sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A conquista do Brasil


   “ Em 1500, com 1,5 milhão de habitantes, Portugal não estava melhor que o restante da Europa, em que contavam 60 milhões de pessoas. Numa época marcada pelo terror da inquisição, a carestia e a corrupção, boa parte da população vivia na miséria. Se na dinastia Borgonha a missão tinha sido a fundação do reino e a reconquista da terra aos Mouros, Don João I levou ao trono dinástico da ordem de Avis, ligado à nova Burguesia, cujo enriquecimento e visão de grandeza viera da experiência nas cruzadas. E estabeleceu como meta o desenvolvimento comercial, dístico do seu Governo e seus sucessores, voltado para o Oriente.”






TITULO: A conquista do Brasil – 1500 - 1600

AUTOR: Thales Guaracy

EDITORA: Planeta

PAG.: 272







    
Brasil, um país com apenas 515 anos de história e ainda assim tão pouco conhecida pela maioria dos Brasileiros. Os primeiros cem anos da nossa história conhecida são os mais importantes. Pois é neste período que a nação toma forma. É neste espaço de apenas cem anos que é moldado o homem ‘Brasileiro’. Um homem mistura de Português, Índio e Negro Africano.



  A presente obra, editada pela Planeta, chama a atenção já na capa. Com letras em vermelho brilhoso e alto relevo. Reproduções de imagens dos sec XVI e XVII ornamentam a capa conferindo uma beleza única para a obra. Assim que peguei o livro do expositor, a frase na capa me chamou a atenção:

 “Como um caçador de homens, um Padre Gago e um exército exterminador transformaram a terra inóspita dos primeiros viajantes no maior pais da América latina.”

  Thales Guaracy faz um mergulho profundo  nos documentos antigos e nas análises dos primeiros historiadores Brasileiros, como Darcy Ribeiro, Capistrano de Abreu, Varnhagen, Gilberto Freyre e outros.

  Para quem quer entender a história da nossa fundação, como nação, esta é uma obra fundamental. Guaracy consegue aliar o conhecimento profundo a um texto confortável. Acredito que graças a sua formação como jornalista.  O livro nos conduz, desde um Portugal Medieval, para a épica aventura   pelo “Mar Tenebroso”, como o Oceano Atlântico era conhecido no final do Século XV. Nos monta um retrato de como se deu a violenta ocupação do que se tornaria o maior país da América Latina, nas terras então incógnitas do Novo Mundo. Resgatando nomes, vultos da nossa breve história, como o de João Ramalho, o desterrado que se amoldou à vida dos índios e fundou uma dinastia de mestiços caçadores de escravos.  Nos é apresentada a figura dos jesuítas, que aplicaram as diretrizes implacáveis da Inquisição na guerra santa contra os “hereges”, os franceses protestantes e seus aliados índios comedores de gente. Fala-nos ainda de Cunhambebe, o “cacique imortal”, líder da resistência indígena, que devorava seus inimigos dizendo que era um “jaguar”, o que me fez lembrar os Astecas e Incas, cujo Jaguar representava os Deuses.


    “ Também supersticiosamente, os Portugueses creditaram o milagare ao seu santo padroeiro. Diziam que, em meio às volutas de fumaça, tinham sido o próprio São Sebastião quem baixara a terra, surgido dos céus com sua armadura romana, de arco em punho, em meio a uma luz dourada, para abater os Tamoios. Sobre a lenda, nasceu a tradição das festas de São Sebastião, em que os barcos saem enfeitados em procissão marítima no dia do Santo, em Janeiro.
  

O sobrinho do governador avançava dentro da baía. Loteou a Guanabara entre os vitoriosos, a começar pelos jesuítas, que receberam um gordo quinhão. José Adorno, que lutara com Jerônimo Leitão, Capitão-mor de São Vicente, recebeu Três sesmarias em pagamento por seu apoio: na carioca, Niterói e no sertão fluminense. Além de distribuir sesmarias, Estácio de Sá traçou onde seria implantada a vila. Os Portugueses tomaram como ponto de partida a casa de Pedra, antiga olaria francesa, que servira de abrigo e forte improvisado aos protestantes exilados por Villegagnon no continente. Os indígenas a chamavam de ‘carioca’(casa de branco), o que pode ter sido a origem da designação dos fluminenses nascidos no Rio de Janeiro. (...)”

  Uma leitura obrigatória para quem quer entender este nosso Brasil!

 Boa Leitura à todos!

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