quarta-feira, 22 de maio de 2013

A igreja Gnóstica




Gnose é uma palavra originada do termo grego, gnosis, e significa conhecimento. Portanto, o gnóstico, sendo o detentor da gnose, é aquele que foi realmente iniciado em seu mundo interior, ou seja, adquiriu o autoconhecimento pleno, o “conhece-te a ti mesmo”.
 O Gnosticismo foi considerado um movimento herético pelos Cristãos ortodoxos. Mas quem de fato eram? O que pensavam? Que fé professavam?


TITULO: A Igreja Gnóstica – Tradição Huiracocha
AUTOR: A. Krumm Heller
EDITORA: Madras
PAG.: 158

 Mas uma obra brilhante editada pela Madras. O padrão da qualidade comum nas publicações da Madras. Este livro parece ter sido “encomendado” pela Fraternidade Rosicruciana Antiqua. Mas não tira em nada o valor da obra, que é o de apresentar a filosofia Gnóstica.

 
A Igreja Gnóstica considera-se como uma das detentora da missão de transmitir a Sabedoria Gnóstica para iluminar a humanidade a cerca de seu potencial espiritual latente. Essa iluminação surge sob a forma de um conteúdo teórico sobre a natureza da Realidade, como acerca de questões práticas relacionadas com os exercícios mais adequados para alcançar um estado de consciência, através das limitações dos efeitos paradoxais do corpo no seu funcionamento correcto.
Segundo os ensinamentos gnósticos adotados pela Igreja Gnostica a consciência, em si um elemento divino, permite-nos participar e crescer (evoluir) espiritualmente de acordo com o nosso lugar na ordem eterna.
O conteúdo conceitual acerca dos mecanismos internos do estado de plenitude baseia-se principalmente em sabedoria gnóstica adquirida (particularmente em Pistis Sophia), em que a instrução prática decorre significativamente das tradições místicas ocidentais de tantra e ioga. Oscilando sem rupturas entre a asserção literal e a alusão alegórica, o gnosticismo contemporâneo fortalece a eficácia espiritual dos ensinamentos através de frequentes referencias a psicologia junguiana.
O esoterismo antigo, o misticismo ocidental e a psicologia moderna concorrem deste modo para instruir, orientar cosmicamente e libertar espiritualmente a centelha divina que é a consciência humana.
 O que acho mais interessante no Gnosticismo, é esta fusão entre os conceitos Religiosos e esotéricos com uma única finalidade.

Todas as controvérsias que surgiram nos primeiros tempos do cristianismo – e que ainda são alimentadas no mundo moderno - são devidas, justamente, ao fato de a Gnose designar um conhecimento mais profundo das verdades dogmáticas que eram apresentadas aos fiéis da época. Teódoto, por exemplo, conceituava que "a filosofia gnóstica é como uma espécie de visão imediata da verdade", ou seja - e isso é muito importante: gnose é algo distinto da simples erudição adquirida através de leituras e estudos teóricos. Especialmente nos dias atuais, quando a ciência e a educação preconizam um conhecimento puramente intelectual, empírico e mecânico, isso se torna importante.

Sem nenhum ranço de fanatismo, e apenas para salientar um aspecto da gnose em seu mais exaltado grau, o fato é que as lideranças políticas e religiosas de todos os tempos sempre temeram e detestaram a gnose e os gnósticos justamente por causa da implicação social das possibilidades que esse conhecimento oferece: um gnóstico não depende de ninguém e de nada porque se desapegou de tudo e de todos; vive de Deus e para Deus.

Para melhor compreender a profundidade das implicações dessa realidade, basta examinarmos algo da história e das tradições religiosas antigas. Por exemplo, Jesus respeitava as leis, a sociedade, a família, o governo, tudo. Mas, não era dependente do sistema religioso da época. Reuniu tal poder em si mesmo que, literalmente, podia tudo. Moisés, pelo poder divino que reuniu em si, conseguiu libertar o povo judeu do cativeiro no Egito, contra a vontade do Faraó. Buddha, quando conheceu a realidade da vida, largou tudo e buscou a iluminação (ou libertação do jugo e dos poderes da matéria). Enoch, pela sua fé e devoção, foi levado ao céu em corpo e alma. Isaías foi serrado ao meio porque se negou a comer alimento servido aos ídolos ou falsos deuses. Sócrates tomou cicuta e morreu feliz defendendo suas idéias até o último instante. Jâmblico, o grande mago, podia materializar Anjos e Deuses, e com eles conversava frente a frente. Samael Aun Weor, no século XX, devotou toda sua vida a aplainar os caminhos e a preparar o terreno para a vinda do Cristo em Aquário (algo que deve suceder após a Grande Catástrofe)
.”

 Do site: http://www.gnose.org.br/conteudo/gnose_e_gnosticismo/ 

  
O livro não trás um estudo histórico do gnosticismo. Trata-se de uma doutrinação gnóstica, ou melhor, um ensino do que é a filosofia gnóstica.                                        Boa leitura;


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Fundação e Império / Segunda fundação






Ontem terminei de ler o ultimo livro da trilogia “Fundação”. Uma pena. Agora estou atrás dos outros quatro volumes.



 TITULO: Fundação e Império / Segunda Fundação
 AUTOR: Isaac Asimov
 EDITORA: Aleph
 PAG: 244 / 234

  Na continuação da saga, as previsões de Hari Seldon continuam guiando a fundação. A única coisa não previsível seria a ação de um indivíduo. Somos então apresentados ao “MULO”. Um ser mutante, com poderes mentais capaz de alterar as emoções de toda uma civilização. 

Na primeira parte nos é contado como o Império Galáctico, já então em colapso, lança um ataque contra a Fundação. O ataque é liderado pelo General Bel Riose, um comandante de capacidade inigualável. O Império, apesar de ser só uma sombra do que já foi outrora, ainda retém muito mais recursos e homens do que a Fundação. A Fundação oferece dinheiro ao general em troca de uma trégua, mas ela é rejeitada. Resta a Devers, um cidadão da Fundação, interceptar uma mensagem que resume todas as últimas atividades do general e fugir para Trantor, a capital imperial, na esperança de convencer o imperador a tirar Riose da linha de frente. O desfecho desta trama é surpreendente.

Esse desfecho é o resultado inevitável das forças psico-históricas, ou do "plano Seldon". "Sob um imperador fraco, um general de sucesso teria bem mais a ganhar ao dar um golpe em Trantor do que ao sair em conquista de regiões distantes da galáxia. Um general fraco, é claro, não é ameaça nenhuma para a Fundação, mesmo sob um imperador forte. Um imperador forte, num império em declínio, não poderia ele mesmo se arriscar a deixar o planeta central para fazer guerra na fronteira, porque logo as intrigas da corte elevariam um substituto no trono. A única ocasião na qual haveria uma real ameaça para a Fundação seria quando houvesse ambos um imperador forte e um general forte; o general não poderia derrubar o imperador, então a sua ambição seria divergida para a fronteira". Um imperador forte, entretanto, é justamente aquele que não permite que ninguém mais fique poderoso demais; um imperador forte mataria um general competente antes que ele pudesse representar um perigo ao trono. A história confirmou a previsão psico-histórica. Em qualquer caso que seja, a Fundação é invulnerável.

 Fica muito obvia neste livro, a ligação da trama com o império Romano.

Na segunda parte aparece o Mulo. Não vou estragar a surpresa comentando esta segunda parte. 

No terceiro e último livro, “ Segunda Fundação”, descobrimos de fato o que vem a ser a segunda fundação. Enquanto que a força da Primeira Fundação vem do domínio do mundo físico, do conhecimento atômico, a força da Segunda vem do domínio da mente, inclusive o aprofundamento da ciência da psico-história. A sua função, ao que parece é garantir que o Plano Seldon se dê à risca, tanto através do refinamento da matemática e das previsões do Plano quanto através da resolução de imprevistos. A Segunda Fundação é governada por um conselho dos mais capazes, chamados de Oradores. Apesar desse título, que denota a fala, naturalmente não é preciso falar, pois utilizam amplamente a telepatia. O líder do grupo tem o cargo de Primeiro orador. Que é mais um título, similar ao orador que abria os trabalhos no senado Romano.

 A estrutura da Segunda Fundação é baseada em num complexo predial em Trantor, os únicos prédios que sobreviveram ao Grande Saque, que vivem e trabalham vários técnicos e analistas. Dentro desse complexo vão os relatórios dos agentes enviados a todas as partes da galáxia; é com base nesses relatórios que ações são tomadas para proteger o curso do Plano Seldon.

  A leitura desta trilogia, principalmente este último livro, requer certa atenção, pois a quantidade de personagens as vezes nos faz perder a linha do enredo.
 A idéia de que toda nossa vida já estaria pré destinada por um plano invisível é bem explorada por esta série. E não importa o que fazemos, achando que estamos no controle, mas tudo leva ao desfecho o qual foi pré-destinado.

 E quem sabe não estamos todos nós sujeitos ao plano Seldon, o qual chamamos simplesmente de  “destino”.

 Boa leitura!

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