‘Nos
primeiros anos da Guerra Fria, uma raça intelectual e tecnologicamente superior
ao homem desce dos céus para governar a terra. Diferente do que se poderia
imaginar, os invasores não pretendem escravizar a humanidade. Ao contrário,
eles acabam conduzindo-a a um período de prosperidade jamais visto, em que não
mais existem a fome, a marginalidade, as doenças e a guerra. Benevolentes,
parecem querer sinceramente o melhor para os seres humanos.'
TITULO:
O fim da Infância
AUTOR:
Arthur C. Clarke
EDITORA:
Aleph
PAG.:
319
A
editora Aleph me surpreendeu nesta edição. Além de uma bela capa metalizada, o
livro ainda trás de bônus uma versão inédita do primeiro capítulo, reescrito
por Clarke em 1989. E também o conto que deu origem ao livro, “O anjo da guarda”.
É na verdade a 4° parte do primeiro capítulo do livro, o que muda é o final.
Arthur
Charles Clarke é mais conhecido pela sua obra adaptada para o cinema: 2001 uma odisseia no espaço e também pelo
aclamado 2010, o ano em que faremos contato. A presente obra também já teve
os seus direitos vendidos para o cinema, vamos esperar.
Como eu sempre digo, para conhecer a obra,
precisamos conhecer o autor. Arthur Charles Clarke sempre foi um apaixonado por
astronomia. Durante a segunda Guerra Mundial serviu a R.A.F como técnico do
sistema de radar. Depois estudou matemática e Física. Aprendeu sobre os
cálculos de orbitas e propôs inclusive a chamada orbita estacionária, onde
poderiam ser colocados satélites para comunicação mundial, e estamos falando da
década de 40, inicio da década de 50!
A editora
disponibilizou uma degustação do primeiro capítulo:
Neste
futuro possível, a humanidade, em virtude de todas as dificuldades terem sido removidas,
percebe que há um vazio no homem, a criatividade, inventividade, começa a desaparecer. Todas
as expectativas de novas descobertas são ‘esfriadas’, afinal os senhores
supremos estão anos luz de todas as possíveis
descobertas. Interessante que no livro “O fim da eternidade” do grande Asimov,
também propõe esta possibilidade:
“Ao
eliminar os desastres da realidade – disse Noys – a Eternidade exclui também os
triunfos. É enfrentando as grandes dificuldades que a humanidade consegue
alcançar com mais êxito os grandes objetivos. É do perigo e da insegurança que
surge a força que impulsiona a humanidade para novas e grandiosas conquistas.
Você consegue entender isso? Consegue entender que, ao afastar as armadilhas e
vicissitudes que perseguem o homem, a Eternidade não deixa que ele encontre
suas próprias soluções, boas e amargas, soluções reais que chegam quando a
dificuldade é enfrentada, não evitada?(...)”
Sem querer levantar
polêmica, mas talvez este não seria o motivo pelo qual ainda não sofremos
contato?
‘ Com muitas conquistas e poucos focos de
resistência, a humanidade capitula diante do invasor. O Homem abdica de seu
dinamismo e poder criativo e deixa de aspirar a qualquer coisa que não o prazer
e o entretenimento. O mundo está em paz, mas um indefinível mal-estar ainda assombra
os corações humanos.
Para aqueles que resistem, torna-se evidente
que os senhores Supremos têm algo a esconder, que têm um objetivo maior. No
transcorrer de duzentos anos de história após sua chegada, alguns de seus
segredos serão revelados, outros permanecerão ocultos até que a humanidade
esteja pronta. Até que uma missão seja cumprida. Até que a raça humana conheça
o destino que lhe foi traçado.’
Bem,
qualquer coisa que eu diga mais sobre este livro vai estragar as surpresas que torna a leitura de Clarke lógica e crível.
Uma ótima
leitura.
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