quinta-feira, 24 de maio de 2012

Brésil, mon Brésil Brésil ...


 Quando tinha meus 13 anos tive um sonho que nunca mais esqueci. Sonhei que todos nós falávamos todas as línguas. Isto mesmo, éramos todos poliglotas. Mas não era simplesmente saber falar todas as línguas, existiam regras de aplicabilidade para cada idioma. Não era assim, “Há hoje eu vou falar em Alemão!”. Não existia isto. As línguas tinham que ser usadas da seguinte maneira. Para uma conversa romântica, o idioma obrigatório era o Frances. “Vous êtes merveilleux. Je suis dans l'amour”. Para uma conversa técnica, sobre motores, carros, ... Tinha que ser em alemão : ” Dieses Auto ist das stärkste”. Para bate-bocas o bom e velho Italiano: “cosa pensi che questo sta ancora facendo ora stupide”. Quando a coisa ficava mais feia, ou seja, o negócio ficava Russo, o idioma era o Russo. “Вы будете делать то, что я собираюсь делать, и передача”. E por ai vai.
 Para as conversas informais era permitido o uso do idioma nativo. Esta historia agora me fez lembrar de meu professor de Literatura, Carlos Gil. Certa vez um amigo meu perguntou para ele porque nosso português era diferente do de Portugal. Nossa, foi uma verdadeira viajem...
 Você já pensou em falar uma outra língua? E se nós brasileiros, falássemos uma outra língua? Nossa língua nativa tinha que ser o Tupi-Guarani. Mas você sabia que por pouco não acabamos falando Frances?



TITULO: O Brasil na rota da navegação Francesa
AUTOR: Julio Bandeira
EDITORA: RELER
Pag.: 127. ( Sendo metade em Português e metade em Frances )

 Este livro eu ganhei quando trabalhava no Porto de Itaguaí. Na época um grande amigo, que fiz no Porto,  me “presenteou” com uma edição deste livro. Lembra daquela história das 2 colunas por página? Então, este livro é assim. Porem suas dimensões são quase de uma folha A4, o que torna a leitura bem mais agradável.
 Alem da leitura não poderia deixar de citar o maravilhoso trabalho gráfico. Impossível não se deixar encantar pela edição. Uma belíssima encadernação em capa dura, papel de impressão couche fosco. Um livro para se ter e admirar. 


  A influência Francesa em nossa cultura, e porque não dizer, em nossa história, é mostrado de forma cronológica, desde  a descoberta, passando pela independência, Jacques Cousteau’s, indo até os anos de 2004 e 2005. Um trabalho de pesquisa brilhantemente montado e escrito.
 Apesar de já estudar a história a algum tempo, lendo este livro, tomei conhecimento de coisas que foram, na época, inéditas para mim.
 O Autor consegue unir à pesquisa sócio / econômica, as curiosidades e casos da época.

 " Não é necessário passaporte para entrar no Brasil. (...) mas desembarcar no Rio de Janeiro, é preciso uma chalupa ou um escaler. (...) Não existem tarifas. Os preços variam(...). É preciso entender-se com o proprietário." 
 Edmond Garnier - 1909 

 Aos amantes da História, este livro é Obrigatório. 
 Na verdade eu diria que para todos os Brasileiros, este é um livro obrigatório.

 Ótima leitura.

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