Ultra-Secreto

 “Na sala reservada de uma pequena estalagem da costa da França, achavam-se sentados à roda de uma mesa, conversando e bebendo, seis oficiais alemães. Eram a nata da luftwaffe de Goering. Como chefes de esquadrilhas de bombardeiros pesados durante a blitz, haviam aprendido tanto acerca dos objetivos militares e defesas da Inglaterra, assim como das táticas da RAF, que tinham sido incumbidos de treino e orientação de outros comandantes. Eram grandes peritos no assunto.

 Estavam ali celebrando  a sua reunião semanal. A mesa achava-se coberta de garrafas, e a algazarra era tamanha que nenhum deles  percebeu o silencioso abrir de uma porta, nem da presença de um oficial Inglês, ate que ele, cobrindo-os  com a sua metralhadora ligeira, lhes apareceu pela frente. Mal um dos alemães  havia soltado  uma imprecação de surpresa, tombavam um a um sob inesperada rajada de balas. Um instante depois, um segundo inglês avançou e, rapidamente, passou minuciosa revista aos bolsos dos Nazistas abatidos. E vinte segundos após aquele discreto abrir da porta, ela fechou-se com igual silêncio.

 O Major reputou este um dos reides mais perfeitos, citando-o como exemplo nas aulas que dava aos especialistas do respectivo ramo do serviço militar aliado. Considerado o melhor instrutor dos “Comandos” Britânicos, especializou-se nas missões mais complexas e difíceis.

   - SEU NEGÓCIO É MATAR – Frederic Sondern, Jr”

TITULO: Segunda Guerra Mundial Ultra Secreto

AUTOR: Diversos

EDITORA: Ypiranga SA – ( Reader’s Digest )

PAG: 540

  A Reader’s Digest lançou em 1965 este livro. Uma coletânea de histórias da guerra, com uma narrativa empolgante. O exemplo esta no inicio deste post.

 Uma encadernação em capa dura, muito bem acabado. Impressiona que depois de tanto tempo o meu exemplar não solta nenhuma folha. A lombada já caiu, infelizmente.

  Um material de pesquisa incrível. 

 O livro é dividido nos seguintes capítulos:

 - Hitler avança

 - Os ultimos dias de Varsóvia

 - O cerco ao forte Eben Emael

 - “Protejam-se dos bombardeiros”

 - Nós organizamos a resistência Francesa

 - O ultimo inimigo

 - Milagre de Dunquerque

 - Enganando o piloto inimigo

 - O mistério sob o vôo de Hess

 - Nós varremos as minas de Dover

 - Herói quando era preciso

 - A grande campanha de surpresa

 - O que eles Chamam de bravura

 - O homem que negociou com Himmler

 - Hitler namora a América do sul

 - Missão secreta no Norte da África

 - A menina Anne Frank

 - O reide a St. Nazaire

 - Tora, tora, tora

 - Pastores de um mundo subterrâneo

 - A fuga de Giraud

 - Dois homens e um exército

 - Sabotagem – A guerra secreta

 - O espião que traiu Hitler

 - Pimpinelas escarlates no ar

 - A grande operação prata na Baia de Manila

 - A invasão Cerebral

 - Seu negócio é matar

 - A selva dos amigos ocultos

 - A senha era Mandalai

 - “Afundem aqueles Navios!”

 - A batalha de Kelibia Point

 - Os inconquistáveis

 - Tocaiando o Sharnhorst

 - “O circo Wingate”

 - Os últimos dias de Mussoline no poder

 - Especialistas em confusão

 - O código secreto das profundezas

 - Uma paz em separado

 - A morte no vento divino

 - A esfinge dourada

 - Meu ultimo serviço no “Yamato”

 - Eles conduziam os nossos segredos

 - A guerra vista de um tanque

 - A maior batalha aeronaval da história

 - “Sua missão é encontrar os Russos”

 - Nossa guerra secreta na Escandinávia

 - Os Couraçados secretos Japoneses

 - A Alemanha foi bombardeada até a derrota

 - Agora já pode ser dito

 - Por que os Americanos não tomaram Berlim

 - O homem mais perigoso da Europa

 - Os últimos momentos de Hitler

 - O silêncio de 600.000

 - A luta de Hirohito pela Rendição

  A maioria dos fatos relatados neste livro são inéditos. E mostram alguns aspectos desconhecidos deste que foi o maior conflito da nossa história.

 Para aqueles que estudam este período, vale a pena procurar este livro na internet.

  Boa leitura!

Universo, como você nunca viu!!!

A viagem no tempo é possível? Ou é um sonho, tornado realidade apenas em filmes?

O Universo esta expandindo ou contraindo?

Nada pode ser mais rápido que a luz? Por que?

Espaço x tempo, teoria das cordas, relativismo... Você já deve ter ouvido falar sobre estes assuntos e deve achá-los fora de sua capacidade “normal” de compreende-los. A maioria dos livros que tentam explicá-los acabam por deixar as coisas ainda mais complicadas.

 Pois então esta na hora de você ler:

TITULO: O universo numa casca de noz

AUTOR: Stephen Hawking

EDITORA: Ediouro

PAG: 216

  Se você nunca ouviu falar de Stephem Hawking, o que acho difícil, vamos lá:

 Stephen William Hawking é um físico teórico e cosmólogo britânico e um dos mais consagrados cientistas da atualidade. Doutor em cosmologia, foi professor lucasiano de matemática na Universidade de Cambridge (posto que foi ocupado por Isaac Newton). Depois de atingir a idade limite para o cargo, tornou-se professor lucasiano emérito daquela universidade.

Atualmente, Hawking encontra-se incapacitado em razão de uma esclerose lateral amiotrófica (ELA), que o impede de manter suas atividades científicas. Sua condição se agravou ao longo dos anos, e ele está quase que completamente paralisado.

Os principais campos de pesquisa de Hawking são cosmologia teórica e gravidade quântica. Em 1971, em colaboração com Roger Penrose, ele provou o primeiro de muitos teoremas de singularidade; tais teoremas fornecem um conjunto de condições suficientes para a existência de uma singularidade no espaço-tempo. Este trabalho demonstra que, longe de serem curiosidades matemáticas que aparecem apenas em casos especiais, singularidades são uma característica genérica da relatividade geral.

Hawking também sugeriu que, após o Big Bang, primordiais ou miniburacos negros foram formados. Com Bardeen e Carter, ele propôs as quatro leis da mecânica de buraco negro, fazendo uma analogia com termodinâmica. Em 1974, ele calculou que buracos negros deveriam, termicamente, criar ou emitir partículas subatômicas, conhecidas como radiação Hawking, além disso, também demonstrou a possível existência de miniburacos negros. Hawking também participou dos primeiros desenvolvimentos da teoria da inflação cósmica no início da década 80 com outros físicos como Alan Guth, Andrei Linde e Paul Steinhardt, teoria que tinha como proposta a solução dos principais problemas do modelo padrão do Big Bang.

  Desde o seu lançamento, em 2009, que eu “namorava” este livro nas prateleiras. Não o comprava pois estava envolvido com outras leituras e queria dedicar um tempo só a ele.

 No dia dos namorados de 2010 minha esposa me deu de presente. A Ediouro fez um trabalho editorial belíssimo. Falta uma capa dura, mas nada contra a que foi editada. Papel cartão, com belas orelhas. Só tem que tomar cuidado, pois ela tende a marcar um leve “vinco” no meio, devido a orelha. As folhas em papel couche, sem brilho, conferem um peso extra a obra, algo digno de um Stephen Hawking.

 Engana-se aqueles que acham que não conseguirão acompanhar as teorias de Hawking. Neste livro Hawking nos conduz a uma viagem pelo nosso universo, de uma maneira simples, que até o mais leigo no assunto conseguirá acompanhar os assuntos propostos.

 Com seu estilo bem humorado, ele nos guia pelos segredos do universo. Supergravidade, teoria quântica, teoria-M, holografia, teoria das cordas, p-branas...

 Hawking nos convida, ao longo da leitura, a sermos seu companheiro nesta bela viagem.

 Com ótimas ilustrações e quadros informativos, prepare-se para uma realidade surpreendente.

 O livro vai aumentando seu grau de dificuldade conforme os capítulos avançam. É quase como um curso intensivo. Uma leitura que vale a pena. Obviamente que só agradará se for um leitor de livros de cunho cientifico. Não é um livro para ler na cama, antes de dormir, ou na praia. É um livro para se mergulhar de corpo e alma.

  Para saber mais:

 http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=teste-da-teoria-das-cordas

http://www.fma.if.usp.br/~rivelles/Seminars/curso_verao_09_teoria_cordas.pdf

 http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-a-teoria-da-relatividade

 Boa leitura!

Mas que um livro, uma lição de vida!

   


  Existem livros que são capazes de mudar a forma como enxergamos a vida. Imaginem por um minuto, um jovem, com todos os predicados da juventude. Gosta de carros esportes, joga bola com os amigos, dança, nada,...  De repente sua vida é totalmente virada do avesso, quando em um acidente, este jovem perde as duas pernas.

  Se veja hoje, acordando sem as duas pernas. Tente programar o seu dia para esta nova realidade. Hoje, devido a política de inclusão social, o deficiente físico tem uma série de apoios para ajuda-los em suas rotinas, tais como:  carros adaptados, próteses das mais modernas, ônibus adaptado, cadeiras automáticas, acessos facilitados com rampas,...

 Mas tente imaginar-se nesta situação na década de 30 / 40. E ainda se torne um ás da aviação de caça...

 TÍTULO: O conquistador do Céu

 AUTOR: Paul Brickhill

 EDITORA: Nova Fronteira

 PAG: 550

  Este livro faz parte de uma coleção lançada pela Nova Fronteira na década de 1950/60. Coleção BlitzKrieg.  Uma coisa que percebi enquanto escrevia este post, me parece que este livro é o mais raro da coleção. Dei uma vasculhada na rede e não encontrei nenhum vendendo. Eu imagino o motivo. O trabalho gráfico ficou bem “pobre”. As capas são feitas de um papel um pouco mais grosso que o papel usado no interior. Não tem orelhas e a lombada é bem frágil. Eu tenho outros dois livros desta coleção e ambos estão “remendados”. Em particular este livro, por ser bem mais grosso que os demais, tende a se rasgar mais facilmente.  

  Se você nunca ouviu falar em Douglas Bader, ele é um personagem “lendário”, não só pelos seus feitos durante a guerra, mas pelo exemplo de vida. Após perder as pernas e ser desligado da Força Aérea Inglesa, a RAF, Bader venceu todas as adversidades. Recusou-se a admitir o fracasso, reingressou na RAF e tornou-se um ás.

                                            Bader em seu Hurricane

Sir Douglas Robert Steuart Bader, nascido em 1910, a ele é creditado o abate de 22 aeronaves alemãs.
Entrou para a RAF em 1928, acidentando-se em 14 de dezembro de 1931 em um campo de pouso próximo a Reading, ocasião em que perdeu as duas pernas. Recuperou-se, e após voltar a treinamento e passar pelos testes de admissão tentou permanecer na RAF, mas foi afastado por questões médicas em 30 de abril de 1933. Com a deflagração da Segunda Guerra, foi reengajado às forças armadas e requisitou sua transferência para a RAF. Assinado em um esquadrão aéreo em 1940, Bader abateu os primeiros inimigos já sobre Dunquerque, ainda durante a Batalha da França.

  A lenda do “piloto sem pernas” viajou o mundo. Os Alemães já sabiam reconhecer seu avião. Uma das lendas em torno de Bader conta que quando foi abatido, imediatamente o ás Alemão, Adolf Galland, o recolheu a sua base, não permitindo que Bader fosse enviado a um campo de prisioneiros comum. Galland lhe disse que poderia pedir qualquer coisa, e imediatamente Bader respondeu:

“- Me deixe voar um ME-109.”

                                                       Adolf Galland
 

 Galland, obviamente não pode atender ao seu pedido, mas atendeu a um segundo pedido, que foi o de conseguir um par de pernas reservas que haviam ficado na Inglaterra. Para tal feito Galland enviou uma mensagem a Inglaterra solicitando as pernas, que seriam lançadas de paraquedas em um local determinado e garantiu que o avião encarregado desta missão não seria atacado. Os Ingleses enviaram as pernas para Bader e conforme prometido a tripulação não foi atacada. 
 Tempos depois Bader foi enviado a uma prisão especial, para onde os prisioneiros problemas eram enviados. Neste meio tempo suas pernas já não estavam tão boas, então teve que esperar ser libertado.
 

                                                 Bader jogando Golf

  

 A vida de Bader é exemplo de superação. Uma verdadeira lição de vida para aqueles que se entregam ante a primeira dificuldade. Bader não só pilotava aviões, como dirigia carros, jogava golf, nadava... E tudo isto com pernas que ele mesmo ajudava a desenvolver.


 A trajetória desta lenda encerrou seus trabalhos na terra em 1982, porém deixou um legado incrível. O Douglas Bader Foundation, fundada neste mesmo ano por amigos e familiares e tem como objetivo ajudar pessoas com deficiência a superarem as dificuldades. 

                                       http://douglasbaderfoundation.com/

 O que mais falar sobre este livro? Gostaria que todos tivessem a oportunidade de ler este livro. Bader é um verdadeiro heroi, que com seu exemplo é capaz de produzir verdadeiros milagres. Entre no site http://douglasbaderfoundation.com/. 
 Quem sabe não rodam um filme sobre sua vida?

 Para saber mais:

 Spitifire - Da coleção História ilustrada da Renes Editora
 http://pt.wikipedia.org/wiki/Douglas_Bader
 http://www.elknet.pl/acestory/bader/bader.htm
 http://www.milavicorner.0catch.com/bader.htm

 Ótima leitura!

Primeira Batalha Naval da Segunda Guerra Mundial

 

  A Batalha do Rio da Prata foi a primeira batalha naval da Segunda Guerra Mundial, foi travada entre as Marinhas Inglesa e Alemã. O combate aconteceu no Atlântico Sul em 13 de dezembro 1939, próximo ao Estuário do Rio da Prata.

  A guerra havia começado a pouco tempo, o mundo ainda se encontrava como que despertando em meio a um pesadelo. Desta, até o fim da guerra, 6 anos depois, inúmeras outras batalhas foram travadas e esta acabou em notas de rodapé da história.

  Mas se você quer saber desta grande batalha:

 TITULO: A ultima viagem do Graf Spee

 AUTOR: Michael Powell

 EDITORA: Record

 PAG: 225

  Este livro eu comprei por volta de 1993. Com uma narrativa que nos prende desde as primeiras linhas, Michael Powell nos coloca no convés do Graf Spee. Incrível os avanços tecnológicos, para época, embarcados no Graf Spee. Isto se torna claro em um diálogo no qual ao Capitão do Graf Spee é perguntado como o navio tanque o encontrava se não havia uma rota pré estabelecida. A resposta foi simples e surpreendente:

“- Ele não me encontra, nós encontramos ele.”

  Conhecido como “tigre dos mares”, a história desta épica batalha é narrada de maneira triunfal por Michael Powell. 

                                                    Africa Shell

  A história é contada do ponto de vista do comandante do Navio África Shell, que foi afundado pelo Graf Spee na costa da África. Por acaso do destino, o capitão do África Shell conhecia o Capitão Hans Langsdorff, capitão o Graf Spee. A partir de então a saga começa.

  Se você não conhece a história do Graf Spee:

  Antes da invasão da Polônia, foram feitos planos para que o navio Graf Spee navegasse abaixo da Linha do Equador, partindo do porto de Wilhelmshaven, em 21 de agosto de 1939, três dias antes da assinatura do Pacto Molotov-Ribbentrop. Sua função era atuar como navio pirata no comércio do Atlântico Sul. Desta forma, Langsdorff traçou um curso que atravessava grandes linhas de navegação durante a noite para evitar a detecção. Apoiado pelo seu navio de abastecimento, o Petroleiro Altmark, suas ordens eram para afundar navios mercantes britânicos, mas evitar a todo custo o combate com forças inimigas.
Após afundar nove navios mercantes, o Graf Spee resolveu tentar uma investida próxima da bacia do rio da Prata, mas em vez de se deparar com navios mercantes encontrou uma força inglesa com três navios, o HMS Ajax, o HMNZS Achilles e o HMS Exeter. Após um combate feroz, em que o Graf Spee foi danificado, o comandante Hans Langsdorff ordenou que o navio buscasse refúgio no porto de Montevidéu, no Uruguai. Uma manobra até hoje não muito bem esclarecida, visto que o Graf Spee ainda tinha condições de enfrentar o inimigo.

                                     Danos em uma das armas secundárias 
 
O comandante Langsdorff foi intimado pelo governo uruguaio a deixar o porto, porém os três navios ingleses aguardavam o Graf Spee para um combate final. Em inferioridade numérica, com o navio danificado e com ordens de Adolf Hitler de não o deixar ser capturado pelos ingleses, Langsdorff desembarcou sua tripulação e fez com que o couraçado fosse pelos ares e afundasse completamente, isso sob olhares da imprensa local e estrangeira que registrou o fato. Após conseguir assistência médica para seus comandados feridos e enterrar seus mortos, o comandante Langsdorff suicidou-se alguns dias depois envolto na bandeira de combate alemã. O filme inglês de 1956, The Battle of the River Plate, dramatiza a batalha.

                                                  Fim de uma lenda.

 Se você não é muito fã de livros de guerra, mas adora o estilo "romance", ou espionagem ao estilo Ken Follet, vai adorar este livro.

 Para quem estuda o tema, é um livro obrigatório.

 Para saber mais:

http://www.naufragiosdobrasil.com.br/especialgrafspee.htm

http://www.lummifilm.com/grafspee/shipwreck.html

Filme, "A batalha do Rio da Prata"

http://maritimo.blogspot.com.br/2004/02/odisseia-do-cruzador-graf-spee.html

 

DEUSES & HERÓIS

   

 Apolo, Cupido, Mercúrio, Hércules, Baco, Midas... Deuses e Heróis.

 Estão todos eles um pouco misturados em nossa cultura. É muito comum, em filmes, livros, desenhos e até em nossas conversas do dia a dia, algum destes personagens serem inseridos. Seja de forma figurativa, ou não, o fato é que se tornou algo tão comum que parece fazer parte da nossa língua.

 Por exemplo, falamos tanto em “Fauna” e “Flora” e a grande maioria das pessoas sequer imaginam a origem destes termos. Por que a aranha é “aracnídeo”? Zeus, Deus, teriam a mesma origem?

  Se você estuda, gosta ou simplesmente usa os mitos e suas significações, este é um livro OBRIGATÓRIO.

 TITULO: O livro de Ouro da Mitologia

 AUTOR: Thomas Bulfinch

 EDITORA: Ediouro

 PAG:417

   Este é mais um dos meus livros de cabeceira. As vezes o pego só para reler algum capítulo em especial, ou simplesmente para lembrar de alguma história que posso vir a usar em uma aula ou treinamento. É uma leitura para a vida toda.

  Comprei este livro no dia 26 / 03 / 2000. Eu já estava namorando ele na prateleira desde o natal de 1999. O livro apresenta um trabalho editorial muito bonito. Capa em papel cartão, com aquela película plástica por cima. Orelhas moderadas e impresso em offset, aquela folha lisa como pele de bebê. Pela obra em questão, merecia uma capa dura acolchoada. 

  Thomas Bulfinch nos embarca em uma verdadeira viagem pelo nosso passado mitológico.  As religiões Gregas e Romanas nos são apresentadas através de episódios relativos a cada divindade. São contos ou lendas que chegaram até os nossos dias através dos poetas, oradores e ensaístas.

  São no total 42 capítulos, entre eles:

 - BACO; HERCULES, MIDAS, APOLO, ORFEU...

  Thomas ainda nos brinda com:

A GUERRA DE TROIA e O REGRESSO DE ULISSES.

 Também temos a mitologia Oriental:

 - ZOROASTRO, BUDA, DALAI-LAMA, HINDU...

 E as Nórdicas:

 - ELFOS, TOR, DRUIDAS, BEOWULF

  A obra ainda apresenta inúmeras reproduções de pinturas dos séculos XV, XVI e XVII e ainda fotos de esculturas retratando os Deuses e Heróis.

 Com uma leitura leve, o livro nos prende desde o início. Lembro que assim que comprei-o, devorei uns dez capítulos sem parar. Só parei porque já era tarde e tinha aula cedo pela manhã.

  Se você viu os filmes, “TROIA” e “FURIA DE TITÃS”, este livro vai ajudá-lo a conhecer alguns aspectos não apresentados nos filmes de maneira direta.

 Depois de estudar bastante estes temas, assim como eu, você vai notar que todo este “panteão” de Deuses não morreram. Poucos são aqueles que foram denegridos pela igreja católica. A grande maioria simplesmente foi sendo colocado para “escanteio”, incluindo neste o próprio ZEUS.

 A prova disto, é que eles estão presentes em nossos dias.

 Boa leitura!

"Meu nome é Legião, pois somos muitos!"

 

 Eu já disse algumas vezes que gosto de livros que me façam pensar. Me faça querer pesquisar mais sobre o assunto. Sou um eterno buscador do conhecimento.

 O livro que vou falar hoje neste post, ganhei de um amigo no dia vinte e dois de Junho de dois mil e doze. Não foi de um amigo qualquer, foi do meu mais novo amigo de infância. Quando ele me deu o livro ele disse que eu já estava pronto para lê-lo.

 Parafraseando um pouco o próprio autor:

“- Nossos livros não estão para agradar ao leitor. Livros para agradar têm aos montes. Nossos livros incomodam, abalam estruturas. É por isto que os produzimos: para provocar desconforto, mudança, reflexão... Se não for assim, não há razão para existirem.”

 Estou de acordo. E depois de lê-lo tenho certeza que você também ira concordar.

 TITULO: Legião – Um olhar sobre o reino das sombras.

 AUTOR: Robson pinheiro

 EDITORA: Casa dos espíritos

 PAG: 525

  Quando meu amigo disse que “ já estava pronto para lê-lo”, ele não estava de brincadeira. Deixe-me explicar.

  Bem, nesta minha jornada pelo conhecimento, também aprendi a desenvolver meu autoconhecimento. O auto-conhecimento nos leva a uma profunda viagem ao nosso interior, fazendo nos compreender por que reagimos a uma determinada situação, tornando-nos capazes de fazer uma escolha mais consciente, e que conseqüentemente nos levará à uma satisfação e sentido de vida cada vez mais significativo. Você pode se perguntar: Por que se conhecer ? E este é justamente um dos motivos que me leva a olhar constantemente para dentro. É olhando para dentro e examinando e transcendendo nossos padrões herdados de nossa própria cultura e sociedade que poderemos encontrar um sentido em nossas vidas, uma resposta para a pergunta que a maioria de nós tem na mente: “Para que estamos vivos ?

  Na busca desta resposta, encontrei a meditação. A palavra meditação vem do latim, meditare, que significa voltar-se para o centro no sentido de desligar-se do mundo exterior e voltar a atenção para dentro de si. Em sânscrito, é chamada dhyana, obtida pelas técnicas de dharana (concentração), no chinês dhyana torna-se Ch'anna e sofre uma contração tornando-se Ch'an e Zen em japonês. Concentrar intensamente o espirito em algo. A prática da meditação, de algumas ações cotidianas voltadas ao enobrecimento do espírito e do reconhecimento do divino interior nos faz ter uma percepção maior da realidade que nos cerca. 

 Estudar metafísica e física quântica também nos abrem portais perceptivos antes inimagináveis. 

 Só para exemplificar, este conhecimento cria em torno de nós um “magnetismo” que seja onde for, basta a nossa presença para perturbar aqueles que ainda estão “vagando pelo mundo” e atrair aqueles que estão na mesma trilha que nós. Permita-me citar uma situação ocorrida mês passado. Eu estava dando aula para uma turma de 21 alunos, em uma universidade localizada em outra cidade. Por tratar-se de uma turma de pós graduação as aulas se estendem por todo o dia, com intervalo para almoço. Desde o primeiro dia um grupo de 3 alunos se “aproximou” mais de mim, inclusive almoçando junto com este que hora escreve. No terceiro dia de aula, entre um assunto e outro na hora do almoço, ficou bem evidente o motivo da “aproximação”. Os três em particular eram, assim como eu, verdadeiros “buscadores” do conhecimento, sendo um deles espírita de alto grau de mediunidade. 

 Mas o que isto tem a ver com o livro? Vou ser bem franco, se você não esta preparado, você com certeza não conseguirá entender a profundidade deste livro.

 Em resumo, o livro nos conta, como os Magos Negros se utilizam das mais variadas “magias” para desvirtuar a humanidade. Como ainda, estes Magos estão a serviço de uma força ainda mais sinistra, que são os Dragões. Seres milenares, que devido a sua baixíssima vibração não conseguem mais encarnar e manipulam os Magos Negros a fim de impedir o avanço espiritual da humanidade.

 “ Sombra e luz, escuridão e claridade. Essa realidade dupla forma o interior do ser humano, que tenta negar-se a cada dia, enganando-se. A maioria das pessoas quer ser apenas luz. Recusa-se a identificar a sombra que faz parte delas. Religiosos de um modo geral falam de um lado sombrio, diabólico, umbralino, como se esse lado escuro fosse algo externo, ruim, execrável. Até quando adiar o conhecimento do mundo interno? Inúmeras tentativas foram realizadas para conscientizar o homem terreno de que as chamadas trevas exteriores são apenas o reflexo do que existe dentro dele.(...)

 O passado humano é fixo e dependente de conceitos religiosos deturbados e castradores, que foram amplamente difundidos e ainda estão arraigados no psiquismo, mesmo naqueles que afirmam rechaçar atualmente qualquer crença. Isso faz com que o ser humano, principalmente aquele mais apegado às questões religiosas, negue a verdade de sua sombra. Para muita gente, somos apenas luz. Quem sabe tal atitude seja uma tentativa de multiplicar as máscaras que trazemos incrustadas na face do espírito? Devido ao passado de ignorância, alimentada pela religião secular, ortodoxa e detentora do monopólio cultural, infundiram-se no ser humano certas sombras, que representam conceitos moralistas de erro, pecado e desequilíbrio. São mecanismos que agem nas matrizes do pensamento, no inconsciente. (...)”

 As pessoas estão sendo levadas a entender que são cristãos especiais ou "Ungido de Deus", como dizem muitos e se estão no mundo estão para vencer no plano físico através da riqueza material, e muitos por esta forma de pensamento estão se tornando escravos do mundo (consumismo).

 Se você parar e observar a sociedade, quase 100% dos cristãos estão submissos as idéias de consumo. E as verdadeiras idéias do Messias? Não há mais lugar para elas em nossa sociedade. Quando São Francisco de Assis foi visitar Roma, foi lhe dado um recado: “- Se vier com este papinho de doar tudo aos pobres e viver conforme os ensinamentos do mestre, vai levar uma surra de quebrar-lhe os ossos!”. E é exatamente o que vemos hoje, os verdadeiros ensinamentos  estão sendo deixadas de lado, e a renuncia e a caridade, ou o simples viver e ajudar aos outros, não faz mais parte dos ideais cristãos como a verdadeira chave para a salvação. Onde está o “Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei.” ? Isto sumiu. O “cristão” sai do culto, entra no seu carro, que por ironia estava estacionado em local que atrapalha o trânsito dos demais. Sai sem dar seta, fechando o carro de um irmão, que buzina, freia e sai cantando pneu. Este é o plano dos Dragões em andamento.

 Se você pensa que a eternidade é tocar harpa montado em nuvens de algodão...tststststs. Pode esquecer.

 Existe uma guerra no outro lado, guerra está descrita na bíblia, de maneira deturpada, mas em suma, as “trevas x as hostes divinas”. Uma guerra que alguns autores, como J.R.R. Tolkien, J.K. Rowling através de inspiração, sem querer, conseguiram nos revelar.  

  Nesta guerra, nós os homens, “trouxas”, ou encarnados. Somos os soldados com menos armas e com as apostas mais altas. Podemos reverter isto. Só depende de nós.

 

   Boa leitura...

História Ilustrada!

  Hoje não vou falar de um livro. Vou falar de uma coleção.

  Em 1976 a editora RENES lançou no Brasil a coleção “ História Ilustrada”. Originalmente esta coleção foi lançada em 1970 pela Ballantine Books Inc., de Nova York.

 TITULO: História Ilustrada ( Coleção )

 EDITORA: RENES

 PAG: 160

  O primeiro livro que li desta coleção foi o H1 – “Julgamento em Nuremberg.” Que era do meu pai. Eu na época tinha por volta de 13 anos de idade. Muito me impressionou a quantidade de fotos da época. Esta é uma característica desta coleção. Os textos são muito bem elaborados. Fica meu desagrado pela opção em se editar com as mesmas características da edição americana, ou seja, duas colunas por página e uma fonte diminuta.  Salvo aqueles que de fato se interessam pelo assunto exposto, os demais com certeza abandonarão a leitura. 
 A qualidade da informação é excelente, e logicamente se deve aos autores especializados em cada assunto. Os livros são montados de forma independente, cobrindo totalmente cada assunto, ricamente ilustrado com fotos autênticas, selecionadas dos principais arquivos militares da biblioteca do estado de Berlin, do Exército dos EUA, do Museu imperial da Guerra e outros. Mapas bem detalhados, ilustrações técnicas de armas e veículos.

  Acredito que a estratégia da Renes foi a de publicar uma coleção acessível ao maior número de leitores. Os livros custam, hoje, R$ 15,00.  Eram publicações quinzenais vendidas em bancas de jornal ou diretamente pela Renes, por reembolso postal. A qualidade deixa um pouco a desejar. São livros que não resistem muito. A maior parte de minha coleção foi adquirida em sebos. Alguns eu tive que quase reencadernar. Eles tendem a soltar as folhas, abrir a lombada e até a soltar as capas. Todos os meus livros desta coleção estão encapados com contact transparente. Alguns exemplares eu comprei em duplicidade, um para guardar e o outro para ler. Foi o caso do A2 – “Sptifire” e do A17 – “ZERO”.

 Esta coleção é dividida da seguinte maneira:

  - História Ilustrada da 2° Guerra Mundial

  - História Ilustrada do Século da Violência

A História Ilustrada da 2° Guerra mundial contém ao todo 113 livros, subdivididos e identificas pela coloração das bandas inferiores, da seguinte maneira:

 BATALHAS ( Banda Vermelha )

 O DIA “D”

 PEARL HARBOR

 MONTE CASSINO

 STALINGRADO

 A BATALHA DA INGLATERRA 

 A BATALHA DE BERLIM

 TOBRUK

 A DEFESA DE MOSCOU

 IWO JIMA

 BASTOGNE

 MIDWAY

 A BATALHA PELO RENO

 ROTERDÃ

 ATAQUE A SAINT-NAZAIRE

 SALERNO

 INVASÃO DA ALEMANHA

 KURSK

 MARKET-GARDEN

 SCHWEINFURT

 KASSERINE

 TARAWA

 PLOESTI

 BEDA FOMM

 BATALHA DO REICHSWALD

 GOLFO DE LEYTE

 DESTRUIÇÃO DE LONDRES

LIDERES ( Banda Roxa )

 CHURCHILL

 HITLER

 MUSSOLINI

 GORING

 DE  GAULLE

 PATTON

 GOEBELS

 HIMMLER

 TITO

 MacARTHUR

 STALIN

 ROMMEL

 MONTGOMERY

 EISENHOWER

 TOJO

 ZHUKOV

 HEYDRICH

 SKORZENY

 STAUFFENBERG

 MOUNBATTEN

POLITICA EM AÇÃO ( Banda Negra )

 A JUVENTUDE HITLERISTA

 OS CONSPIRADORES

 SS E GESTAPO

 O LEVANTE DE VARSÓVIA

 ESTADO-MAIOR ALEMÃO

 O INCÊNDIO DO REICHSTAG

 A NOITE DAS LONGAS FACAS

CONFLITO HUMANO. ( Banda Amarela )

 JULGAMENTO EM NUREMBERG

 AS PONTES DO RIO KWEI

 OLIMPÍADAS - 1936

 GENOCÍDIO

 LÍDICE

TROPAS ( Banda Verde )

 WAFFEN - SS

 DIVISÕES PANZER

 AFRIKA KORPS

 COMANDOS

 PARA- QUEDISTAS ALEMÃES

 KAMIKAZES

 COMANDOS DO DESERTO

 A GUARDA DE HITLER

 FRANCESES LIVRES

 CHINDITS

 MARAUDERS

ARMAS ( Banda Azul )

 ARMAS SECRETAS ALEMÃES

 SPITFIRE

 A MARINHA ALEMÃ

 LUFTWAFFE

 ARMAS SECRETAS ALIADAS

 PORTA AVIÕES

 ARMAS DA INFANTARIA

 SUBMARINOS ALEMÃES

 CANHÕES : 1939 - 45

 B - 29

 A MARINHA DO JAPÃO

 LANCHAS TORPEDEIRAS

 O JIPE

 TIGRES VOADORES

 BLINDADOS ALIADOS

 MESSERSCHMITT Me-109

 ZERO

 MINI- SUBMARINOS

 ARTILHARIA

 MOSQUITO

 P - 40

 P - 51

 MESSERSCHMITT “KOMET”

 BOMBARDEIRO LANCASTER

CAMPANHAS ( Banda Laranja )

 FRANÇA-1940

 GUADALCANAL

 BARBAROSSA

 NORMANDIA

 GUERRA DA FINLÂNDIA

 INFERNO NO PACÍFICO 

 OPERAÇÃO “TOCHA”

 O CERCO DE LENINGRADO

 INVASÃO DA SICÍLIA

 A QUEDA DE CINGAPURA

 LIBERTAÇÃO DAS FILIPINAS

 PONTE AÉREA PARA A CHINA

 JAPÃO - agonia final

 NOVA GUINÉ

 A CONQUISTA DA NORMANDIA

 A RECONQUISTA DO PACÍFICO

 QUEDA DAS FILIPINAS

 CAMPANHA DA BIRMÂNIA

 NOVA GEORGIA

 ESPECIAL CORES ( Banda Anil )

Insígnias Nazistas

 Os livros que destaquei em vermelho são livros já “Raros” desta coleção. Particularmente o Insígnias Nazistas é o mais raro de todos. Enquanto a maioria dos exemplares beira os R$15,00, este livro já esta sendo vendido por até R$ 200,00.

 Os livros que destaquei em azul foram os melhores, em minha opinião.

 A coletânea, história ilustrada do Século da Violência, são os seguintes livros:

 LAWRENCE DA ARÁBIA

 A CONQUISTA DA ETIÓPIA

 ARGONE

 AGOSTO DE 1914

 DESASTRE NOS CÁRPATOS - 1916

 A GUERRA DOS SEIS DIAS

 A LEGIÃO CONDOR E A GUERRA

 BLOQUEIO DE BERLIM

 TANQUES - 1918

 A GUERRA DE TRINCHEIRAS

 A BATALHA DE VIMY - 1917

 ALEMÃES NA ÁFRICA

 AS REUNIÕES DE NURENBERG

 DIEN BIEN PHU

 O JOVEM CHURCHILL

 OS CANHÕES 1914 - 18

 IRLANDA SANGRENTA

  Se você é um estudioso do assunto, ou simplesmente gosta de entender esta parte de nossa história, recomendo esta coleção. Só digo que não é uma leitura muito fácil. Infelizmente, como disse acima, a fonte é bem pequena e a impressão, de duas colunas por página é “sufocante”. Mas é compensada pela riqueza de material fotográfico.

  Você encontra muitos livros desta coleção nos sebos. Ou pode comprar direto da editora: http://www.editorarenes.com.br/

  Ótima leitura!!

Um sentido para a vida...

 “O Maximo-Gorki, o maior avião do mundo, caiu. Preparava-se para aterrissar quando um avião de caça, voando a mais de quatrocentos quilômetros por hora, chocou-se contra ele.

 Uns dizem que bateu na asa, outros que foi no motor central, e todos o viram adater-se, fulminado. Depois, asas, motores, fuselagem, dividiram-se, lentamente, numa espécie de negro desabrochar. Até a rapidez da queda parecia medida. Os espectadores tiveram a impressão de estar assistindo a um vertiginoso deslizar ou ao naufrágio quase solene de um navio torpedeado.

 O aparelho pesando quarenta e duas toneladas, caiu sobre uma casa de madeira, que ficou esmagada e se incendiou e cujos moradores morreram. Onze homens da tripulação, entre eles o grande piloto Jourov, e trinta e cinco passageiros também pereceram.

 Essa catástrofe aérea fez quarenta e oito vítimas. O Máximo-Gorki, orgulho da frota aera Russa, tinha sessenta e três metros de envergadura e trinta e dois metros de comprimento.  Seus oito motores, nos quais seis colocados nas asas, tinham a potencia  de sete mil cavalos. A velocidade de cruzeiro era de duzentos e sessenta quilômetros horários. Transportava pelos céus um gigante alto-falante, e sua voz, descia das nuvens para aqueles que no solo a escutavam, cobria o ronco dos seus oito motores.

(...)”

  Este é um fragmento de um texto inédito de Antoine de Saint-Exupery. Este e outros textos estão no livro:

 

TITULO: Um sentido para a vida

AUTOR: Antoine de Saint-Exupéry

EDITORA: Nova Fronteira

PAG: 150

  Estava em minhas andanças costumeiras por uma livraria, quando me deparei com este livro. Achei tratar-se de um destes livros de auto-ajuda. Já nem iria retira-lo da prateleira quando prestei mais atenção e vi o nome do autor. Nem pestanejei, comprei-o na hora. Livro “fininho”, capa em papel cartão, com uma imagem estilo retro. Longas orelhas que dão ótimos marcadores.

  Nesta obra, são reunidos textos escritos durante quase vinte anos e nos revelam um olhar atento aos acontecimentos da vida dos homens comuns.

 

 È preciso dar um sentido a vida dos homens.

 “(...)

  Para o conhecer, basta nos olharmos à distância. Então descobrimos que estamos em guerra contra nós mesmos. Então nossas divisões, nossas lutas, nossas injúrias, são como que de um mesmo corpo que se contrai contra si próprio e rasga no sangue de seu próprio parto. Algo irá nascer que superará essas diferentes imagens, mas deveremos nos apresar a forjar sua síntese. É preciso não esquecer que hoje em dia a guerra se faz com gás de mostrada e torpedo. (...)

 Quando a contradição se torna assim urgente, temos de nos apressar a superá-la. Porque nada é mais importante do que uma necessidade que procura sua expressão. Se ela encontra, à falta de melhor, essa expressão na ideologia que conduz à guerra, não tenhamos dúvidas, nós teremos a guerra. Nós, porém, temos uma resposta melhor do que a guerra para essas necessidades que atormentam o homem, mas é estéril negá-las. Poderemos gritar nossas razões de odiar a guerra a alguém como esse oficial do sul do Marrocos que conheci, mas cujo nome não ouso revelar.(...)

 A verdade, para o homem, é o que o torna homem. Quando esse homem que conheceu esse nível de relações, essa lealdade, esse dom mútuo de uma estima que é para toda a vida, compara essa expansão que lhe foi permitida à medíocre qualidade do demagogo que teria expressado sua fraternidade a esses mesmos árabes à força de grandes palmadas nos ombros, o que teria, talvez, lisonjeado o indivíduo, mas humilhado o homem que existe nele, então este homem não sentirá em relação áquele que o censurar senão uma compaixão misturada de um pouco de desprezo.(...)

 E se o alemão, hoje, esta pronto a verter seu sangue por Hitler, compreendam que é inútil discutir Hitler. É porque o alemão encontra em Hitler uma ocasião de se entusiasmar e de oferecer a sua vida que tudo é grande para ele. Será que não se entende que a força  de um movimento repousa sobre o homem que ele liberta?

 (...)

 De que nós estamos precisando? Para nascer para a vida? Precisamos nos dar! Sentimos obscuramente que o homem não pode se comunicar com homem senão através de uma mesma imagem. (...). Os homens não se juntam quando dirigem diretamente as palavras uns aos outros, mas quando se confundem no mesmo Deus.  Em um mundo tornado deserto, nós tínhamos sede de encontrar camaradas: o gosto do pão partido entre camaradas nos fez aceitar os valores da guerra. Mas não precisamos da guerra para encontrar o calor do ombro do próximo se corremos pelo mesmo objetivo. A guerra engana nos. O ódio não acrescenta coisa alguma ao calor da corrida.

 (...) “

 O ponto alto, para mim, neste livro, é a narrativa que Saint-Exupery faz de sua viagem à URSS. Na década de 20. Devemos lembrar que a URSS na década em questão, era um mundo à parte. E com sua riqueza de detalhes, Saint-Exupery consegue nos transportar para este “mundo”. Interessante uma conversa que ele trava com um Juiz. E este lhe diz:

 “- Não é punir que é importante, mas sim corrigir. É necessário corrigir.

 (...) Compreendo agora por que o código penal Russo, que atribui parte tão importante à pena de morte, não concebe nenhum castigo cuja duração ultrapasse dez anos e admite todas as reduções desta pena. O dissidente, se tiver de ser convertido, assim o será antes dos dez anos. Para que, então, prolongar um castigo que deixa de ser eficaz? O chefe árabe, se muda de lei, é tratado “como igual”. É o próprio conceito de castigo que, na URSS, deixou de ter sentido.(...)

 E o juiz prossegue:

 - Se se trata de assustar, se os crimes comuns se multiplicam, se se trata de frear uma epidemia, então nós castigamos mais duramente. Quando um exército se desgarra, para dar o exemplo, fuzila-se. Aquele que, quinze dias antes, teria sido condenado a três anos de trabalhos forçados pagará com a vida o magro espólio recolhido num assalto. Mas freamos a epidemia e assim salvamos homens. O que nos parece imoral não é o castigar com brutalidade em casos de perigo social, mas sim, se prendemos alguém, de o prendera uma palavra. É agir como se o assassino fosse assassino em sua essência e para toda a vida, como um homem nasce escravo de sua cor. O assassino não é mais do que um homem assassinado. Corrigir, corrigir...”

 Uma visão muito interessante também da guerra civil espanhola. 

 Um livro para se entender uma época pré segunda guerra. Para entender o que sonhavam os homens daquela geração.

  Em um post anterior falei de outro livro,  "Escritos de guerra". Existem textos iguais nos dois livros. Como o "É preciso dar um sentido a vida" e sobre a guerra civil espanhola.

 Mas a visita a URSS e o primeiro capítulo, "O aviador", só aparecem nesta obra. Os demais textos estão, se não na integra, mas em versões reduzidas, também no "Escritos de guerra."

 Um livro que nos toca profundamente. 

 Se você não leu o post anterior, vale a pena dar uma olhada.

 Também recomendo:

 - O aviador
 - Correio do sul
 - Voo Noturno
 - Cidadela
 - Terra dos Homens
 - Escritos de Guerra
 - O Pequeno Príncipe

  Ótima leitura.