“ Em 1500, com 1,5
milhão de habitantes, Portugal não estava melhor que o restante da Europa, em
que contavam 60 milhões de pessoas. Numa época marcada pelo terror da
inquisição, a carestia e a corrupção, boa parte da população vivia na miséria.
Se na dinastia Borgonha a missão tinha sido a fundação do reino e a reconquista
da terra aos Mouros, Don João I levou ao trono dinástico da ordem de Avis,
ligado à nova Burguesia, cujo enriquecimento e visão de grandeza viera da
experiência nas cruzadas. E estabeleceu como meta o desenvolvimento comercial,
dístico do seu Governo e seus sucessores, voltado para o Oriente.”
TITULO:
A conquista do Brasil – 1500 - 1600
AUTOR:
Thales Guaracy
EDITORA:
Planeta
PAG.:
272
Brasil,
um
país com apenas 515 anos de história e ainda assim tão pouco conhecida pela
maioria dos Brasileiros. Os primeiros cem anos da nossa história conhecida são
os mais importantes. Pois é neste período que a nação toma forma. É neste
espaço de apenas cem anos que é moldado o homem ‘Brasileiro’. Um homem mistura
de Português, Índio e Negro Africano.
A presente
obra, editada pela Planeta, chama a atenção já na capa. Com letras em vermelho
brilhoso e alto relevo. Reproduções de imagens dos sec XVI e XVII ornamentam a
capa conferindo uma beleza única para a obra. Assim que peguei o livro do
expositor, a frase na capa me chamou a atenção:
“Como um caçador de homens, um Padre Gago e
um exército exterminador transformaram a terra inóspita dos primeiros viajantes
no maior pais da América latina.”
Thales
Guaracy faz um mergulho profundo nos
documentos antigos e nas análises dos primeiros historiadores Brasileiros, como
Darcy Ribeiro, Capistrano de Abreu, Varnhagen, Gilberto Freyre e outros.
Para quem
quer entender a história da nossa fundação, como nação, esta é uma obra fundamental.
Guaracy consegue aliar o conhecimento profundo a um texto confortável. Acredito
que graças a sua formação como jornalista. O livro nos conduz, desde um Portugal Medieval,
para a épica aventura pelo “Mar Tenebroso”, como o Oceano Atlântico
era conhecido no final do Século XV. Nos monta um retrato de como se deu a
violenta ocupação do que se tornaria o maior país da América Latina, nas terras
então incógnitas do Novo Mundo. Resgatando nomes, vultos da nossa breve
história, como o de João Ramalho, o desterrado que se amoldou à vida dos índios
e fundou uma dinastia de mestiços caçadores de escravos. Nos é apresentada a figura dos jesuítas, que aplicaram
as diretrizes implacáveis da Inquisição na guerra santa contra os “hereges”, os
franceses protestantes e seus aliados índios comedores de gente. Fala-nos ainda
de Cunhambebe, o “cacique imortal”, líder da resistência indígena, que devorava
seus inimigos dizendo que era um “jaguar”, o que me fez lembrar os Astecas e Incas,
cujo Jaguar representava os Deuses.
“ Também supersticiosamente, os Portugueses creditaram o milagare ao seu
santo padroeiro. Diziam que, em meio às volutas de fumaça, tinham sido o
próprio São Sebastião quem baixara a terra, surgido dos céus com sua armadura
romana, de arco em punho, em meio a uma luz dourada, para abater os Tamoios.
Sobre a lenda, nasceu a tradição das festas de São Sebastião, em que os barcos
saem enfeitados em procissão marítima no dia do Santo, em Janeiro.
O sobrinho do governador avançava dentro da
baía. Loteou a Guanabara entre os vitoriosos, a começar pelos jesuítas, que
receberam um gordo quinhão. José Adorno, que lutara com Jerônimo Leitão, Capitão-mor
de São Vicente, recebeu Três sesmarias em pagamento por seu apoio: na carioca,
Niterói e no sertão fluminense. Além de distribuir sesmarias, Estácio de Sá
traçou onde seria implantada a vila. Os Portugueses tomaram como ponto de
partida a casa de Pedra, antiga olaria francesa, que servira de abrigo e forte
improvisado aos protestantes exilados por Villegagnon no continente. Os indígenas
a chamavam de ‘carioca’(casa de branco), o que pode ter sido a origem da
designação dos fluminenses nascidos no Rio de Janeiro. (...)”
Uma leitura obrigatória para quem quer entender este nosso Brasil!
Boa Leitura à todos!
Nenhum comentário:
Postar um comentário