terça-feira, 26 de maio de 2015

O Homem do castelo alto

  

‘Neste livro que é considerado por muitos o melhor trabalho do autor, Dick apresenta um cenário sombrio: a Segunda Guerra Mundial foi vencida pelos Nazistas. O mundo vive sob o domínio da Alemanha e do Japão. Os negros são escravos. Os judeus se escondem sob identidades falsas para não serem completamente exterminados. É nesse contexto que se desenvolvem os dramas de vários personagens. Ao apresentar uma versão alternativa da história, Dick levanta a grande questão: “O que é a realidade, afinal?" ’






TITULO: O Homem do castelo alto

AUTOR: Philip K. Dick

EDITORA: Aleph

PAG.: 304






     Desculpe o longo silêncio. Na verdade as leituras não foram interrompidas, só estou sem tempo de compilar mesmo. 
   
   Mais uma obra prima da ficção científica reeditada pela Aleph. O público Brasileiro deve conhecer este autor mais pelas obras adaptadas ao cinema, como “Blade Runner”, “Minority Report” e Vingador do Futuro”. Mas Philip tem uma verdadeiro compêndio de livros escritos.  De 1950 à 1981 foram mais de 50 obras publicadas. A temática de Dick era a questão da realidade. O que é a realidade?  Contemporâneo de Asimov, Dick fez uso das drogas dos anos 60. Existem várias histórias que contam que Dick via pessoas e imagens que ninguém mais via. Existe até um caso em que ele afirmava ter visto Jesus.

  O Estadão publicou um artigo bem interessante sobre Dick:

http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,obras-do-americano-philip-k-dick-comecam-a-ser-reeditadas-no-brasil,918097  

   Um trecho deste livro, para vocês apreciarem:

Varridas para fazer uma terra de... do quê? Quem sabia? Talvez  nem mesmo os grandes arquitetos de Berlim soubessem. Bando de autômatos, construindo e trabalhando. Construindo? Esmagando. Ogros saídos de alguma ex posição de paleontologia, atarefados em fazer um copo com o crânio do inimigo, a família inteira empenhada em pescar primeiro o conteúdo – os miolos crus – para comer.
  Depois, fazer utensílios dos ossos das pernas dos homens. Era econômica essa ideia de não só comer quem não se gosta, mas comê-los dentro do seu próprio crânio. Os primeiros técnicos! O homem  pré-histórico de jaleco branco esterilizado num laboratório de alguma universidade de Berlim, pesquisando como aproveitar crânios, pele, orelhas e gordura de outras pessoas. Ja, Herr Doktor.
Uma nova utilidade para o dedão do pé; veja, pode-se adaptar a junta para funcionar como isqueiro. Agora, se Herr Krupp conseguir produzir isso em quantidade ...’

  A editora também disponibilizou o primeiro capitulo para degustação:

1° Capítulo para degustação - Cortesia da Aleph Editora.

 Uma coisa que achei interessante na leitura desta obra é que mesmo não sendo historiador Dick fala bastante a cerca da historicidade. Para quem não sabe o que significa, historicidade é o carácter do que é histórico, isto é, que se reconhece como tendo realmente acontecido; autenticidade, veracidade. É um carácter do que existe, não no instante ou na eternidade, mas no tempo histórico. Um objeto pode ser apenas um objeto, porém pode ter uma historicidade se este mesmo objeto pertenceu a um momento específico. E desta forma, dois objetos idênticos podem ter valores diferentes. Um pedaço de pedra, por exemplo, pode não valer nada, ou pode valer algumas centenas de dólares se este pedaço de pedra for da Grande pirâmide. Este é um conceito bem utilizado no meio acadêmico histórico e no meio de colecionadores. Ainda não achei uma relação de Dick com isto, mas ele consegue fazer uma boa reflexão a respeito do tema.
  
  Uma coisa que costumo falar, para entender a obra é preciso conhecer e entender o autor. Então este documentário deve ajudar vocês a entenderem Dick:


  Nesta suposta realidade apresentada por Dick, os EUA esta dividido entre Japoneses e Alemães. Os Japoneses dentro de suas práticas cerimoniais e os Alemãs com sua tecnologia e um pensamento obscuro de ‘dominar o mundo’.

  Nesta realidade um homem escreve um livro chamado ‘ O gafanhoto torna-se pesado’, no qual ele descreve um mundo no qual os aliados haviam ganho a guerra. Obviamente que os Alemãs não gostaram do livro. Mas algumas pessoas começam a ler o livro e passam a se questionar sobre a realidade em que vivem.


  “ Para todos aqueles que estão perdidos neste labirinto interminável de realidades multiplicáveis, um lembrete: Philip k. Dick já esteve ai.”
-Terry Gilliam














Boa leitura.

Para comprar pode acessar o link:

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