das poucas pessoas que foi capaz de escrever sua história e por tal dispertou a inveja de muitos. 



TITULO: Júlio César – O ditador democrático
AUTOR: Luciano Canfora
EDITORA: Estação Liberdade
PAG: 508

  Júlio César é, certamente, uma das grandes figuras da história mundial. Conquistador de territórios, criador de um império, líder político, e "ditador democrático". Depois de seu assassinato tornou-se um mito.
 
Luciano Canfora, um dos grandes historiadores da antiguidade, neste livro baseia-se em um perfil completo de César, suas vitórias no campo de batalha, suas lutas políticas e conspirações em que participou e que foi vítima. O resultado é um retrato fiel do homem, que são as grandes conquistas e os grandes problemas do imperador, suas façanhas políticas e massacres no campo de batalha ...
 
Mas quem na verdade era Júlio César? Um grande líder militar com uma visão brilhante político, ou um soldado sanguinário movido pelo puro desejo de conquista? Um estadista hábil versado em conspirações palacianas ou um político sem escrúpulos que acompanhou a sorte? Esta biografia responde a estas e muitas outras enigmas fascinantes em torno da figura de Júlio César.


  Escrito originalmente em 1999 e editado em 2002 pela Estação Liberdade. 
 Se você assistiu a minissérie “ROMA”, exibida pelo canal HBO, e gostou da primeira temporada, vai precisar ler este livro para entender melhor esta parte fascinante da história de Roma.

 Não poderia encerrar este post sem deixar aqui o grande discurso de Marco Antônio, da peça “Júlio César”, de William Shakespeare.



“Amigos, romanos, meus concidadãos, deem-me ouvidos. Vim para enterrar César, não para louvá-lo. O bem que se faz é enterrado com os nossos ossos, que seja assim com César. O nobre Bruto disse a vocês que César era ambicioso. E se é verdade que era, a falta era muito grave, e César pagou por ela com a vida, aqui, pelas mãos de Bruto e dos outros. Pois Bruto é um homem honrado, e assim são todos eles, todos homens honrados. Venho para falar no funeral de César. Ele era meu amigo, fiel e justo comigo. Mas Bruto diz que ele era ambicioso. E Bruto é um homem honrado. Ele trouxe muitos prisioneiros para Roma que, para serem libertados, encheram os cofres de Roma. Isto parecia uma atitude ambiciosa de César? Quando os pobres sofriam, César chorava. Ora, a ambição torna as pessoas duras e sem compaixão. Entretanto, Bruto diz que César era ambicioso. E Bruto é um homem honrado.
Vocês todos viram que nas lupercais, eu, por três vezes, ofereci-lhe uma coroa real, a qual ele por três vezes recusou. Isto era ambição? Mas Bruto diz que ele era ambicioso, e Bruto, todos sabemos, é um homem honrado. Eu não falo aqui para discordar do que Bruto falou. Mas eu tenho que falar daquilo que eu sei. Vocês todos já o amaram e tinham razões para amá-lo. Qual a razão que os impede agora de homenageá-lo na morte?
"Neste momento, Marco Antônio faz uma pausa no discurso, e as pessoas do povo começam a refletir sobre o que ele disse, e a questionar se César tinha, afinal, merecido a morte que teve. Passado este interlúdio retorna Marco Antônio a falar."
Ontem, a palavra de César seria capaz de enfrentar o mundo, agora, jaz aqui morta. Ah! Se eu estivesse disposto a levar os seus corações e mentes para o motim e a violência, eu falaria mal de Bruto e de Cássio, os quais, como sabem, são homens honrados. Não vou falar mal deles. Prefiro falar mal do morto. Prefiro falar mal de mim e de vocês do que destes homens honrados. Mas, eis aqui, um pergaminho com o selo de César. Eu o achei no seu armário. É o seu testamento. Quando os pobres lerem o seu testamento (porque, perdoem-me, eu não pretendo lê-lo), e eles se arrojarão para beijar os ferimentos de César, e molhar seus lenços no seu sagrado sangue.
"O povo reclama de Marco Antônio e exige que ele o leia."
Tenham paciência, amigos, mas eu não devo lê-lo. Vocês não são de madeira ou de ferro, e, sim, humanos. E, sendo humanos, ao ouvir o testamento de César vão se inflamar, ficarão furiosos. É melhor que vocês não saibam que são os herdeiros de César! Pois se souberem... o que vai acontecer? Então vocês vão me obrigar a ler o testamento de César? Então façam um círculo em volta do corpo e deixem-me mostrar-lhes César morto, aquele que escreveu este testamento.
Cidadãos. Se vocês têm lágrimas, preparem-se para soltá-las. Vocês todos conhecem este manto. Vejam, foi neste lugar que a faca de Cássio penetrou. Através deste outro rasgão, Bruto, tão querido de César, enfiou a sua faca, e, quando ele arrancou a sua maldita arma do ferimento, vejam como o sangue de César escorreu. E Bruto, como vocês sabem, era o anjo de César. Oh! Deuses, como César o amava. O golpe de Bruto foi, de todos, o mais brutal e o mais perverso. Pois, quando o nobre César viu que Bruto o apunhalava, a ingratidão, mais que a força do braço traidor, parou seu coração. Oh! Que queda brutal meus concidadãos. Então eu e vocês e todos nós também tombamos, enquanto esta sanguinária traição florescia sobre nós. Sim, agora vocês choram. Percebo que sentem um pouco de piedade por ele. Boas almas. Choram ao ver o manto do nosso César despedaçado.
Bons amigos, queridos amigos, não quero estimular a revolta de vocês. Aqueles que praticaram este ato são honrados. Quais queixas e interesses particulares os levaram a fazer o que fizeram, não sei. Mas são sábios e honrados e tenho certeza que apresentarão a vocês as suas razões. Eu não vim para roubar seus corações. Eu não sou um bom orador como Bruto. Sou um homem simples e direto, que amo os meus amigos.
"Seguem-se novamente comentários das pessoas, já agora lamentando o assassinato e condenando os assassinos. Volta Marco Antônio. "
Aqui está o testamento, com o selo de César. A cada cidadão ele deixou 75 dracmas. Mas para vocês ele deixou seus bens. Seus sítios neste lado do Tibre, com suas árvores, seu pomar, para vocês e para os herdeiros de vocês e para sempre. Este era César. Quando aparecerá outro como ele?
Revoltada a massa sai rumo às casas dos conspiradores para vingar César."

  Para saber um pouco da história deste grande Homem:

 Boa leitura!

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