quinta-feira, 28 de junho de 2012

O Médico de Lhasa



 Se você tem mais de 30 anos e se interessa pelo tema "Esotérico" com certeza já ouviu falar de Lobsang Rampa.
 Eu já li alguns livros dele, não todos, devo ser honesto. 
 Lobsang Rampa ficou mundialmente conhecido em 1955 quando a editora britânica Secker & Paula Calloni de Souza Warburg, publicou sua primeira obra, "A terceira Visão". Foi um sucesso absoluto, com mais de 80 mil cópias vendidas em seis edições só na Inglaterra.
 O Livro que eu li, foi sua segunda Obra:




 TITULO: O Médico de Lhasa
 AUTOR: Lobsang Rampa
 EDITORA: Record



  Quando li este livro pela primeira vez, pelos idos dos anos 80. Não cheguei a termina-lo. O livro era muito "complicado" para mim.     Depois, já na década de 90, eu deveria ter uns 15 / 16 anos, eu devorei o livro umas 3 vezes seguidas.O livro já estava em casa desde 1977 quando meu pai havia comprado. Já estava bem "surrado". lembro que meu pai vivia emprestando ele. 
   Se você não conhece Lobsang Rampa, ele é, ou se diz ser, um monge Budista que sofreu uma trepanação aos oito anos de idade, com o intuito de abrir a "3° Visão". Por sinal este é o título da primeira obra, onde ele explica todo o processo cirurgico o qual foi submetido. Descreve o cotidiano do mosteiro, o que para a época era algo que ninguém nunca tinha ouvido falar, ou se quer imaginava com seria. Talvez este tenha sido o segredo do sucesso imediato. 



 Mas na obra "O Médico de Lhasa", seu segundo livro,ele conta sua trajetória a partir do momento em que deixa Chakpori, o mosteiro, e parte para a China, a fim de estudar medicina e cirúrgia. O fantástico da obra é o choque cultural ao narrar os primeiros contatos com os colegas da universidade e com seus professores. O que chama a atenção são os detalhes que Lobsang descreve. 
  Mas o ponto alto do livro, são os seus ensinamentos práticos, dedicando capítulos inteiros às várias técnicas de respiração e às viagens astrais, com uma preocupação quase "didática". Eu mesmo cheguei a iniciar este "auto-aprendizado" sobre viagem astral e confesso que não fui muito bem. O que consegui foi um desalinhamento dos chakras e uma abertura do chakra da base da espinha que me deu trabalho... . Lógico que só descobri isto mais tarde com a devida orientação. Serve de alerta para você que ler este livro, não sair querendo fazer a viagem astral sem a devida preparação e orientação!
 Lobsang Rampa também descreve o período que foi prisioneiro dos Japoneses. Detalha os pormenores de todo o processo de tortura que enfrentou. Mas o melhor são as aulas de magnetismo e eletricidade que ele tem na universidade. Quando os professores explicam que em torno do Imã existe um campo magnético e desenham o campo no quadro, Lobsang acha graça, pois "  Da para enxergar o campo magnético"   Os professores ficam atônitos quando ele pega um imã e desenha o campo em torno dele. 
  Outro ponto alto é quando Lobsang fala sobre uma caverna, onde existem placas de ouro gravadas, com todo o conhecimento e a história de nosso planeta. Ele chama de " A caverna dos antigos" que mais tarde viria a se tornar um outro livro. Este eu não lí.
 Mas apesar de ser um livro que nos "afirme" ser uma história real, existe uma polêmica em torno de seu autor. A revista "sexto Sentido" certa vez publicou uma matéria sobre Lobsang Rampa. Permita-me citar um trecho:

"Afinal, quem era Lobsang Rampa?

Relatos do guru Agehananda Bharathi, autor de Light at the Center: Context and Pretext of Modern Mysticism (1976), dão conta de que quando a respeitada editora britânica Secker & Warburg recebeu o primeiro manuscrito de A Terceira Visão, então assinada por um certo dr. C. Kuon Suo - pseudônimo adotado por Lobsang Rampa – surgiram desconfianças acerca de sua procedência. Cautelosos, os editores enviaram cópias da obra para o próprio Agehananda, profundo conhecedor das tradições orientais. Seis meses depois, seu veredicto: tratava-se de uma falácia que não deveria ser publicada. "Quando li aquele livro, as primeiras duas páginas deram-me a certeza de que o autor não era tibetano, e as dez páginas seguintes, de que ele nunca havia estado no Tibete ou na índia e não sabia nada sobre o Budismo, nem sobre o tibetano, nem sobre qualquer outro", contestou.

Cópias da obra também foram enviadas a outros estudiosos do Tibete, entre eles Hugh Richardson, um dos últimos ingleses a residir em Lhasa antes da ocupação dos chineses, Marc Pallis, estudante britânico, e até mesmo Heinrich Harrer, autor do livro Sete Anos no Tibete, que serviu de base para o roteiro do filme homônimo lançado em 1997. O filme, aliás, é uma deliciosa e intrigante confirmação de todo o universo descrito no primeiro livro de Rampa. As rodas de orações, o Potala, o telescópio do Dalai Lama, os chortens, está tudo lá. Detalhe: Sete Anos no Tibete foi escrito em 1953, e A Terceira Visão, em 1955.(???)

Consultados acerca do manuscrito da primeira obra de Lobsang Rampa, tanto Harrer, quanto Pallis e Richardson foram da mesma opinião: o livro era uma fraude e seu autor, um impostor.

Suas admoestações pareceram não preocupar os editores que, independentemente das opiniões contrarias, e talvez antevendo o potencial de vendagem do livro, optaram por publicá-lo assim mesmo.

O que aconteceu é o que já se sabe: um sucesso de vendas, repercutindo no mercado editorial do mundo inteiro.

Para Harrer, Pallis e Richardson, um sujeito estranho de procedência duvidosa não tinha o direito de representar a cultura tibetana perante o mundo."






   
   Uma das explicações, diz-se que, o autor haveria incorporado um Monge Budista. O que na verdade colocaria a sua obra como Psicografado. Mas isto nunca foi feito. E a imagem que se vende é de que trata-se uma história real.

    
    Bem meu amigo, sendo real ou não, vale a pena ler este livro. Se você quer conhecer um pouco deste universo à parte, Lobsang fornece uma riqueza de detalhes impressionante. E assim como foi Erick Von Daniken, Lobsang foi um marco para a geração anos 60 e posteriores. Se Von Danikem nos abriu os olhos para uma nova "possibilidade", Lobsang nos abriu os olhos para o esoterismo, a metafísica e bioenergias.





 


   Para saber mais:


 Leia os outros livros do autor. Posso indicar os que já Lí:


  - 3° Visão
  - 13° Vela
  - Além do 1° Décimo


http://pt.wikipedia.org/wiki/Lobsang_Rampa
http://www.gnosisonline.org/mestres-da-senda/lobsang-rampa/

   Ótima leitura.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Grandes discursos da Humanidade...






 

Compatriotas!
Hoje calaram-se os canhões. Terminou uma tragédia. Colhemos uma importante vitória. Os céus não semeiam mais morte, os mares apenas albergarão comerciantes, os homens caminharão, em qualquer parte, de cabeça erguida. O mundo inteiro vive em paz. A sagrada missão foi cumprida, e ao dizer-vos isso a vós, o povo, falo em nome de milhares de bocas silênciosas, para sempre mudas nas selvas, nas praias e nas profundezas do Pacífico. Falo para os milhões de valorosos homens anónimos que regressam aos seus lares para construir o futuro, um futuro que todos eles, em grande medida, ajudaram a salvar da catástrofe.

 Ao voltar os olhos para o longo caminho percorrido desde os terríveis dias de Bataan e Corregidor, numa altura em que o mundo inteiro vivia mergulhado no terror, em que a democracia cerrava fileiras, quando a civilização moderna estremecia, não posso deixar de dar graças a Deus por nos ter dado o heroísmo, a coragem e a força necessárias para alcançar a vitória.

Conhecemos o sabor amargo da derrota e a doçura da vitória e, com ambas as sensações, aprendemos que não podemos retroceder. Devemos avançar para preservar a paz que ganhámos com a guerra.

 Desde o inicio do mundo o Homem luta pela paz. Através de longas eras tentou diversos processos internacionais para evitar ou resolver disputas entre nações. Sempre se encontraram meios práticos no que se refere aos cidadãos, mas jamais triunfou uma estrutura internacional de maior alcance. As alianças, o equilibrio das potencias, as ligas de nações, tudo fracassou deixando o passo aberto à guerra. A espantosa capacidade de destruição da guerra elimina agora a alternativa. Temos uma nova e ultima oportunidade. Constituamos o maior e mais equitativo sistema: do contrário, produz-se o choque definitivo entre as forças do bem e do mal.

 O problema é basicamente teológico. Compreende a reafirmação espiritual e o progresso do carater humano, capaz de sincronizar-se com o adiantamento quase inconcebível das ciências em todos os terrenos materiais ou culturais dos ultimos dois mil anos. Devemos afirmar o espírito, se desejamos salvar a carne. Estamos hoje em Tóquio, aqui onde esteve nosso compatriota o comodoro Perry, há 90 anos. Seu propósito foi levarao Japão uma era de luz e progresso, cessar seu isolamento da amizade e comercio do mundo.

 Mas o conhecimento adquirido da ciência ocidental foi forjada em instrumento de opressão e escravização. A liberdade de expressão, de ação, de pensamento, foram negadas pela supressão da educação liberal e pela aplicação da força. Obriga-nos a declaração de Potsdam a diligenciar para que o povo japones se liberte da escravidão. É meu propósito cumprir a obrigação tão rapidamente quanto sejam desmobilizadas suas forças e logo que sejam dados outros passos essenciais à neutralização de seu poder bélico. A energia da raça japonesa deve ser dirigida para sua expanção vertical, não horizontal.

 Dirigido para rumos construtivos, o país pode elevar-se de sua condição deplorável a uma situação digna.

 No Pacífico está à vista um novo mundo emancipado. Hoje a liberdade está na ofenciva, e a demogracia em marcha. Tanto na Ásia como na Europa, os povos avançam para a total liberdade e ausência do medo.

 Nas Filipinas, os Estados Unidos deram forma a este novo mundo livre asiático, e demonstraram aos povos do Oriente e do Ocidente que podem avançar ombro a ombro, baseados no mútuo respeito e com beneficio recíproco. A história de nossa soberania naquelas ilhas conquistou a confiança do Oriente.

 Compatriotas! Informo-vos hoje que vossos filhos e filhas serviram com vigor, combatividade e determinação de soldados e marinheiros americanos, baseados na tradição, contra o fanatismo de um inimigo apoiado em ficções mitológicas. E triunfaram. Vão agora para seus lares. Velai por eles.”

   General MacArthur – 24 de Setembro de 1945.

  Tudo que os homens deixam de sua passagem pela terra, são ecos. Estes ecos podem ser percebidos em suas obras, em seus descendentes, em suas ideias e em suas palavras.
 Dis-se a muito tempo, que uma palavra dita é como uma flexa que sai do arco. Não há volta.


 TITULO: 100 Discursos Históricos
 AUTOR: Carlos Figueiredo
 EDITORA: Editora Leitura
 PAG: 445

  Carlos Figueiredo consegue reunir nesta obra cem grandes discursos. O termo discurso admite muitos significados. O mais conhecido deles é do discurso como uma exposição metódica sobre certo assunto. Um conjunto de ideias organizadas por meio da linguagem de forma a influir no raciocínio, ou quando menos, nos sentimentos do ouvinte ou leitor.
Outro significado corrente, muito usado entre os linguistas, cientistas sociais e estudiosos da Comunicação - como Michel Foucault e Émile Benveniste -, porém menos difundido, é do discurso como algo que sustenta e ao mesmo tempo é sustentado pela ideologia de um grupo ou instituição social. Ou seja, ele é baseado em um conjunto de pensamentos e visões de mundo derivados da posição social desse grupo ou instituição que permitem que esse grupo ou instituição se sustente como tal em relação à sociedade, defendendo e legitimando sua ideologia, que é sempre coerente com seus interesses.
  O fato é que apesar de sabermos que a maioria dos discursos, pelo menos aqueles que marcam, nunca são “de improviso”. Ainda assim suas palavras provocam os mais variados sentimentos.

 Quem há de ficar com os olhos secos diante do discurso de Marco Antonio no funeral de Julio Cesar?


  Amigos, romanos, cidadãos dêm-me seus ouvidos. Vim para enterrar Cezar, não
para louvá-lo. O bem que se faz é enterrado com os nossos ossos, que seja
assim com Cezar. O nobre Brutus disse a vocês que Cezar era ambicioso. E se é verdade que era, a falta era muito grave, e Cezar pagou por ela com a vida, aqui, pelas mãos de Brutus e dos outros. Pois Brutus é um homem
honrado, e assim são todos eles, todos homens honrados. Venho para falar no funeral de Cezar. Ele era meu amigo, fiel e justo comigo. Mas Brutus diz que ele era ambicioso. E Brutus é um homem honrado.
Ele trouxe muitos prisioneiros para Roma que, para serem libertados,
encheram os cofres de Roma. Isto parecia uma atitude ambiciosa de Cezar?
Quando os pobres sofriam Cezar chorava. Ora a ambição torna as pessoas duras e sem compaixão. Entretanto, Brutus diz que Cezar era ambicioso. E Brutus é um homem honrado. Vocês todos viram que na festa do Lupercal, eu, por três vezes, ofereci-lhe uma coroa real, a qual ele por três vezes recusou. Isto era ambição? Mas Brutus diz que ele era ambicioso, e Brutus, todos sabemos, é um homem honrado.
Eu não falo aqui para discordar do que Brutus falou. Mas eu tenho que falar daquilo que eu sei. Vocês todos já o amaram e tinham razões para amá-lo. Qual a razão que os impede agora de homenageá-lo na morte?
Ontem, a palavra de Cezar seria capaz de enfrentar o mundo, agora, jaz aqui morta. Ah! Se eu estivesse disposto a levar os seus corações e mentes para o motim e a violência, eu falaria mal de Brutus e de Cassius, os quais, como sabem, são homens honrados. Não vou falar mal deles. Prefiro falar mal do morto. Prefiro falar mal de mim e de vocês do que destes homens honrados. Mas, eis aqui, um pergaminho com o selo de Cezar. Eu o achei no seu armário. É o seu testamento. Quando os pobres lerem o seu testamento (porque, perdoem-me, eu não pretendo lê-lo), e eles se arrojarão para beijar os ferimentos de Cezar, e molhar seus lenços no seu sagrado sangue. Tenham paciência amigos, mas eu não devo lê-lo. Vocês não são de madeira ou de ferro, e sim humanos. E, sendo humanos, ao ouvir o testamento de Cezar vão se inflamar, ficarão furiosos. É melhor que vocês não saibam que são os herdeiros de Cezar! Pois se souberem... o que vai acontecer? Então vocês vão me obrigar a ler o testamento de Cezar? Então façam um círculo em volta do corpo e deixem-me mostrar-lhes Cézar morto, aquele que escreveu este testamento.
Cidadãos. Se vocês têm lágrimas, preparem-se para soltá-las. Vocês todos
conhecem este manto. Vejam, foi neste lugar que a faca de Cassius penetrou. Através deste outro rasgão, Brutus, tão querido de Cezar, enfiou a sua faca, e, quando ele arrancou a sua maldita arma do ferimento, vejam como o sangue de Cezar escorreu. E Brutus, como vocês sabem, era o anjo de Cezar. Oh! Deuses, como Cezar o amava. O golpe de Brutus foi, de todos o mais brutal e o mais perverso. Pois, quando o nobre Cezar viu que Brutus o apunhalava, a ingratidão, mais que a força do braço traidor, parou seu coração. Oh! Que queda brutal meus concidadãos. Então eu e vocês e todos nós também tombamos, enquanto esta sanguinária traição florescia sobre nós. Sim, agora vocês choram. Percebo que sentem um pouco de piedade por ele. Boas almas. Choram ao ver o manto do nosso Cezar despedaçado. Bons amigos, queridos amigos, não quero estimular a revolta de vocês. Aqueles que praticaram este ato são honrados. Quais queixas e interesses particulares os levaram a fazer o que fizeram, não sei. Mas são sábios e honrados e tenho certeza que apresentarão a vocês as suas razões. Eu não vim para roubar seus corações. Eu não sou um bom orador como Brutus. Sou um homem simples e direto, que amo os meus amigos.Aqui está o testamento, com o selo de Cezar. A cada cidadão ele deixou 75 dracmas. Mais, para vocês ele deixou seus bens. Seus sítios neste lado do Tibre, com suas árvores, seu pomar, para vocês e para os herdeiros de vocês e para sempre. Este era Cezar. Quando aparecerá outro como ele?"

  Ou qual de vocês não imaginam Winston Churchill, diante de uma nação apavorada, segurando seu charuto e invocando a máxima em seu discurso: “ Nada tenho a vos oferecer, salvo Sangue, trabalho, suor e lágrimas...”


   “Na última sexta-feira à noite recebi de Sua Majestade o encargo de constituir novo Governo. Era evidente desejo do Parlamento e da Nação que este Governo tivesse a mais ampla base possível e que incluísse todos os Partidos. 
Fiz já a parte mais importante desse trabalho.
Formei um gabinete de guerra com cinco membros, que representam, com a Oposição Trabalhista, e os Liberais, a unidade nacional. Era necessário que tudo isto se fizesse num só dia, dada a extrema urgência e gravidade dos acontecimentos. Outros cargos importantes foram providos ontem e apresentarei esta noite ao Rei uma nova lista. Conto concluir amanhã a nomeação dos principais ministros. 
A escolha dos restantes ministros normalmente leva um pouco mais de tempo, mas espero que, quando o Parlamento voltar a reunir-se, essa parte da minha tarefa esteja terminada e a constituição do Governo se encontre completa sob todos os pontos de vista. Entendi ser de interesse público propor que a Câmara fosse convocada para hoje. No final da sessão de hoje, propor-se-á o adiamento dos trabalhos até terça-feira, 21 do corrente, tomando-se as disposições adequadas para que a convocação se faça antes disso, se necessário for. As questões a discutir serão notificadas aos Srs. deputados o mais cedo possível. 
Convido agora a Câmara, pela moção apresentada em meu nome, a registrar a sua aprovação das medidas tomadas e a afirmar a sua confiança no novo Governo.
A resolução:
«Esta Câmara saúda a formação de um governo que representa a vontade única e inflexível da Nação de prosseguir a Guerra com a Alemanha até uma conclusão vitoriosa.» 
Formar um Governo de tão vastas e complexas proporções é, já por si, um sério empreendimento, mas devo recordar ainda que estamos na fase preliminar duma das maiores batalhas da história, que fazemos frente ao inimigo em muitos pontos - na Noruega e na Holanda -, e que temos de estar preparados no Mediterrâneo, que a batalha aérea contínua e que temos de proceder nesta ilha a grande número de preparativos. 
Neste momento de crise, espero que me seja perdoado não falar hoje mais extensamente à Câmara. Confio em que os meus amigos, colegas e antigos colegas que são afetados pela reconstrução política se mostrem indulgentes para com a falta de cerimonial com que foi necessário actuar. Direi à Câmara o mesmo, que disse aos que entraram para este Governo: «Só tenho para oferecer sangue, sofrimento, lágrimas e suor». Temos perante nós uma dura provação. Temos perante nós muitos e longos meses de luta e sofrimento. 
Perguntam-me qual é a nossa política? Dir-lhes-ei; fazer a guerra no mar, na terra e no ar, com todo o nosso poder e com todas as forças que Deus possa dar-nos; fazer guerra a uma monstruosa tirania, que não tem precedente no sombrio e lamentável catálogo dos crimes humanos. -; essa a nossa política. 
Perguntam-me qual é o nosso objetivo? Posso responder com uma só palavra: Vitória – vitória a todo o custo, vitória a despeito de todo o terror, vitória por mais longo e difícil que possa ser o caminho que a ela nos conduz; porque sem a vitória não sobreviveremos. 
Compreendam bem: não sobreviverá o Império Britânico, não sobreviverá tudo o que o Império Britânico representa, não sobreviverá esse impulso que através  dos tempos tem conduzido o homem para mais altos destinos. 
Mas assumo a minha tarefa com entusiasmo e fé. Tenho a certeza de que a nossa causa não pode perecer entre os homens. Neste momento, sinto-me com direito a reclamar o auxílio de todos, e digo unamos as nossas forças e caminhemos juntos”.

  Este não é um livro para se ler. É um livro para se degustar. Se possível acompanhado de uma bela música, Beethoven, Bach, Mozart... Você escolhe. Deixe-se sonhar:

 
  "Eu tenho um sonho!
Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.
Eu tenho um sonho que um dia nas colinas vermelhas da Geórgia os filhos dos descendentes de escravos e os filhos dos desdentes dos donos de escravos poderão se sentar junto à mesa da fraternidade.
Eu tenho um sonho que um dia, até mesmo no estado de Mississippi, um estado que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.
Eu tenho um sonho que minhas quatro pequenas crianças vão um dia viver em uma nação onde elas não serão julgadas pela cor da pele, mas pelo conteúdo de seu caráter. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia, no Alabama, com seus racistas malignos, com seu governador que tem os lábios gotejando palavras de intervenção e negação; nesse justo dia no Alabama meninos negros e meninas negras poderão unir as mãos com meninos brancos e meninas brancas como irmãs e irmãos. Eu tenho um sonho hoje!
Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.
Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que regressarei para o Sul. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar juntos, rezar juntos, lutar juntos, para ir encarcerar juntos, defender liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo significado.

E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todas as crianças de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho spiritual negro:

Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."

 Luther King 1963.

 Ótima leitura.


sábado, 23 de junho de 2012

GUERRA!!!!!


  Segundo o Wikipédia Guerra é um confronto sujeito a interesses da disputa entre dois ou mais grupos distintos de indivíduos mais ou menos organizados, utilizando-se de armas para tentar derrotar o adversário. A guerra pode ocorrer entre países ou entre grupos menores como tribos ou facções políticas dentro do mesmo país (confronto interno). Em ambos os casos, pode-se ter a oposição dos grupos rivais isoladamente ou em conjunto. Neste último caso, tem-se a formação de aliança(s).
 Segundo Sun Tzu, “a guerra é de vital importância para o Estado; é o domínio da vida ou da morte, o caminho para a sobrevivência ou a perda do Império: é preciso manejá-la bem. Não refletir seriamente sobre tudo o que lhe concerne é dar prova de uma culpável indiferença no diz respeito à conservação ou à perda do que nos é mais querido; e isso não deve ocorrer”. 

 O fato é que nossa sociedade tal qual a conhecemos, foi sendo moldada através do tempo por diferentes aspectos. Aspecto econômico, religioso, climático... Porém nenhum deles consegue mudar a sociedade com tanta rapidez quanto a guerra. Estudar as guerras, é entender nossa sociedade. 


 

TITULO: ENCICLOPEDIA DAS GUERRAS – Conflitos Mundiais Através dos tempos.
 AUTOR: Adrian Gilbert
 EDITORA: M.Books
 PAG: 310


  Eu sempre quis muito este livro. Dimensões grandes, capa dura, papel couche... Um daqueles livros que tem “presença” em qualquer biblioteca. O que impactava era o preço, quase R$300,00. Até que na Bienal de 2005 encontrei-o por R$150,00. Não tive dúvidas comprei na hora.
 O livro, além de ter um acabamento impecável, transmite uma leitura “leve”, apesar do tema. Todo o trabalho de pesquisa, narração e diagramação foram muito bem arquitetados de forma que os mapas, figuras, fotos e quadros informativos são muito bem posicionados e estão em sintonia com o texto, sempre. Dificilmente você vai ter que virar uma página para ver um mapa, ou voltar para ler um quadro informativo. Isto torna a leitura dinâmica. 

 Destaque a era Romana, onde todo o período, entre a República, o Império e a queda são mostrados em separado. Você tem a oportunidade de entender como era articulado o exército Romano. As Legiões, os Manípulos, Coortes, Hastários e Príncipes. E principalmente, como esta organização foi fundamental para o crescimento de Roma.

 Na parte dedicada à guerra Civil Americana, posso dizer que é quase um livro dentro do livro. São 30 páginas, 10 capítulos ao todo. Se você nunca entendeu a guerra civil Americana, com este livro você vai entender. Muito bem detalhado os combates, os Generais, as armas e as estratégias.

 A Primeira e a Segunda Guerra também receberam o devido destaque. Não soma muito a outros livro, mas se você nunca estudo a fundo o tema, é bem completo a nível de entendimento do "desenrolar" dos combates.


 
 Neste livro consegue-se criar uma linha temporal bem clara, no quanto as tecnologias evoluíram através dos conflitos, em conseqüência também há o avanço dos armamentos.
 A abordagem segue de um período que vem desde as guerras no Egito Antigo, até a derrubada de Saddan Husseim em 2005.

 São cinco mil anos de conflitos dos mais variados. Este estudo proporciona a você uma visão de como as guerras são, ou parecem ser, inerentes a condição humana. 
 
 Se você estuda história, este livro vai somar muito conhecimento. Se você, assim como eu, estuda esta interação humana, esta interdependencia que leva o ser humano a atos heróicos, não pela pátria muitas das vezes, mas apenas pelo companheiro ao lado. O chamado "espírito de corpo". Este livro esta na medida certa.

 Para saber mais:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Guerra
http://www.infoescola.com/historia/guerra-civil/
http://www.zemoleza.com.br/carreiras/30200-a-evolucao-da-guerra.html
 http://www.descobrindohistoria.com.br/2011/07/exercito-romano-poderoso-e-organizado.html


 Boa leitura!




terça-feira, 19 de junho de 2012

A década que mudou o mundo!


A década de 1960 foi um marco para nossa civilização. Esta década assistiu em 1960 a ida do primeiro satélite artificial para o espaço e nove anos depois o homem pisava na lua. Em 1967 ocorre a primeira transmissão via satélite e em 1969 o embrião da internet é criado. Em 21 de Abril de 1960, a capital do Brasil é transferida do Rio de Janeiro para Brasília. Ainda em 1960, Jânio Quadros é eleito presidente do Brasil. Em 1961, renuncia. Em 1963, enquanto fazia uma visita à Dallas, o presidente J. F. Kennedy é assassinado. Em 1964, um golpe militar no Brasil tira do poder o presidente João Goulart. Início da ditadura militar no Brasil. Em 1966, tem inicio a Revolução Cultural na China. Em 1968, é assassinado o ativista pelos direitos civis Martin Luther King. Temos ainda a construção do muro de Berlin, a Guerra do Vietnã... UFA!!!! Que década. E ainda não falamos do Rock’n roll, Beatles, os shows de MPB...WOODSTOCK!!!!! O mundo estava passando por um processo. Estávamos saindo de um “status quo”, as idéias afloravam em todas as áreas do conhecimento. E o que pode ter passado despercebido para muitos, mas que sacudiu o mundo, foi o lançamento do filme “2001 uma odisséia no espaço” e do livro:


 TITULO: ERAM OS DEUSES ASTRONAUTAS?
 AUTOR: ERICH VON DANIKEN
 EDITORA: MELHORAMENTOS
 PAG: 200

 Edição recente:
 
A primeira vez que li este livro, eu deveria ter uns 10 anos. O livro era do meu pai. Na época eu lembro que não consegui acompanhar todo o raciocínio do livro, mas a maioria das questões levantadas por Von Daniken, eram um pouco das minhas. Não sei como explicar, mas houve uma simbiose de tal forma, que eu passei a ler o livro constantemente. Eu lia outros autores, revistas e depois voltava para o livro.
 Se você não sabe do que se trata o livro, bem vale começar pelo autor:
 O suíço Erich Von Däniken é escritor pesquisador e ficou mundialmente famoso ao descrever como hipótese a suposta vinda de seres extraterrestres como sendo os deuses que visitavam o planeta Terra no passado. Nesta obra em questão, Daniken faz cerca de 323 questionamentos a cerca de nosso passado. Mas entende-lo é entender a década. Por isto iniciei o post falando sobre a década de 1960. A década que viu os homens irem ao espaço, abriu caminhos para uma nova “possibilidade” que antes não passava de um sonho. As descobertas arqueológicas do Doutor J. Mellaart em 1964. Logo em 65 o Doutor  Gerald Hawkins publica sua tese, de que Stonehenge era um observatório astronômico de 1700 AC!
 Von Daniken passou a ver o mundo em que estava inserido com novas possibilidades. E correu o mundo para encontrar provas desta “nova realidade”. 


 “ Não temos culpa de que no universo existam milhões de outros planetas...
 Não somos culpados pelo fato de a estátua japonesa de Tokomai, de muitos milhares de anos de idade, ostentar em seu capacete fechos modernos e viseiras...Nem pela existência do relevo de pedra de Palenque...
 Menos ainda somos culpados se o Almirante Piri Reis não queimou seus mapas e se os livros antigos e as tradições de história da humanidade apresenta tantos aspectos desconcertantes...
 ...Porem, teremos culpa se, sabendo de tudo isso,não o levarmos em consideração, não o levarmos a sério!”
 Erich Von Daniken

 Talvez o grande diferencial de Von Daniken se deva ao fato de que ele não lide apenas com Hipóteses de cunho filosóficos. Não! Ele vai até lá, nos apresenta elementos concretos, físicos, palpáveis, no entanto, inexplicáveis.

 
 A cada achado arqueológico o inicio de nossa civilização fica mais recuado.
 Eu tenho uma teoria. Nós costumamos pensar muito linearmente. O que quero dizer com isto? Bem..., é muito mais fácil, e se enquadra muito melhor em nosso modo “linear” de pensar, se imaginamos a nossa evolução x tempo, do tipo "perfeitamente contínuo".


 Mas se pudermos ver uma nova possibilidade, e se ao invés de contínuo, nossa evolução x tempo contivesse inúmeros picos e vales?

  Muitos jogaram ovos em Von Daniken. A grande maioria não tinha nada mais que Dogmas enraizados em tradições que nem se quer compreendem. 

 Para ler este livro, dispa-se de dogmas, preconceitos ou outros similares. Encare esta realidade como uma “possibilidade” e explore-a. Tenho certeza que no final desta viagem você vai se surpreender.


 
Para Saber mais:

 - Veja o filme “Eram os Deuses Astronautas?”

 
 Leia os outros livros do autor:

  - O ouro dos Deuses
 
  - Erich Von Danicken em Julgamento



 Boa leitura!

domingo, 17 de junho de 2012

Ilha de Enxofre.



“  As defesas são poderosas. O numero de defensores é considerável e estão muito bem armados para o tamanho  da ilha.  Creio que é a posição fixa mais bem defendida deste mundo, particularmente em se tratando de uma ilha.
 Contamos com perdas. Contamos com perdas de navios e de tropas, e cremos que serão consideráveis. Estamos providenciando, na medida de nosso conhecimento, de nossa capacidade  e de nossa intenção, para reduzir  estas perdas o quanto possível. Mas haveremos de ter perdas. De qualquer maneira, esperamos conquistar aquela posição .”
Almirante Turner

  
  TITULO: IWO JIMA
   AUTOR: RICHARD F. NEWCOMB
  EDITORA: FLAMBOYANT
  PAG: 267

  Se não estou enganado foi este livro que inspirou os filmes de Clint Eastwood, “Cartas de Iwo Jima” e “Conquista da Honra, A”. Este livro eu comprei em um sebo,  no centro do Rio de Janeiro. É uma edição de 1968. Encadernado em capa dura, com borda tipo “lombada” e as folhas são em uma gramatura bem maior que o costume. É o tipo de livro feito para durar. Pela qualidade desta impressão, um livro destes, se fosse reeditado hoje, desta maneira, estaria custando uns R$ 300,00, ou mais. 

  Richard fez um belíssimo trabalho de pesquisa, entrevistando veteranos, verificando arquivos tanto Americanos quanto Japoneses e dando um toque de suspense na narrativa. Um tipo de leitura que agradará a todos os leitores. Confesso que tem uma linguagem bem mais "militar" que a esperada, e isto se deve ao fato de RICHARD F. NEWCOMB ter sido correspondente durante a segunda guerra. Talvés se você for um leitor mais voltado para tipos "romances", vai acabar desgarrando da leitura.

 Iwo Jima é um marco na história militar mundial. A tomada da ilha foi vital para o esforço da guerra no pacífico e assegurou aos “Marines” o lugar de honra na história. Se o Britânicos deveram muito aos poucos pilotos que defenderam suas vidas, os Americanos devem aos “Marines” a vitória no Pacífico.
  O  livro é dividido em apenas quatro capítulos, da seguinte forma:

 I° PARTE – A ilha do enxofre:
2° PARTE – A invasão:
3° SURIBACHI – Apenas o início:
4° O ultimo reduto de Kuribayashi

  Acredito que você terá a mesma dificuldade que tive ao começar a ler o livro. As intermináveis siglas dos veículos utilizados pelos Marines, nem sempre são esclarecidas. Eu fiz então um pequeno índice que colei na contracapa do livro.

LCM – Navio de desembarque médio. É um lanchão todo de mateal, com 16 metros. Pode transportar um camihão ou um pequeno tanque. É mais veloz que os LCU e LST.

LCPL – Embarcação de desembarque de pessoal, com cerca de 10 metros

LCU – Embarcação de desembarque de tropas e equipamentos. É muito lenta, mas pode levar vários tanques, caminhões e jipes.

LCVP – Também para desembarque de tropas e equipamentos. Tem dez metros.

 
 OBS: As velocidades médias dos LCM, LCPL e LCPV são de 15 nós

LPH – Navio que leva as tropas para próximo a praia. São na maioria classe ESSEX, porta-aviões modificados.

 
 LSD – Navio doca. É um grande navio, que transporta LCU ou outras pequenas embarcações. Seu convés inferior é como um dique seco. Para lançar as embarcações ele inunda o convés inferior e abre as portas. ( Hoje os LSD’s também levam helicópteros).

 
LST – Navio de desembarque. É a maior embarcação que chega a tocar no solo. Tem na proa grandes portas. Podendo levar tanques, jipes, artilharia e tropas.


LVT – Tanque anfíbio que leva as tropas para a praia.

 

 Espero que isto ajude você também.

  Vai encontrar neste livro:

Para quem trabalha com logística, ou estuda o assunto, é uma fonte interessante. A logística executada pelas forças armadas Americanas para desembarque das tropas e abastecimento das mesmas é surpreendente.
 Se você quer entender um pouco mais dos costumes Japoneses da época, também vai encontrar neste uma ótima fonte de consulta.

  Se você estuda este período da história, deve ler este livro. Não há outro com um relato deste tipo. Richard faz um "minuto a minuto", nos levando dos conveses dos navios até as cavernas mais incrustadas de Iwo Jima. 

  “ Talvez não voltarei vivo desta missão, mas asseguro-lhe que lutarei com o que houver de melhor em habilidades em mim, para afastar a menor sombra de desgraça sobre nossa família. Lutarei como filho de Kuribayashi, o Samurai, e me conduzirei de maneira a merecer o nome Kuribayashi. Guiem-me os meus antepassados.”
 Carta do General Kuribayashi, encarregado por Tojo para defender Iwo Jima, à seu irmão.

 Para saber mais:

 http://www.iwojima.com/
 http://veja.abril.com.br/especiais_online/segunda_guerra/edicao008/sub2.shtml
 Livro Iwo Jima de Michel Russell, da Renes editora - Série História Ilustrada da 2° Guerra mundial. ( Muito material fotográfico )
 Veja os filmes, Cartas de Iwo Jima e Conquista da Honra, A. 

 Ótima leitura!

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mistérios e iniquidades da corte de Roma.

 
  Mortes, envenenamentos, parricídios, adultérios, incestos...
 Você acha que conhece a história?
 E se eu lhe dissesse que tudo o que disse acima esta relacionada ao cristianismo? Mais especificamente aos Papas?
 O orgulho e a ambição guiavam os primeiros “representantes de Deus na terra”. Os dogmas estabelecidos por eles ainda perduram. E algumas de suas idéias, cujo objetivo era submeter os pobres seguidores de Cristo, ainda são usados por um sem número de falsos profetas em peles de “pastores”, “guias”, “padres”...

 
TITULO: Os crimes dos Papas
 AUTOR: Maurice Lachartre
EDITORA: MADRAS
 PAG: 435

 Este livro eu ganhei de presente de aniversário em 2010. Mas na verdade não se trata de uma obra recente. Este livro foi publicado pela primeira vez em 1842. Porem a mando do Papa da época, todas as obras foram destruídas.

 Um pouco sobre o autor:
 Maurice Lachâtre (Issoudun, 14 de outubro de 1814 - Paris, 9 de março de 1900), forma sincopada e pseudônimo de Maurice de la Châtre, foi um influente e importante intelectual, editor e escritor francês. Foi responsável pela enciclopédia Novo Dicionário Universal, e mais conhecido por haver protagonizado o Auto de fé de Barcelona, em 1861.



 
Esta edição, divulgada pela editora Madras, trás uma apresentação, escrito pelo renomado Eduardo Carvalho Monteiro. Que faz um breve resumo da história da formação da Igreja primitiva.

 Acho que ninguem melhor para descrever o livro, do que o próprio autor. Então nas palavras do próprio Maurice:

 “ Os Papas, monstros mais infames e ferozes que os da antiga Roma e de Bizancio, assentados na cadeira pontifical, cingidos com o trílice diadema do orgulho, da hipocrisia, do fanatismo, cercado por assassinos, de envenenadores, de cortesãos, entregavam-se a todos os deboches e insultavam as desgraças públicas. Mas as trevas dissipam-se, os assassinos, a miséria, a devastação fizeram surgir verdades terríveis e eternas, que a política e a crueldade dos Reis tinham sepultado debaixo das ruinas dos impérios. “

 O livro é de um belo acabamento, simples, devo admitir. Uma característica deste livro é a “famosa” escrita em duas colunas por página. Terrível... Eu não sei quanto a vocês, eu odeio. Alguns podem diser que por se tratar de uma obra do século XIX, as produções da época eram na sua maioria assim. Concordo, mas fica muito cansativa a leitura. Bem este é o único desagrado em relação a este livro.

 
 Os capítulos são apresentados divididos pelos séculos, vindo do seculo I° ao IX°. Em cada capítulo, ou seja, em cada um dos Séculos o autor nos apresenta aos Papas e antes de contar a história do Papa em questão, faz um pequeno resumo de seu Papado. É bem interessante, pois se você estiver fazendo uma pesquiza, sobre um determinado evento, ou assunto, fascilita muito.

 Vou dar um exemplo: Vamos supor que você quer saber mais sobre o Papa que foi arrastado pelas ruas? Eu sei que foi no século VI°. Mas tiveram 20 papas! Teria que ler sobre todos eles para saber que fora Vigílio, o 61° Papa. Mas não é preciso, no resumo aparece “(...) – Arrastado pelas ruas de Constantinopla com uma corda no pescoço(...)”

 Nota interessante para história da Papisa Joana, do século XIII°, seria o 108° Papa. 

 

 A história esta repleta de Papas mortos na cama de sua amante, envenenados, assassinados por pretendentes ao cargo máximo da igreja. Outros que mataram a família, mantinham relações com a irmã e vendiam cargos por interesse próprio. Este era o cenário dos primeiros nove séculos da formação da Igreja.

 
 Aos estudantes de Teologia, história ou curiosos do tema, este é um livro obrigatório. Além do histórico dos Papas, tem-se todo o cenário de época. Os Reis, as revoltas, o povo... 

 Devo concordar que é uma leitura “pesada”. Os fatos expostos podem mexer muito com a credibilidade da insituição católica. Porem sou da opinião de que a verdade deve ser mostrada e que cada um tire suas concluões.

 Para saber mais:
  Um pouco mais da história da Igreja, "Nascidos do Sangue" - Também da Madras editora
 

domingo, 10 de junho de 2012

A volta.








  Você acredita em reencarnação?
 Calma, não estou querendo iniciar uma discussão sobre dogmas religiosos. Mas considere por um instante a possibilidade de ocorrer eventos na sua família que o levem a uma única explicação, a reencarnação.
 Não estou falando de nenhum filme de Hollywood. Estou falando de uma história real, ocorrida em uma família, como a minha, como a sua...


TITULO: A VOLTA
AUTOR: BRUCE E ANDREA LEININGER
EDITORA: BEST SELLER
PAG: 320

  ATENÇÃO !     ATENÇÃO!      ATENÇÃO!     ATENÇÃO!    ATENÇÃO!  
Antes de falar sobre este livro, quero lembrar que este Blog é sobre... livros. Não estou aqui querendo defender um dogma ou uma doutrina. Acredito que o "homem tem o direito universal de adorar à Deus a sua maneira". Porem, se você possui preconceitos enraizados sobre o assunto, e simplesmente não quer ver seus Dogmas abalados sobre esta tema, melhor parar por aqui.

 Avisado está, então vamos continuar.

 Pode parecer estranho, mas quando comprei este livro, em 2010, o fiz mais pela capa, do que sobre o assunto em si. Explico...: Quando comprei o livro achei tratar-se de um romance sobre reencarnação e cuja história de fundo seria sobre a vida de um piloto durante a segunda guerra. E se você pegar este livro desavisadamente, tenho certeza que também terá esta impressão. Quando emprestei este livro para minha mãe ela também teve, inicialmente, esta impressão do livro.

 Mas a coisa começa mudar quando você se da conta de tratar-se de uma história real. Um “drama” vivido pela família Leininger, com seu pequeno filho James.

 Os pais contam que aos dois anos o pequeno James começa a ter um sono perturbado por pesadelos. No inicio ele apenas se debatia e gritava. Mas logo passou a falar algumas coisas do tipo: “O avião esta em chamas!”.
 Com o passar do tempo até quando não estava dormindo James falava sobre um piloto, James Huston Jr, desenhava aviões em combate e bombas explodindo.
 Em uma tentativa de ajudar o filho e entender o que estava acontecendo, Bruce e Andrea começam a pesquisar em cima das informações que o filho, aos poucos, ia lhes revelando. Eram dados surpreendentes sobre nomes, aviões, dados geográficos...
 Quando James lhes revela o nome de um porta-aviões, Bruce encontra, pela internet, um grupo de ex-combatentes do “suposto” porta-aviões. Ainda com um certo ceticismo, apesar de tudo, ele viaja para encontrar-se com os ex-combatentes. Mas nada que ele pudesse ter feito previamente o prepararia para aquele encontro.
 No ano seguinte os pais decidem então levar o pequeno James a reunião dos ex-combatentes. O reconhecimento dos “ex-companheiros”, os dados “secretos” pertinente ao porta-aviões, que eram conhecidos apenas pelo grupo que nele servira, foi o que faltava para que os pais acreditassem que seu filho, de fato, abrigava a alma de um herói.
 Os desfecho do livro é surpreendente. Não vou citá-lo para não estragar a surpresa.

 Aqueles que seguem uma linha espírita, ou que simplesmente tem curiosidade sobre o assunto, devem ler este livro.
  Conheci pessoas que não conseguiram terminar de ler o livro. Seus dogmas foram de tal forma "sacudidos" que foi mais fácil, para eles, abandonar a leitura do que encarar esta "possibilidade".
 Aos que estudam a segunda guerra, o livro trás alguns dados interessantes sobre as batalhas travadas pela chamada força de apoio da marinha Americana. Seus cargueiros convertidos em porta-aviões e a batalha que tiveram que travar contra a força principal da marinha Imperial Japonesa.

 PARA SABER MAIS:
 Livro, Crianças e suas vidas passadas,  de Carol Bowman. Da editora Sextante.
 Inclusive, Carol Bowman ajuda o casal Leininger a entender o ocorrido.

 http://www.youtube.com/watch?v=AQcegAnZwe8
 http://www.youtube.com/watch?v=W88qROTklHo&feature=related

 Otima leitura!!!

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Epopéia de Gilgamesh

 Desde o inicio dos tempos o homem tenta entender sua condição de “mortal”. O homem busca o conhecimento como uma forma de tentar escapar ao destino comum. A milhares de anos atrás um rei empreendeu uma epopéia em busca deste conhecimento. Seu nome? Gilgamesh.

TITULO: A epopéia de Gilgamesh
AUTOR: Anônimo
 EDITORA: Martins Fontes
 PÁG: 182


  Depois da Ilíada e da Odisséia, este sem dúvidas é um daqueles livros clássicos que devem ser lidos. Este livro eu comprei em 2005, é uma edição de 2001. Lembro-me que na época paguei R$ 10,00.

 Esta é uma edição de bolso. Porem, diferente de outras edições deste tipo, é encadernado com muito capricho. As duas capas são feitas de uma espécie de cartolina encerada e com orelhas. O tamanho da fonte é bom, para um livro destas dimensões. O livro trás uma primeira parte que é uma espécie de apresentação e um pouco do histórico do livro. E logo em seguida, na segunda parte, o livro em si.

 Se você nunca ouviu falar deste livro, vale então uma breve elucidação sobre o mesmo.

 O Livro de Gilgamesh ficou mais conhecido por volta do século XIX, pelos idos de 1800, quando foi publico um livro intitulado “O dilúvio Assírio”  que era na verdade uma parte do livro de Gilgamesh que fora descoberto um século antes. Até hoje a narrativa do dilúvio, descrito neste livro é motivo de inúmeros debates. Sua descrição é idêntica ao que esta no Genesis Bíblico. Porem sua datação é muito mais antiga do que a descrita pelo patriarca Bíblico, Moises, o qual se atribui a autoria deste.

 Não se sabe ao certo a data no qual foram escritos os originais. Isto se deve ao fato de que, ao longo do tempo estes textos foram copiados por inúmeros povos. A versão mais completa que temos hoje do livro, que é esta publicação, na verdade é uma junção de vários achados arqueológicos de diferentes épocas e de locais diferentes. Seu registro mais completo provém de uma tábua de argila escrita em língua acádia do século VIII a.C. pertencente ao rei Assurbanipal, tendo sido no entanto encontradas tábuas que datam do século XX a.C., sendo desta forma o mais antigo texto literário conhecido.

 Alguns estudiosos do livro acreditam que o nome Gilgamesh, seja o ser humano mais velho conhecido pelo nome em nossa história.  Uma obra que existe a tanto tempo e que foi tão freqüentemente copiada e alterada, é quase impossível buscar uma precisão histórica dos eventos narrados.

 Ao longo da narrativa, se você já possui um bom conhecimento de história antiga, vai encontrar analogias as lendas e Deuses Gregos e Egípcios. A começar pelo próprio personagem principal que é descrito como “ Dois terços deus e um terço homem.”

 Mas afora esta confusão, a obra, apresenta um alto grau de unidade espiritual, que é a mensagem do livro. Sendo o próprio Gilgamesh, um pessimista em relação ao mundo e a vida humana. O livro tem dois grandes panos de fundo. O primeiro é de um Gilgamesh ambicioso, que sempre busca um desafio e sua única preocupação é deixar um nome para ser lembrado. E um segundo, que com a morte de seu grande amigo, Gilgamesh passa a questionar a mortalidade e empreende um grande viagem em busca da imortalidade.

 Apesar de bem antigo sua epopéia é fascinante. Impossível não se prender à  leitura. Infelizmente o livro, como todos os livros deste período, não esta completo. Faltam lacunas de textos que ainda não foram encontrados e provavelmente não o serão. Mas isto em nada atrapalha.


 Para saber mais:

http://simb-diriodeumadesempregada.blogspot.com.br/2011/09/epopeia-de-gilgamesh.html

http://pt.wikipedia.org/wiki/Epopeia_de_Gilgamesh

 Boa leitura.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

“A exceção de uma batalha perdida não há nada mais triste que uma batalha ganha “– Duque de Wellington (1769-1852)



A  guerra é a maior tragédia que o homem pode enfrentar. Diante de tantas tragédias: Fome, doenças e desastres naturais. A guerra em suas dimensões atuais pode facilmente ceifar toda uma parcela da humanidade.
 Sem dúvidas a Segunda Guerra Mundial, com mais de 40 milhões de mortos e um envolvimento sem precedentes na história do mundo, de quase todas as nações, é ainda hoje alvo de estudos, descobertas, revelações, teorias...
 Já li muitos livros sobre o conflito. Mas nenhum deles trás uma narrativa tão humana e cativante como este:
TITULO: Batalhas Ganhas e Perdidas
AUTOR: Hanson W. Baldwin
EDITORA: Bibliex
 PAG: 454
  Você já deve estar imaginando toda uma narrativa ao estilo rígido do militar. Com sua frieza de análise, no qual “as perdas são inevitáveis”. Negativo! Hanson W. Baldwin, era editorialista do New York Times quando escreveu este livro. Nas palavras do próprio: “ (...) Com a finalidade de tornar a história legível, interessante, viável e precisa.”
  Este livro eu comprei pelos idos de 1993, na própria Bibliex. É uma edição de 1978. Confesso que já esta bem “batida”. Já devo o ter relido umas 4 ou 5 vezes. Graças ao estilo jornalístico, fora fácil para mim, na época com meus 15 anos, compreender em um sentido humano, a segunda guerra mundial. E digo por que, aliado aos demais livros que já “destrinchava” sobre o assunto, consegui com a ajuda deste livro,  montar todos os aspectos do conflito, que já havia lido em outros livros, tais como: estratégias, armas, tropas, líderes e batalhas. Sabendo-os alocar nos momentos decisivos e entendendo-os como fatores críticos. E para minha grande surpresa, quando tinha 16 anos, meu Professor de história, grande Sérgio Trajano, me convidou para dar uma “palestra” sobre o tema, em uma turma de pré-vestibular.
 Mas voltando ao livro. Baldwin inicia seus capítulos sempre com uma data específica. Pode não parecer, mas esta referência temporal ajuda muito, principalmente após os EUA entrarem no conflito e então teremos eventos ocorrendo no Pacífico e na Europa, no mesmo instante.
  O primeiro capítulo é simplesmente triunfal. Intitulado “Queremos a Guerra”, inicia no sugestivo 31 de agosto, o ultimo dia de paz no mundo. Baldwin descreve, contando nas horas, todo o desenrolar de eventos que culminam com o inicio da Segunda Guerra mundial:
 O ultimo dia de paz – 31 de Agosto
Berlin – 1 hora
 (...) à 00:30 – meia hora depois da meia noite – a Chancelaria do Reich transmitiu a palavra código para a execução do caso branco – o ataque contra a Polônia.
(...)
 Berlim – 9 horas
 O embaixador italiano em Berlin, Bernardo Attolico, avisa a Roma que a situação é desesperadora... a guerra dentro de poucas horas”
(...)
 Oslo
 Os representantes das potências escandinavas – Noruega, Suécia, Dinamarca e Finlândia – expelem a “habitual” declaração de neutralidade.
(...) Às 4:40 do dia 1° de Setembro de 1939, a luftwaffe bombardeia os aeroportos poloneses no país inteiro; (...)”

Em alguns capítulos o autor faz, ao final, um Retrospecto, crítica ou uma Síntese da batalha. Percebe-se uma neutralidade até utópica, nas avaliações dadas aos dois lados beligerantes. E isto torna, ao meu ver, o livro, um livro único.
 Eu jamais li, em outro livro, de uma forma tão “nua” a Campanha da Sicília. Se não me engano é o segundo maior capítulo no livro. E merece de fato uma atenção, pois para quem estuda o conflito, assim como eu, chega-se, em determinado momento, a se questionar sobre o por que da campanha na Sicília? E subsequentemente a Itália. Seria justificado como uma “areia nos olhos”, para desviar a atenção da Normandia. Seria? Mas com a quantidade de forças envolvidas, recursos e riscos, estas justificativa não são suficiente.
 Baldwin escolheu 11 batalhas, obviamente as mais importantes dentro do conflito. Este é um livro para todos os interessados sobre o tema. Mesmo que você esteja querendo começar a ingressar no tema hoje, ou se você já leu bastante coisa sobre o assunto. É um livro essencial. Eu digo isto a você por experiência própria. A forma como Baldwin, brilhantemente desenrola os acontecimentos, acaba servindo como uma “argamassa” que vai unir as demais informações, sobre o conflito, que você vier a buscar ou que já tenha previamente.
Para saber mais.
 Poderia indicar uma Pá de outros livros sobre o conflito, inclusive um já postado aqui, o ”Senta a Pua”. Mas vou deixar aqui apenas um, que falarei em um post futuro.
II Guerra - Momentos criticos. De autoria do nosso correspondente de guerra, Joel Silveira.


 Boa leitura.

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