“(...)
O vencedor na vida é
aquele que não abandona a jornada e prossegue confiante, superando os obstáculos.
Numa corrida, o atleta encontra, naturalmente, desafios a vencer e muitas
barreiras, que exigem mais disposição, firmeza e coragem. Nenhuma vitória é
conquistada sem lutas.”
Se você tivesse que
arriscar o autor deste pensamento motivacional, quem você arriscaria?
Roberto Shinyashiki?
Bernardinho?
James Hunter?
Nei Loja?
Talvez este venha de
uma fonte, considerada por você, a mais improvável.
TITULO: Sabedoria de Preto Velho
AUTOR: Robson Pinheiro
EDITORA: Casa dos espíritos
PAG: 197
Este livro foi
editado pela primeira vez em 2003. Eu comprei a edição mais nova, de 2012. Capas
em papel cartão com belas orelhas. Folhas em ofsete. E um detalhe “elegante”.
Tem uma segunda capa em material transparente. Me parece um acetato que traz
impresso o título e atrás alguns detalhes de acabamento. No momento da leitura
recomendo tirar esta segunda capa.
“ Negro como a noite sem luar, Pai João é estrela a iluminar os passos
de seus filhos. Alma negra, que dá voz à sabedoria simples do cativeiro, o espírito
João Cobu, em duas reencarnações, durante os séculos XVIII e XIX, experimenta o
outro lado da chibata como escravo, após ter vivido como branco e senhor, no
sul escravocrata dos EUA.
No coração do Brasil, no seio da Baía de todos
os santos, emerge a força que vem da mãe África, nasce um novo homem, um irmão:
Pai João de Aruanda.”
Um livro incrível,
de uma sabedoria única. Dispa-se de preconceitos e aceite os simples conselhos
de um preto velho:
Sou velho. Velho como as vidas de meus irmãos.
Mas se sou ainda negro, é porque trago em mim as marcas do tempo, as marcas do Cristo. Essas marcas são as estrelas de minha alma, de minha vida.
Sou negro. Mas a brancura do linho se estampa na simplicidade do meu olhar, que tenta ver apenas o lado bonito da vida.
Sou velho, sim. Mas é na experiência da vida que se adquire a verdadeira sabedoria, aquela que vem do Alto. Sou velho. Velho no falar; velho na mensagem, velho nas tentativas de acertar.
A minha força, eu a construí na vida, na dor, no sofrimento. Não no sofrimento como alguns entendem, mas naquele decorrente das lutas, das dificuldades do caminho, da força empreendida na subida.
A força da vida se estrutura nas vivências. É à medida que construímos nossa experiência que essa força se apodera de nós, nos envolve e nós então nos saturamos dela. É a força e a coragem de ser você mesmo, do não se acovardar diante das lutas, de continuar tentando.
Sou forte.
Mas quando me deixo encher de pretensões, então eu descubro que sou fraco. Quando aprendo a sair de mim mesmo e ir em direção ao próximo, aí eu sei que me fortaleço.
Sou andarilho.
Eu sou preto, sou velho, sou humano. Sou como você, sou espírito. Sou errante, aprendiz de mim mesmo.
Na estrada da vida, aprendi que até hoje, e possivelmente para sempre, serei apenas o aprendiz da vida.
Sou andarilho. Pelas estradas da vida eu corro, eu ando.
Tudo isso para aprender que, como você, eu sou um cidadão do universo, viajor do mundo. Sou um semeador da paz.
Sou preto, sou velho, sou espírito.
Sou eu Pai João de Aruanda.“
Boa leitura.
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