sábado, 3 de dezembro de 2016

TENENTES - A guerra civil Brasileira




    “Em julho de 1922, quatro tenentes e alguns soldados deixaram o Forte de Copacabana, no Rio, para uma marcha suicida. Só dois sobreviveriam. Mas, naquele protesto contra eleições fraudadas e os homens poderosos que controlavam o país, eles transformariam o Brasil. Não veio sem um alto custo em sangue. O governo federal chegou a bombardear São Paulo, deixando centenas de mortos espalhados pela rua. Uma guerra civil esquecida. Dois presidentes foram quase assassinados. (...).
http://www.pedrodoria.com.br/tenentes/

  






   TITULO:  Tenentes

   AUTOR: Pedro Doria
   
   EDITORA: Record
   
    PAG.: 251










   Sobre o autor:
      Colunista dos jornais O Globo, O Estado de São Paulo e rádio CBN.

      Ganhador do prêmio Esso de melhor contribuição à imprensa, em 2012.

     É autor de outros seis livros, entre eles Manual para a Internet (Revan, 1995), o primeiro sobre a grande rede no Brasil, Eu gosto de uma coisa errada (Ediouro, 2006), coleção de reportagens sobre internet, sexo e nudez. Seus últimos livros tratam de história do Brasil. "1565", reconstrói a história do Rio de Janeiro e do sudeste em seus primeiros dois séculos. Já "1789" reconstrói a Inconfidência Mineira, além de fazer revelações a respeito de quem realmente foi Tiradentes.


  Sobre a obra:

      A presente obra, editada pelo Record em off-white, o que na minha opinião torna a leitura mais confortável. Capas em papel cartão fosco, orelhas médias. O meio do livro contém 8 páginas em papel que lembra um pouco o fotográfico, com fotos dos períodos relatados.

    O livro relata as revoltas militares ocorridas no Brasil, no inicio do século XX. O Brasil vivia seus primeiros anos de República. Tirando o fato de não haver mais Imperador, pouca coisa havia mudado no sistema republicano, quem ainda dava as cartas era a Oligarquias dos produtores de café de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas.

  Os militares, os primeiros detentores do poder no Brasil, após a proclamação da República, queriam o fim das Oligarquias, a centralização do poder, a implantação do voto secreto, uma política nacionalista e o fortalecimento da instituição.  Mas seriam estes os motivos das sublevações da década de 20?


  
























   Neste obra, Pedro Dória aponta um outro aspecto, aquartelados no Brasil, os  militares viram de longe os embates da Primeira Grande Guerra. Pedidos para que pudessem participar do conflito foram negados. A ‘guerra romântica’, onde soldados nas trincheiras escreviam a seus amores e pais poderiam ter alimentado toda aquela geração?

  “ Dois soldados desceram a bandeira nacional, quase dois metros de comprimento. Com uma navalha, Siqueira a rasgou em 29 pedaços irregulares. Um para cada um e o ultimo para entregar ao Capitão Euclides no Palácio do Catete. Carpenter escreveu em seu pedaço de bandeira: ‘Forte de Copacabana, 6 de Julho de 1922. Aos queridos pais, ofereço um pedaço da bandeira em defesa da qual resolvi dar o que podia...minha vida. Mario Carpenter.’ Siqueira fez o mesmo. ‘Ao meu pai e meu irmão e à memória dos 28 companheiros e daquela que não posso dizer’. Pensava em Rosalina Coelho Lisboa, uma moça morena e bonita de 22 anos com quem mantinha uma relação secreta. “
  
   A revolta do Forte de Copacabana não foi tão simples como se vê nos livros escolares. Foi uma complexa rede, planejada e detalhada, porém que não deu certo em virtude da Vila Militar não ter conseguido aderir ao movimento. E os canhões do forte dispararam tiros contra a então capital, Rio de Janeiro.

   Apesar de derrotada, a ideia não havia morrido e acabou por ressurgir em São Paulo, por quase um mês a capital Paulista virou uma verdadeira praça de guerra.















  “ São Paulo amanheceu em meio ao silêncio da bruma naquele 6 de Julho. As trincheiras em campos Elíseos foram reforçadas com sacos de areia e pranchas de madeira, que protegiam as metralhadoras. Mas naquela manhã, os rebeldes abriram pouco fogo contra o palácio e se concentraram no 4° Batalhão de Polícia. Eduardo Gomes assumiu um posto de artilharia. Com Gomes, boa mira. A caixa d’água do quartel foi ao chão. Não teriam água. Então, o prédio de comando se incendiou. Um terceiro obus pegou o telhado do edifício principal. No bombardeio, os rebeldes presos desceram a escadaria em busca de segurança quando foram interceptados pelo tenente Pietscher, pistola em punho. (...)”

  
   Com Getúlio Vargas subindo ao poder e com a morte da maioria daqueles jovens alimentados pelo romantismo da ‘guerra de tricheiras’, os militares voltaram a seus quartéis. Mas ainda resta uma pergunta: Até onde, de fato, a revolução de 1964 teve sua mais remota influência, dentro do movimento Tenentista?


  CONCLUSÃO

     Nas palavras de Pedro Doria:

 “ Não é possível entender o Brasil republicano sem entender o tenentismo. Não haveria 1930 sem o tenentismo. Não haveria 1964 sem o tenentismo. Duas ditaduras. Uma com tons de esquerda por conta de seu histórico de direitos trabalhistas, a outra marcada pela direita em sua posição irracional ao comunismo.”

  Precisamos nos perguntar até quanto não estariam misturados os interesses das forças armadas com o da nação? A república Oligárquica, sustentada pela fraude precisava sofrer um colapso para que a democracia de fato ocorresse.

   O movimento tenentista, formado na intelectualidade militar surgida justamente naquele período, inundada pelo romantismo de uma morte pela defesa da causa pátria, assumi as dores do povo e resolve agir da forma como eles entendem que deveriam agir.


  Um livro que nos leva a mais questionamentos, o que é muito bom, sobre um período pouco divulgado da nossa história. Seria interessante se este livro virasse um filme, ou um seriado.


 Boa leitura.


domingo, 13 de novembro de 2016

A Quadrilha - O foro de São Paulo



   “Pobres coitados esses necessitados!... E por acaso os que se dizem bons estão realmente preocupados com esses miseráveis que vocês dizem pobres? Porventura acredita que, se eu ou um dos nossos pararmos de atuar por meio de nossos agentes, a quem você chama de fantoches, eles passarão a se preocupar com essa gente dita necessitada? Mesmo deixados a sós, a maioria dos políticos e dos religiosos jamais se afligiria ou se afligirá com quem sofre. A maior parte deles está, na verdade, preocupada consigo; que, para muitos, o poder pelo poder, garantir a subjugação das consciências, ganhar dinheiro – se bem que para muitos, o poder pelo poder é mais valioso do que o dinheiro. Pobres são entes invisíveis para os homens que intentam dominar, Governantes nunca olham de verdade pelos miseráveis: estes não passam de instrumentos para que alcancem  seus objetivos. Religiosos, de outro lado, necessitam, pobrezinhos, deles para lustrar o próprio ego à medida eu lhes oferecem migalhas; em seguida, gabam-se do êxito em converter e convencer os desgraçados a lhes seguirem os passos e as mentiras. Note que trabalhamos com os recursos que nos oferecem: questão íntimas como orgulho, egoísmo, vaidade, desculpismo e desejo de sucesso fácil e a qualquer preço.”






  TITULO:  A Quadrilha

   AUTOR: Robson Pinheiro

   EDITORA: Casa dos Espíritos

   PAG.: 264









   Sobre o autor:
    Cresceu na região do vale do Rio Doce onde teve as suas primeiras experiências mediúnicas ainda na adolescência.

De formação protestante, veio a conhecer a Doutrina Espírita por orientação de companheiros espirituais, tendo ingressado no movimento espírita em 1978, no Grupo Espírita da Caridade, em Ipatinga.

Transferiu-se mais tarde para Belo Horizonte, em cuja região metropolitana teve oportunidade de contribuir para a constituição de diversas casas espíritas.

Fundou ainda a editora "Casa dos Espíritos", órgão independente da divulgação doutrinária e o "Núcleo de Expansão da Consciência", responsável pela divulgação da doutrina através de cursos, seminários, vídeos, jornais, livros, revistas e pela promoção de peças teatrais espíritas.

Atualmente atua na Sociedade Espírita Everilda Batista, que ajudou a fundar, e onde desenvolve atividades mediúnicas e sociais.

 Para saber mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Robson_Pinheiro


  Sobre a obra:

      A presente obra faz parte da coleção Política das sombras, cujo primeiro livro foi ‘O Partido’. Mantém o padrão de qualidade da casa dos espíritos.

   A presente obra discorre sobre a criação do Foro de São Paulo, não só no nosso plano mas também todo o desdobramento no plano espiritual.


  Além de revisitar toda a história da criação do foro, a história ainda perpassa pelo período atual, quando do afastamento da então presidente da república, Dilma. Mostra todas as consequências no plano espiritual desta manobra.

  O livro trás todos os planos do Foro para a América Latina e a preocupação dos líderes do plano espiritual com estes planos. Os senhores das sombras pretendem dominar os países da América Latina a fim de adiar a transição planetária. Mas os guardiões, com  ajuda dos encarnados, conseguem cancelar, ao menos temporariamente, o plano das sombras.


   “ Mas não se aflijam. Em paralelo a tudo isso, temos atuado fortemente sobre os movimentos de esquerda de base, os intelectuais e os estudantes. Como atingir e manipular esses grupos é fundamental, arquitetamos o cenário nas Universidades com muito esmero, de forma que nossos aliados promoverão uma lavagem cerebral dentro das instituições de ensino. Recrutaremos, assim, tropas de militantes cujas fileiras serão engrossadas ano a ano. A Igreja, também, em certa medida, será importante apoiadora de seu, ou nosso projeto – enquanto ouvia atentamente, o homem forte riu, olhando para Chávez e Fidel. – Sobretudo por meio da tecnologia da libertação, nascida em solo latino-americano, contaremos com grandes colaboradores de nossos objetivos entre os fiéis. Cumpriremos literalmente a profecia criada pelos religiosos: ‘Toda a Terra se maravilhou após a Besta’ “.


  CONCLUSÃO


     Muitas das questões e situação passadas pelo nosso País nos últimos tempos são de certa forma explicados como desdobramentos motivados pelos senhores das sobras.
  Lembram da imagem de Lula quando do Impeachment de Dilma?



  Leiam o livro e entenderão bem esta imagem.


  Boa leitura.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

As Fontes do Paraíso.

  

“Enquanto as diversas religiões discutem entre si sobre qual delas detém a verdade, em nossa visão a verdade da religião pode ser totalmente desconsiderada... Quando se tenta atribuir à religião seu lugar na evolução do homem, ela parece ser menos uma aquisição duradoura do que um paralelo à neurose pela qual o indivíduo civilizado tem que passar, no caminho da infância à maturidade.”

 Freud, conferência de introdução à psicanálise (1932)






  TITULO:  AS FONTES DO PARAÍSO

   AUTOR: Arthur C. Clarke

   EDITORA: ALEPH

   PAG.: 350









   Sobre o autor:

  Sir Arthur Charles Clarke, mais conhecido como Arthur C. Clarke foi um escritor e inventor britânico radicado no Sri Lanka, autor de obras de divulgação científica e de ficção científica como o conto The Sentinel, que deu origem ao filme 2001: Uma Odisséia no Espaço e o premiado Encontro com Rama.
  Talvez sua contribuição de maior importância seja o conceito de satélite geoestacionário como futura ferramenta para desenvolver as telecomunicações. Ele propôs essa ideia em um artigo científico intitulado "Can Rocket Stations Give Worldwide Radio Coverage?", publicado na revista Wireless World em outubro de 1945. A órbita geoestacionária também é conhecida, desde então, como órbita Clarke.
 Para saber mais: https://pt.wikipedia.org/wiki/Arthur_C._Clarke


  Sobre a obra:

     Mais uma reedição da editora Aleph, do gênio da ficção cientifica, Arthur C. Clarke. Uma editoração muito bem feita, capas com grandes orelhas, auto relevo no nome do autor. Esta a altura desta obra. Editada originalmente em 1979, esta obra trás o tempero especial de Clarke. Ficção bem temperada com conceitos críveis científicos.

  A história se passa em lugar chamado Taprobana, que não existe de fato, porém, como diz o próprio autor, o leitor facilmente identifica o lugar como o Sri Lanka. Clarke mescla um pouco da pseudo história de Taprobana com o tempo no qual se passa a trama. Na época  o ambicioso engenheiro Vannevar Morgan, que já unira dois continentes com a Ponte Gibraltar, uma ponte que liga a Europa à África, se propõe a construir uma nova ponte, desta vez ligando a Terra ao espaço sideral.


  O que ele não imagina, porém, é que em seu caminho está um monastério budista, localizado sobre a única montanha na qual seu projeto poderia ser construído. Para explicar sua escolha o autor nos apresenta toda a teoria sobre órbita geoestacionária, que por sinal foi uma teoria do autor na vida real.

  E como se não bastasse, junto a isto a humanidade detecta um estranho sinal de rádio, de origem não humana. Uma sonda alienígena entra em nosso sistema solar e pela primeira vez na história, o planeta Terra é contatado por uma raça alienígena. A sonda é na verdade uma inteligência artificial que passa pela terra e deixa um recado, que em 200 anos seus construtores estariam vindo.

  A teoria do elevador espacial só se torna possível com a fabricação de um fio feito de diamante produzido em gravidade zero. Através desta tecnologia inicia-se a fabricação do elevador. A maior parte da trama se passa durante a construção. E como uma espécie de clichê o grande sonhador não ira viver para ver sua obra terminada.

   Durante a leitura encontrei referência à Isaac Asimov, outro gênio da ficção científica.

  CONCLUSÃO

   Acho que a temática, ou a ideia principal do livro, uma vez que ele faz o paralelo entre o passado de Taprobana e o presente, é mostrar que o homem, tanto do presente quanto do passado, possui limitações.

  Existe uma questão teológica que também perpassa a obra, mas só arranhando a superfície.

  Mas o plano de Morgan existe de verdade.  O cientista russo Konstantin Tsiolkovsky publicou, em 1895, um artigo que propunha um sistema de cabos que ligaria uma base na Terra e uma na órbita geoestacionária. Isto permitiria que houvesse viagens muito mais econômicas para o espaço.


 Em 1966, a revista Science publica uma matéria sobre satélites que lançariam ganchos para a terra.

  A obra é incrível, apesar de alguns considerarem a leitura arrastada. Eu não achei. Recomendo fortemente a leitura. Merecidamente ganhador dos dois maiores prêmios da literatura de ficção cientifica.

 Boa leitura.

domingo, 16 de outubro de 2016

UBIK


  


  O inicio da era espacial, anos 60, despertou em muito a curiosidade dos escritores de ficção científica sobre como seria nosso futuro. UBIK é além de um romance, um vislumbre do que pensavam eles sobre nossa década atual. Um mundo onde voos espaciais seriam tão corriqueiros quanto pegar uma ponte aérea. Um mundo onde a humanidade evoluiria em termos psíquicos e precisaríamos de anti-psíquicos para manter nossa privacidade. Um mundo onde a realidade e a ficção estão separados por uma linha tão tênue, que nunca saberemos em que lado realmente estamos.







  TITULO:  UBIK

   AUTOR: Philip K. Dick

   EDITORA: ALEPH

   PAG.: 238








   Sobre o autor:

  Philip Kindred Dick ou Philip K. Dick, também conhecido pelas iniciais PKD, foi um escritor americano de ficção científica nascido em 1928, que alterou profundamente este gênero literário. Apesar de ter tido pouco reconhecimento em vida, com a adaptação de vários dos seus romances ao cinema, acabou por tornar a sua obra conhecida de um vasto público, sendo aclamado tanto pelo público como pela crítica.


    Em 1993, Emmanuel Carrère reconstruiu a vida do escritor norte-americano em Eu Estou Vivo e Vocês Estão Mortos, livro feito a partir de outra biografia, previamente publicada, e no trabalho de ficção de Dick - além de um grupo pequeno de entrevistados.

 Para saber mais sobre o autor acesse: https://pt.wikipedia.org/wiki/Philip_K._Dick

  Sobre a obra:

   Nesta obra, reeditada pela editora ALEPH, a história se passa no futuro, 1992, lembrando que originalmente esta obra foi escrita em 1969 . Se passa na "Confederação da América do Norte", onde os civis se deslocam regularmente à Lua, e os fenômenos psi são comuns. O personagens principais da obra, Joe Chip, é um técnico que trabalha para "organização prudência", cujo dono é Glen Runciter.  Esta empresa usa pessoas com a capacidade de bloquear psíquicos poderes (uma espécie de anti- telepata , impedindo um telepata de ler a mente) isto serve para ajudar a garantir a privacidade, seja de pessoas ou empresas . Runciter dirige os negócios com a ajuda de sua esposa falecida Ella, que é mantido em um estado de "meia-vida". É uma espécie de  congelamento, que mantém o corpo em suspensão e dá ao falecido um certo ‘poder’ de comunicação, mediante o uso de equipamentos específicos.


  Quando magnata Stanton Mick contrata a empresa de Runciter para proteger suas instalações lunares de telepatas, Runciter monta uma equipe de 11 agentes. O grupo inclui Pat Conley, uma psi misteriosa que tem a capacidade parapsicológica de desfazer eventos, alterando o passado. Na verdade seu poder é ainda pouco explicado. Não fica claro de que forma ela muda os eventos, ou se ela cria um universo alternativo.

  Quando Runciter, Chip, e os outros chegam a base lunar de Mick, eles se veem em meio a uma  armadilha, presumivelmente armada pelo concorrente principal da empresa, Ray Hollis, que lidera uma organização de médiuns. Nesta armadilha aparentemente Runciter é morto, sem prejudicar significativamente os outros. Eles correm de volta à Terra para colocá-lo na meia-vida.

  Depois, o grupo começa a experimentar mudanças estranhas na realidade. Consumíveis, tais como leite e cigarros, começam a deteriorar-se rapidamente. Além disso, o grupo vê o rosto de Runciter em moedas e recebe mensagens estranhas dele. A maioria destas mensagens diz que Runciter está vivo e que o resto do grupo está na meia-vida. A coisa começa a ficar pior quando membros do grupo são encontrados mortos, em um estágio avançado de decomposição.


 A realidade em que eles vivem começa a retroceder até o ano de 1939. Nenhum deles consegue entender o que esta acontecendo, ou quem esta fazendo a mudança. Mensagens de Runciter indicam que Ubik pode ser sua única esperança de sobrevivência. Ubik vai aparecendo sempre como um produto, seja um creme de barbear, um creme dental, um tempero,etc. Mas na verdade ele é uma lata spray.

  Finalmente  Joe Chip descobre que Runciter na verdade fora o único sobrevivente da armadilha na lua, e as mensagens para o grupo são o resultado de suas tentativas de se comunicar com eles na meia-vida. O responsável pelo retrocesso temporal é descoberto, Jory Miller, outra meia-vida. Este  Jory devora a força da vida de outras pessoas que estão em animação suspensa , a fim de prolongar a sua própria existência. Do grupo de anti-psíquicos e técnicos, apenas a Joe Chip lhe escapa, auxiliado pelo produto Ubik. Ubik, cujo nome é derivado da palavra latina "ubique" (que significa "qualquer lugar"), pode preservar pessoas que estão na meia-vida. Ubik foi inventado por um grupo de meia-vida, liderado por Ella Runciter, que o desenvolveu como proteção contra Jory. Joe Chip é instruído em seu uso por Ella, que está a caminho de uma reencarnação.

 Mas no fim de tudo fica uma questão, será que Runciter esta realmente vivo?

  CONCLUSÃO

  Philip K. Dick, assim com a maioria dos escritores de ficção da década de 60 e 70, experimentaram todo o tipo de drogas. Desde alucinógenos, anfetaminas, (estas inclusive aparecem nesta obra), ácidos,etc. Ainda não se sabe ao certo que estas drogas fazem com a mente. Mas no caso de Dick eu percebo que estas drogas permitiram a Dick ver um pouco o que chamamos de mundo espiritual.

  Existem alguns paralelos interessantes. Por exemplo, no caso dos meia-vidas que podem se comunicar até reencarnarem. No espiritismo é dito que o espírito desencarnado pode se comunicar com os até reencarnar.

  O próprio personagem Jory, que se alimenta da energia dos meia vida, me parece ser um vampiro espiritual, ou um spectro.

  A descrição do mundo onde os meia vida se encontravam, uma criação da mente de Jory. Muito se assemelha a descrição dos mundos inferiores criados pelos magos e dragões a fim de manipularem os recém desencarnados para poder sugar o que lhes resta de energia.

  Outro ponto que achei muito interessante é a questão da degeneração temporal, ou regressão. Na obra eles atribuem a perda da capacidade de comunicação de meias vida, com a regressão do ser e isto se confunde com a regressão temporal. No espiritismo acredita-se que se um espírito é atormentado e acorrentado por seres de natureza maligna, ele tende a regredir sua forma humana, passando por todos os estágios da evolução até atingir sua matriz ovoide.

  Dick com certeza vislumbrou este mundo espiritual e isto esta presente nas suas obras.


 Boa leitura.

domingo, 4 de setembro de 2016

História da África anterior aos descobrimentos




África...
    Um continente que abriga cerca de 54 Países reconhecidos, mais uns 4 países não reconhecidos ainda. O 3° maior continente do mundo. E o que sabemos sobre sua história é quase nada.
    Principalmente da região abaixo do Saara muito pouco se conhece. Uma das maiores dificuldades reside no fato de que estas regiões quase não deixaram registros escritos que sejam anteriores a chegada dos Europeus ao continente.
   África, o berço da humanidade. Os livros de história restringiram seus estudos ao Egito. Muitos até hoje acreditam que África seja um único País. Se você viu o ultimo filme Tarzan, “A lenda de Tarzan”, vai perceber isto. Precisamos estudar e conhecer a história da África.



  
Dados da Obra


  TITULO:  História da África Anterior aos descobrimentos

   AUTOR: Mário Curtis Giordani

   EDITORA: Vozes

   PAG.: 269

  





Sobre o autor:
  Mário Curtis, Gaucho, nascido em 1921, cursou Filosofia e teologia no seminário central de São Leopoldo. Mas foi pela PUC do Rio Grande que Mário veio a Bacharelar-se em Letras Clássicas e no ano seguinte, já pela PUC do Rio, veio a conseguir a licenciatura na mesma cadeira.

  Em 1955, um novo Bacharelado, pela Faculdade de Niterói, em Direito.
  Já foi mestre da UFF, em Filosofia. Hoje é titular em direito Romano na Universidade Candido Mendes, RJ.

  Sobre a obra:
   
  Na presente obra desvendamos o véu que recobre a história deste magnífico continente. O autor nos leva a uma viagem por este vasto continente, nos mostrando um pouco de sua riquíssima história, seu povo, sua cultura.

   O autor decidiu dividir o livro nos seguintes temas;

 Geografia;
 Povos;
 História dos povos;
 Política e sociedade;
 Economia;
 Religião;


   Esta divisão facilita um pouco o entendimento da história do continente, porém, a nível didático esta divisão ficou confusa. Porquê quando se estuda, por exemplo, o reino do Congo, é preciso ficar pulando e indo de capítulo em capítulo para montar o quadro geral.

  O primeiro capítulo é dedicado á fonte. Desde escritos Egípcios até os escritos deixados pelos Europeus a partir do século XV.

   “ O isolamento geográfico do continente africano, protegido por dois oceanos, um imenso deserto e um litoral inóspito, dificultou a penetração de outros povos. Diarra sublinha esse isolamento e suas consequências: ‘Devido a natureza maciça e seu relevo pesado, A África ficou isolada até uma época recente. Com exceção da África do norte, voltada para o mundo mediterrâneo, o continente permaneceu por séculos fora das rotas do comércio. É certo que esse isolamento nunca foi completo; mas exerceu grande influencia sobre muitas sociedades que se desenvolveram no isolamento geográfico’. O mesmo autor lembra que o oceano Índico ‘sempre favoreceu o contato entre a África Oriental e o sul da África’. Essas relações limitaram-se, entretanto, ao litoral, ‘pois aos povos navegadores da Ásia interessava mais fazer comércio do que colonizar o interior’. Quando à parte do continente banhada pelo Atlântico, é a partir do século XV que começa a sofrer as consequências das grandes expedições marítimas europeias.”
  
   O livro discorre sobre o estudo dos grandes reinos Africanos, como o Congo, a Núbia, Kush, Bantu, Monomotapa, Ghana, Mali, Songhai, Haússas, Tekrur, Mossis, Iorubas, Benim, ...


  “ Ibn Battuta que esteve na capital do Mali quando reinava o Mansa Suleyman, assim relata uma audiência pública:’Em certos dias o imperador concede audiência pública no pátio do palácio onde existe uma plataforma com três pés à sombra de uma árvore. Chamam a esta plataforma pempi. É atapetada de seda e tem coxins  e por cima dela erguem um grande guarda sol de seda que forma uma espécie de tenda. Esta é encimada pelo modelo de uma ave em ouro do tamanho aproximado de um falcão. O imperador sai por uma porta numa esquina do palácio transportando um arco na mão e uma aljava (de setas) nas costas. Ele traz um elmo dourado que é preso por uma faixa de ouro com pontas estreitas em forma de facas. Habitualmente veste uma túnica vermelha de tecido aveludado feito na Europa.”
  

   O Norte da África é a região mais antiga do mundo. A civilização egípcia floresceu e inter-relacionou-se com as demais áreas culturais do mundo mediterrâneo, motivos pelas quais essa região foi estreitamente vinculada, há milhares de séculos, depois que a civilização ocidental foi geralmente desenvolvida. As colônias pertencentes à Fenícia, Cartago, a romanização, os vândalos aí fixados e o Império Bizantino influente são os fatores pelos quais foi deixada no litoral mediterrâneo da África uma essência da cultura que posteriormente os árabes assimilaram e modificaram. Na civilização árabe foi encontrado um campo de importância em que foi expandida e consolidada a cultura muçulmana no Norte da África. O Islã foi estendido pelo Sudão, pelo Saara e pelo litoral leste. Nessa região, o Islã é a religião pela qual foram sendo seguidas as rotas de comércio do interior da África (escravos, ouro, penas de avestruz) e estabelecidos encraves marítimos (especiarias, seda) no oceano Índico.

  

  Simultaneamente, na África negra foram conhecidos vários impérios e estados que aí floresceram. Estes impérios e estados nasceram de grandes clãs e tribos submetidos a um só soberano poderoso com características próprias do feudalismo e da guerra. 

   Entre esses impérios de maior importância figuram o de Aksum, na Etiópia, que teve sua chegada ao apogeu no século XIII; o de Gana, que desenvolveu-se do século V ao século XI e os estados muçulmanos que o sucederam foram o de Mali (do século XIII ao século XV) e o de Songhai (do século XV ao século XVI); o reino Abomey do Benim (século XVII); e a confederação zulu do sudeste africano (século XIX).


  Uma ótima leitura.

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