terça-feira, 29 de maio de 2012

O Vaticano e Hitler

Como você escolhe um novo livro para ler? Indicação de um amigo? Propaganda em revistas? Internet?
 Eu costumo jogar um tema na internet e filtro os resultados. Sempre aparecem uns 3 ou 4 livros sobre o assunto. Trás ótimos resultados.
 Mas o gostoso mesmo é rodar pela livraria até que o livro me escolha. O problema é que nem sempre a esposa gosta muito da idéia de ficar um tempo rodando as prateleiras cheias de livros. Mas, em fim, quando o livro me acha inicio um ritual, para ter a certeza que era o livro que eu não esperava e que poderá me surpreender. Geralmente começo lendo a parte de trás. Depois parto para as abas. Ainda não conquistado, leio a introdução. Neste ponto já me decidi pelo livro. Poucas vezes recorro a ultima etapa do “ritual”, que consiste em abrir o livro, em uma página aleatória, e ler um parágrafo. Repito por mais 2 páginas e pronto. Esta decidido.
 Pouquíssimos livros que chegaram a esta etapa do ritual voltaram para a prateleira. Eu me lembro de um, que foi reprovado no ritual. E este não foi um livro que me escolheu. Foi um que estava decidido a comprar. Havia lido uma matéria sobre ele em uma revista e me interessei. O livro tem o título de “O Papa de Hitler” de J. Cornwell. O que me levou a não comprá-lo foi que achei o mesmo muito especulativo. Especulações respondidas com mais especulações sem muita coisa de concreto.


 Eu gosto de especulações, nos levam a pensar. Porem estas teorias tem que ter uma base concreta. Mas pelo que pude perceber, esta é baseada em um ou dois pontos e pior, percebe-se uma condução do leitor para o caminho que o autor esta especulando. Não fornece muitas outras provas para o leitor pensar a respeito e decidir-se. Bem, como disse, não li o livro, mas pelo que li na introdução e em 3 páginas abertas ao acaso, esta foi minha conclusão. Mas o assunto me deixou curioso.
 Usando o recurso da internet achei o filme “AMEM”. ( FILME )



“AMÉM”, é um filme de 2008, do diretor Costa-Gravas. Este filme é considerado mais polêmico que “Paixão de Cristo” de Mel Gibson. O Filme chegou a ser censurado na Itália. Na França, só a colocação de seu cartaz provocou protestos e processos na justiça, pelos católicos mais radicais. Como deu para perceber, este filme é dinamite pura. Fica minha recomendação.
 Só aumentou minha curiosidade. Uns 8 meses depois, andando por uma livraria, fui encontrado pelo livro:



TITULO: O Vaticano e Hitler – A condenação Secreta
AUTOR: Peter Godman
 EDITORA: Martins Fontes
 Pag.: 285

 Peter Godman é da Nova Zelândia e Prof. De literatura e língua medieval em Roma. E para minha surpresa, a introdução do livro quase que exclusivamente, se refere ao “Papa de Hitler”:
 “(...)
 O argumento da acusação, por ser simétrico, é de fácil entendimento. Em um dos lados do banco dos réus esta Hitler, culpado e condenado. Do outro lado esta o Vaticano, cúmplice de seus crimes. Mas a simetria é frágil em suas bases, visto que é construída sobre provas manipuladas para servir à polemica fácil.
(...)
Para alguns, o trabalho em arquivos empoeirados é menos atraente que a brisa fresca da especulação e o brilho  fulgurante da publicidade.(...)”

 Um dos pontos que o próprio livro cita, é o fato de que o Vaticano durante muito tempo negou o acesso aos documentos da década de 30 e 40. Desta forma pode-se tirar conclusões bizarras.
 Peter Godman faz um trabalho de pesquisa, nos levando a entender todo o mecanismos que faz funcionar o Vaticano. Como alguns podem pensar, erroneamente, Godman não tenta mostrar só o lado “certinho” deste período. Ela mostra, como PIO XI, por exemplo, promoveu uma cruzada contra os comunistas. Em 1933 ele demonstra admiração pelas ações de Hitler contra o Comunismo.
 Mas o fato é que o Vaticano, plantado no coração da Itália, governada por um dos preferidos de Hitler, com uma ameaça aos dogmas cristãos na figura de Stalin, acabou optando por um "caminho do meio". Trataram de defender os seus, ou seja os católicos. E este é um ponto de impasse. Existiriam dentro do vaticano focos “anti-semitas”?  Peter Godman nos coloca uma série de documentos, sem nos induzir a uma resposta. A decisão é do leitor.
 Fica claro pelos memorandos Papais o desagrado com relação ao Nazismo. Publicamente tentaram se manter o máximo “neutros”.
 Mas os fatos falam por si. No fim da Guerra a porta por onde os Nazistas fugiram para a America do sul, foi o Vaticano.
 Para quem quer saber mais sobre este período negro da história da humanidade é uma ótima leitura. Não é um livro de leitura fácil. Mas é um exemplo de como se deve fazer uma pesquisa investigativa e não um livro especulativo.
 Destaque aos apêndices, que reproduzem os documentos de época, inclusive em italiano, com suas respectivas traduções.
 Para saber mais:

Vale a dica do Filme, “AMÉM.”





quinta-feira, 24 de maio de 2012

Brésil, mon Brésil Brésil ...


 Quando tinha meus 13 anos tive um sonho que nunca mais esqueci. Sonhei que todos nós falávamos todas as línguas. Isto mesmo, éramos todos poliglotas. Mas não era simplesmente saber falar todas as línguas, existiam regras de aplicabilidade para cada idioma. Não era assim, “Há hoje eu vou falar em Alemão!”. Não existia isto. As línguas tinham que ser usadas da seguinte maneira. Para uma conversa romântica, o idioma obrigatório era o Frances. “Vous êtes merveilleux. Je suis dans l'amour”. Para uma conversa técnica, sobre motores, carros, ... Tinha que ser em alemão : ” Dieses Auto ist das stärkste”. Para bate-bocas o bom e velho Italiano: “cosa pensi che questo sta ancora facendo ora stupide”. Quando a coisa ficava mais feia, ou seja, o negócio ficava Russo, o idioma era o Russo. “Вы будете делать то, что я собираюсь делать, и передача”. E por ai vai.
 Para as conversas informais era permitido o uso do idioma nativo. Esta historia agora me fez lembrar de meu professor de Literatura, Carlos Gil. Certa vez um amigo meu perguntou para ele porque nosso português era diferente do de Portugal. Nossa, foi uma verdadeira viajem...
 Você já pensou em falar uma outra língua? E se nós brasileiros, falássemos uma outra língua? Nossa língua nativa tinha que ser o Tupi-Guarani. Mas você sabia que por pouco não acabamos falando Frances?



TITULO: O Brasil na rota da navegação Francesa
AUTOR: Julio Bandeira
EDITORA: RELER
Pag.: 127. ( Sendo metade em Português e metade em Frances )

 Este livro eu ganhei quando trabalhava no Porto de Itaguaí. Na época um grande amigo, que fiz no Porto,  me “presenteou” com uma edição deste livro. Lembra daquela história das 2 colunas por página? Então, este livro é assim. Porem suas dimensões são quase de uma folha A4, o que torna a leitura bem mais agradável.
 Alem da leitura não poderia deixar de citar o maravilhoso trabalho gráfico. Impossível não se deixar encantar pela edição. Uma belíssima encadernação em capa dura, papel de impressão couche fosco. Um livro para se ter e admirar. 


  A influência Francesa em nossa cultura, e porque não dizer, em nossa história, é mostrado de forma cronológica, desde  a descoberta, passando pela independência, Jacques Cousteau’s, indo até os anos de 2004 e 2005. Um trabalho de pesquisa brilhantemente montado e escrito.
 Apesar de já estudar a história a algum tempo, lendo este livro, tomei conhecimento de coisas que foram, na época, inéditas para mim.
 O Autor consegue unir à pesquisa sócio / econômica, as curiosidades e casos da época.

 " Não é necessário passaporte para entrar no Brasil. (...) mas desembarcar no Rio de Janeiro, é preciso uma chalupa ou um escaler. (...) Não existem tarifas. Os preços variam(...). É preciso entender-se com o proprietário." 
 Edmond Garnier - 1909 

 Aos amantes da História, este livro é Obrigatório. 
 Na verdade eu diria que para todos os Brasileiros, este é um livro obrigatório.

 Ótima leitura.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

"Ecos de uma vida"


Os caças da segunda Guerra mundial sempre me fascinaram. Lembro que a primeira vez que vi a foto de um Messerschmitt, ME-109 fiquei super impressionado com as linhas do avião. Logo depois conheci o P-40, o P-47, o P-51,... Todos aviões clássicos da guerra.
 Um avião que sempre me deixou impressionado foi o Focke-Wulf FW-190. Um caça alemão multifuncional, de asa baixa, de construção semimonocoque em metal, revestido em duralumínio e com superfícies de controle cobertas por tecido. Tonaria-se, ao lado do Messerschmitt Bf 109, um dos principais caças da força aérea alemã durante a Segunda Guerra Mundial, operando em todos os teatros aos quais a Luftwaffe esteve presente. Desempenhou o papel de caça de superioridade aérea, escolta e interceptação, bem como caça-bombardeiro no apoio próximo às unidades em terra.
 O P-51 construiu toda uma áurea em torno dele. Virou o grande símbolo da guerra aérea durante este período. Os caças nazistas, claro, sempre ficaram renegados a segundo plano. O motivo é simples, a história é sempre contada do ponto de vista dos vencedores. Mas para quem, assim como eu, se interessa pela história deste período, nada melhor do que poder vê-la também pelo outro lado. Mas não é fácil. Existem livros sobre os caças nazistas e Japoneses, escrito por Americanos.
 Finalmente, passeando pela internet me deparei com este livro:


TITULO: Ecos de uma vida
AUTOR: Nikolaus Von Siegert
EDITORA: Adler
Pág.: 128
 
  Este livro é uma auto biografia. Ele que foi piloto de FW-190 durante a segunda Guerra mundial. Este livro é uma grande viajem no tempo. Nos é revelado, pela visão do autor, todo o processo de treinamento dos futuros pilotos da Luftwaffe. Seus conhecimentos sobre os caças e bombardeiros aliados. Ponto excitante, a narrativa de sua experiência em combate. Infelizmente seu treinamento já se deu pelos idos de 1943. A Alemanha já sofria com os ataques aéreos e por conta da necessidade de pilotos, os treinamentos eram levados ao mínimo necessário. Por conta disto obteve apenas 3 vitórias confirmadas em sua curta carreira como piloto da caça. ( Existem informações que este número seria de 11 vitórias )



  Um relato surpreendente sobre a Alemanha pós guerra. Eu  já tinha ouvido certa vez, que aos pilotos alemãs fora oferecido uma remuneração para os mesmos lutarem contra o Japão. Nikolaus expõe esta situação, sendo confirmado para mim, o que achava tratar-se mais de uma “lenda”.
 As surpresas deste livro não terminam com o fim da guerra. Nikolaus veio para o Brasil, viveu no Rio de Janeiro e em São Paulo. Aqui no Brasil conseguiu tirar um novo Breve e pode voltar a Voar. 


  
  Nikolaus não era um Nazista, como muitos podem pensar. Era só um jovem com paixão por aviação de caça. Quis o destino que fosse Austríaco. Então para ter o seu sonho realizado foi piloto da Luftwaffe.
 Uma história de vida que com certeza agradará à todos. Sem precedentes, pelo menos até onde já pude ler sobre o assunto.
 Um livro para quem quer entender o período crítico da guerra, do ponto de vista de quem estava na Alemanha. Uma história de luta, desafios, tristezas e alegrias. Em fim, à história de uma vida. Uma vida que se encerrou em 2005.

 Ótima leitura.

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Acaso ou destino?


Destino... Você acredita em destino? Acredita que estamos pré-destinados? Que toda a nossa vida, apesar de nosso livre arbítrio, já esta traçada? E que por mais que façamos escolhas, o Universo sempre encontrará um jeito de “acertar” as coisas?
 Eu já falei um pouco deste “mecanismo Universal”, que parece sempre conduzir as coisas para um determinado fim. Obviamente que em nosso dia à dia não nos damos conta. Mas quando analisamos a história passada, notamos que alguns fatos parecem tão propositalmente inseridos que podemos, neste instante, acreditar em qualquer teoria louca da conspiração.
 Um simples ponto colocado no local errado de uma ordem, leva um exército à sua total destruição. Um barril de aguardente proporciona o iniciar de eventos que culminarão com a queda da Bastilha. Por falta de pregos, toda a brilhante e corajosa investida de um exército termina em sua destruição e uma humilhante derrota.
 Nas palavras de Eric Durschmied:
 “ Destino não é algo que se escolhe, ele simplesmente acontece e afeta a vida e a morte de um homem. O destino é um evento cuja ocorrência depende inteiramente da vontade de outras pessoas. Basta uma ordem estúpida e um homem estúpido o bastante para cumpri lá.”

 
TITULO: Fora de Controle
AUTOR: Eric Durschmied
EDITORA: Ediouro
PAG.: 430

 Este é o meu livro de cabeceira. Se você me encontrar em casa e eu não estiver lendo um livro novo, provavelmente me acharás com este livro na mão. É impossível não rele-lo.
 Neste livro, Eric Durschmied nos transporta através das principais batalhas da história. De Tróia a Guerra do Golfo, passando por Napoleão, Hitler e até pela queda do Muro de Berlin. Com sua narrativa Jornalística, ele recria todos os cenários, diálogos e acasos. Sim acasos... Pois é sobre isto que se trata a obra. Eric nos revela como o acaso e a estupidez mudaram a história do mundo.
 Eric Durschmied é jornalista historiador, que nasceu e Viena, nos anos 30. Após a segunda Guerra emigrou para o Canadá. Foi correspondente das tv’s BBC e CBS. Cobriu os conflitos no Afeganistão, Belfast, Beirute, Irã, Iraque e Vietnã. Diversas vezes premiado pelos seus trabalhos de correspondente de guerra. Vive em Paris atualmente.
 Por ter sido correspondente no Vietnã, o capitulo XV “Morte de um Homem, Vietnã, 31 de Janeiro de 1968”, é um relato em primeira pessoa, com uma narrativa empolgante e ao mesmo tempo assustadora daquele período.

 
 Alguns podem querer criticar a obra de Eric pelo mesmo tentar fazer suposições do tipo, “E se...”. Obviamente que a história não pode ser mudada, então que mal há em se fazer especulações a cerca do desenrolar dos fatos? Eu gosto deste tipo de abordagem. Nós faz refletir em como chegamos até aqui. E esta é uma questão que parece simples, mas não é. Conta-se, não sei até que ponto a história é verídica, que um grupo de cientistas foi reunido e eles tiveram como objetivo formular uma única pergunta que seria dirigida a uma entidade extraterrestre, quando ela fizesse contato. E a pergunta foi: “ Como vocês conseguiram?”
 Um livro para se ler e refletir sobre estas gerações que perderam o melhor de sua época, por conta de acasos e idiotices de alguns comandantes.

 
 A sinopse deste livro, começa assim: “ Uma visão das mais importantes batalhas de História; e você não precisa ser conhecedor da área nem temer que seja um livro árido: nada disto.” Freia ai!!! Vale aqui uma humilde opinião minha. De fato o livro em momento algum é de uma leitura árida, pelo contrário. Porém, devo discordar com relação ao que ele diz a cerca de não precisar ser um conhecedor da área. Se você não conhecer um mínimo que seja do contexto histórico no qual esta inserida a batalha, o livro pode, em alguns capítulos, se tornar “muito militar”. Vou citar um trecho para melhor compreensão:
 Cap X – Pag 227 – “ Foi tudo muito simples. Samsonov caiu na armadilha no momento em que o 2° Exército saiu de Neidenburg e atacou o centro exposto da 20° unidade alemã, (...). A linha Alemã não se rompeu. Em seguida, Samsonov viu-se no meio da artilharia cerrada das unidades de Mackense e Below, que aniquilaram o flanco direito dos Russos. Quando Samsonov tentou escapar, rumando para o noroeste com suas tropas, deu de frente com a 3° unidade de reserva, enquanto a 17° unidade se deslocava para o sul, para unir-se a 1° unidade perto da aldeia de Willenberg. A precisão da artilharia alemã, orientada por aviões, foi essencial para o êxito.”

 De certo modo é um livro que eu recomendo a todos os tipos de leitores.

Para Saber mais:
 - Enciclopédia das Guerras. – Editora MBooks
 - Filme – CRUZADA. Título original Kingdom of Heaven.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Livros com Histórias!

  Não preciso dizer que adoro livros. Adoro ir as livrarias. Uma Nobel, uma Saraiva ou uma Fnac... Posso passar horas olhando todos os livros até me decidir por um ou dois.
 Hoje é tão mais fácil achar o livro que você quer, todos estão separados por assuntos, “ AUTO-AJUDA”, “RELIGIÃO”, “DIREITO”, “HISTORIA”... Aquelas atendentes sempre atenciosas. Porem dificilmente sabem onde esta o livro que você procura, sem olhar no computador. Outro dia tive que soletrar um título para a atendente poder procurar.
 Há..., mais quando tem aqueles cafés anexos... Que maravilha poder curtir as primeiras páginas do livro, ali, na livraria mesmo, entre um gole e outro de cappuccino. Enquanto isto minha filha se delicia na mesinha rabiscando algumas folhas de A4 com lápis de cera e minha esposa desfolha uma edição de CARAS.

 
 Mas sinceramente, por melhor que seja a livraria, nenhuma delas tem aquela atmosfera dos Sebos. Aquele cheiro dos livros que foram guardados durante anos em gavetas, porões e sótãos. Não existe uma ordem para expor o livros. No máximo são separados em pilhas, por valor.
 Eu sou um apaixonado por sebos. Cresci comprando em sebos. Principalmente os do Centro do Rio de Janeiro. Rua da Carioca, Rua Sete de Setembro, Av. Rio Branco...Infelizmente não lembro o nome destes sebos. Mas quantas lembranças. Meu pai e eu pegávamos o trem bem cedo, saltávamos na Central e começava a garimpagem.
 Porque, comprar em sebo é isto mesmo, garimpagem. Quanto menor é o sebo, mais os livros são “amontoados”. Os que estão em melhor estado, ou que custam mais caro, ficam bem amostra. Mas eu gosto de “desenterrar”, (ou seria “desenlivrar”?), aqueles que ficam bem fundo na pilha, ou lá no fim da loja. Mas se você estiver atrás de um título específico, é só perguntar ao dono. Em meio aquele monte de pilhas e tabuas improvisadas de prateleiras, ele segue como se tivesse um GPS. De imediato revolve uma pilha no canto da loja, afasta uns livros para o lado e logo já esta batendo a poeira do titulo que você pediu. E quando você pergunta o preço? Pensa que ele vai a um computador, passar o scanner? Não. O valor, quando não esta escrito a lápis na contra capa, ou indicado na “seção”, é dado no olho. E sempre rola aquele “choro”, ou uma compra casada. Esta é a grande magia do sebo. Não sei se hoje ainda é assim, mas era desta forma nos anos 90.

 
Mas falando em sebo, eu não poderia deixar de registrar um sebo, se é que podemos chamar de sebo. Talvez seria melhor dizer, “um revendedor de livros usados”. Mas não é disto que se trata?  Bem..., para quem conhece Nova Iguaçu, entrando pelo beco, ao lado da praça da Liberdade, indo em direção a antiga Pernambucanas, havia um senhor que todos os dias chegava ali, com uma mala. Ele deixava a mala aberta em um lado e no outro ele dispunha os artigos para venda. Livros!! Não mais que uns 50 por vez,afinal a mala não comportava mais que isto. Aos poucos a quantidade de livros foram aumentando. Para poder dar conta ele fez um acordo com alguns lojistas que o deixavam guardar seu material nas lojas. Era um senhor de origem humilde, mas que desde cedo tomou gosto pelos livros e sempre quis trabalhar com eles. Havia lido a maioria dos livros que vendia. Citava outras obras, mesmo de autores estrangeiros. Confesso que seus preços não eram melhores que os do Centro. Mas pelo fato de saber que comprando dele o estava ajudando, valia a pena.
 Um outro sebo bem interessante, foi um que descobri por acaso, em Miguel Pereira, interior do estado do RJ. Nós estávamos passando um final de semana em Miguel Pereira, era o ano de 2003. No sábado pela manhã saímos da pousada e fomos andar pelo centro. Parei o carro em uma ladeira, ficava uma rua antes da Igreja Matriz. E esta ladeira, lembro que desembocava na rodoviária.
 Assim que saltei dei de frente com uma das já conhecidas tabuas, improvisadas de prateleiras. Nem podia acreditar. Olhei em volta para encontrar a entrada. Logo a vi, era uma destas portas de ferro, tipo de bar. Não havia muitos livros. De fato pelo que estava acostumado aos sebos do centro, podia-se dizer que este estava vazio. Mas os livros estavam em excelentes condições. Comprei um da coleção Historia Ilustrada da Renes, que estava novo. Fui andando para o fundo da loja, meu instinto para “desenlivrar” estava me conduzindo. E de fato, no fundo da loja um livro “grosso”, meio torto pelo próprio peso, me chamou atenção. “Desenlivrei” então um dos livros que mudaram totalmente alguns conceitos em minha vida. O livro não estava nos seus melhores dias, a capa estava bem gasta, mas não soltava página, então deveriam estar todas ali. Este livro era a Biografia de Bader, conhecido como o “piloto sem pernas”. Vou falar deste livro em um próximo Post. È simplesmente arrebatador.
 Meu ultimo contato com sebo foi em 2004, ano de meu casamento. Só que ao invés de comprar, fui para vender. Eu tinha muitas revistas, havia coleções de SUPERINTERESSANTE, ASAS, FLAP INTERNACIONAL, SKYDIVE... Lotei a mala do carro. Não tinha como levar para a minha casa e também não achava justo deixá-las para as traças. Consegui R$150,00 por tudo. Pagou a Gasolina da Lua de Mel.
 Bem agora os livros são comprados pela internet, baixamos e-books ou vamos a uma livraria no shopping. Mas nada chega perto do clima bucólico de um sebo. 

 
Acho que vou colar um adesivo no carro, “ Operação comprem livros nos sebos EU APOIO”

 Ótimas leituras.


domingo, 13 de maio de 2012

Separando o Homem do Mito.


Sabe aquele livro que você comprou a um tempo atrás, começou a ler, mas "empacou" e desistiu de ler? Bem, quem costuma comprar livros sistematicamente com certeza deve ter uns 2 ou 3 destes parados na estante.
 Entre os anos 1992 e 1995, foi o período em que eu mais comprei livros. Meu Pai me levava nos sebos do Centro do Rio de Janeiro, onde costumava trocar os livros que meus pais recebiam das editoras, por outros livros. Costumava também vender e usar o dinheiro para comprar livros onde não podia trocá-los.
 Alias, esqueci de mencionar, meus pais são professores, então todo ano eles recebiam uma enxurrada de livros das editoras.
 Depois que entrei para a faculdade de Engenharia tive que dar uma parada e me dedicar aos estudos. Gradativamente fui arrumando meus livros de modo a abrir espaço para as apostilas e livros de engenharia. E me deparei com uns 5 livros que estavam “empacados”.   Lembro-me que dois destes eu descartei e já coloquei no bolo de “futuras trocas”. Os outros 3 eram “interessantes” e mereciam uma atenção especial. Decidi que só compraria outros livros quando terminasse de ler aqueles. Afinal não seria justo deixar aqueles livros ali, sem serem totalmente lidos. Precisava entender porque não havia terminado de ler e superar estes motivos. Veio então a grande surpresa. O livro era muito melhor do que lembrará.



TITULO: NAPOLEÃO. O retrato do Homem.
AUTOR: Gastón Bonheur
TRADUTOR: Cel. Job Lorena de Sant’Anna
TITULO ORIGINAL: Qui êtes-vous, Napoléon?
EDITORA: Bibliex
138 Paginas.

Um pouco sobre o autor: Gastón Bonheur, nascido 27 de novembro de 1913 em Belvianes (Aude), morreu em 04 setembro 1980 em Montpellier (Hérault), foi um jornalista e um escritor francês.
Antes disto foi um poeta. Fundou a revista Choc surrealista.
 Após sua breve estada em meio aos poetas, ele então se dirige para o jornalismo. Ele foi contratado por Pierre Lazareff como repórter em um jornal o Paris-Soir .
. Em 1947 , ele foi editor do semanário Paris Match .

 A atenção para este livro se inicia aos detalhes. Totalmente impresso em Papel couché. Merecia uma capa dura, porém o trabalho gráfico em capa de papel cartão não fica muito ruim. O livro é ricamente ilustrado com reproduções de pinturas da época, detalhadamente explicadas ao fim do livro, nas referencias Iconográficas. Neste momento alguém pode se perguntar, então porque, diante de tantos elogios ao livro, empacou na primeira vez que leu?

 O livro tem uma característica de impressão que eu não gosto muito, duas colunas por folha. Quando o livro é impresso em formato grande, onde cada página tem quase o tamanho de uma folha de A4, duas colunas por folha não é problema. Porem em livros como este, onde a página não tem mais que 13cm, cada coluna fica com uns 5cm. São menos de 6 palavras por linha. Torna a leitura cansativa.

 E um, digamos, pré-requisito para ler este livro, é conhecer o fato histórico chamado “Revolução Francesa”. Assistir o filme Dantom, O processo da revolução, com Gérard Depardieu, também pode ajudar a “desempacar” em alguns momentos. Claro que as notas de pé de página ajudam, porem as mesmas faltam em alguns momentos.

 Quanto a narrativa de Gastón Bonheur, ela tem um ritmo de documentário, não como os exibidos na Discovery, ou History. Mas como os exibidos pela TV Escola. Quem acompanhou a série de documentários sobre os Césares, saberá a que estilo estou me referindo.

 Livros sobre Napoleão, existem mais de quatrocentos mil. Autores dos mais variados exploram suas Batalhas, suas brilhantes estratégias, seus erros e principalmente sobre A Batalha de Waterloo. Mas a proposta de Gastón Bonheur é mostrar os hábitos caseiros de Napoleão, costumes pessoais, nas simplicidades de seus gostos, suas paixões... Em fim, mostrar que Napoleão foi um homem como outros de seu tempo.

 Nas palavras de Austregésilo de Athayde, Presidente da Academia Brasileira de Letras:

 “ Nenhuma outra das valorosas personagens da história do mundo foi o artífice de sua própria vida nas dimensões em que Napoleão a concebeu e realizou. Por isso não será esquecido e à medida que o tempo o distancia, a história da sua existência sai da laboriosa esfera dos pesquisadores realistas para o plano da poesia, tamanho é o fantástico da sorte desse homem, de quem o Visconde de Chateaubriand, que o adulou e combateu, disse ter sido a maior força que jamais se uniu à argila humana.”

  Para quem gosta da psicologia, fica muito fácil, com a leitura deste livro, entender, pelo homem, as ações do mito Napoleão.

 O livro também nos proporciona um belo retrato da época, como neste trecho:

 “Os quatro viajantes desembarcaram do patacho do sul em meados de 1795. Encontraram uma Paris escandalosa, frívola, devassa, de “maravilhosas” e “incríveis”, embelezada com as castanheiras em flor. (...)”

“(...)  Paris, brutalmente curada dos males do terror, agora o amor esta na ordem do dia. O verão permite todas as audácias. As “maravilhosas” estão praticamente nuas sob as túnicas de musselina, à antiga. São chamadas as “sem-camisas”.

 Faz-nos entender melhor aquela época e como Paris se tornou o “centro do mundo”, ditando a moda para o resto dele.

 Gastón Bonheur consegue humanizar a cena imortal da coroação. Arrancando toda a lenda, apagando todas as luzes, simplesmente humanizando o ato:

“(...)Todos os olhares estão dirigidos para a coroa, para o poder, exceto o de um capuchinho barbudo e o do Papa que se dirigem para a pecadora de pálpebras baixas. (...). Agora, depois de coroá-la Imperatriz, ele próprio se coroa, num gesto que teria sido grande, se não tivesse os braços tão curtos e os ombros tolhidos por um manto de veludo vermelho e de arminho, adornado com abelhas de ouro.(...)”

 Quando eu leio a história de vultos do naipe de Napoleão é, para mim, impossível não surpreende-se com os acasos do destino que o conduzem à no fim ser quem a história o eternizou. Eu gosto muito de estudar estas “interações” e a forma como o universo parece conspirar para um determinado fim. Este livro fornece bastante material para este tipo de reflexão.

“ Jamais, jamais mortal subiu tão alto!

Ele foi o primeiro sobre a terra,

Só, ele brilha sobranceiro a tudo,

Como sobre a coluna de Vedôme

Sua estatua de bronze ao céu se eleva;

Acima dele, Deus, - Deus tão-somente;

Da liberdade foi o mensageiro;

Sua espada, cometa dos tiranos,

Foi o sol que guiou a humanidade.

Nós, um bem lhe devemos, que gozamos;

E a geração futura, agradecida,

Napoleão dirá, cheia de assombro.”

Domingos de Magalhães

 

 

 Professores e amantes da História, este é um livro obrigatório.

 Aqueles que estudam a Revolução Francesa, necessário.

 Aqueles leitores casuais que querem entender Napoleão, apenas recomendo, se obedecerem aos Pré requisitos.

 

Para saber mais:

 FILME: Danton - O Processo da Revolução

FILME: NAPOLEON BONAPARTE.

FILME: O CONDE DE MONTE CRISTO.

Livro - A Batalha de Waterloo - A Última Jogada de Napoleão - Coleção Fazendo História
 Autor: Roberts, Andrew
 Editora: Ediouro RJ

  Ótima leitura.


quinta-feira, 10 de maio de 2012

Qual foi o primeiro livro que você comprou?


Em fóruns sobre livros, é comum perguntas do tipo:
 “- Qual livro você mais gostou de ler? Ou;”
“ - Qual foi o primeiro livro que você leu?, ainda;”
“ - Qual o seu livro de cabeceira?”

 Eu penso na seguinte pergunta:

 - Qual foi o primeiro livro que você comprou?

 Entenda, que o ato de ir deliberadamente a uma loja e comprar um livro é infinitamente superior a você ganhar um livro. Mesmo que este fosse objeto de desejo.
 Hoje eu fiz esta pergunta a 2 pessoas e os olhos delas brilharam ao recordar o ocorrido.

 Como disse, cresci em meio a livros, mas ainda não tinha comprado o “meu livro”. Minha mãe sempre me dava livrinhos da coleção vaga-lume, que eu devorava no mesmo dia.
 Eu devia ter uns 11, 12 anos na época, havia juntado um dinheiro e pedi para que meu Pai me levasse para comprar um livro. Ele me levou então para o centro do Rio de Janeiro, Palácio Duque de Caxias, BIBLIEX, para quem não conhece, Biblioteca do Exercito. Meus olhos deviam brilhar. Eu já lia os livros da Bibliex desde meus 7 anos.
  Assim que entrei fiquei perdido, eram muitas opções. Até que vi um livro, estava em uma arara, abaixo do balcão. Sua capa trazia um P-47 subindo com uma enorme explosão logo atrás e o título em cima, “SENTA A PUA !”. 




 Titulo: Senta a Pua!
 Autor: Rui Moreira Lima
 .Editora: Bibliex
. 451 páginas

 O livro narra a história da participação da Força Aérea Brasileira na campanha da Itália. Integravam o 350Th Fighter Group da Força Aérea Americana. No total o 1° Grupo de aviação de caça executou 445 missões em território inimigo.
 Toda a história é contada do ponto de vista do Autor,e ai vale um parênteses sobre o autor:
 Rui Barbosa Moreira Lima, natural de Colinas, nascido em 12/06/1919. Foi o piloto de combate da esquadrilha verde no 1° Grupo de Aviação de Caça (GAvCa) da Força Aérea Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. Durante o combate, executou 94 missões. A primeira aconteceu no dia 6/11/44 e a última em 1/05/45. Basicamente a missão do 1ºGpAvCa era a de caça-bombardeiro, e missões de reconhecimento armado e interdição, em suporte ao 5º Exército Norte-Americano, ao qual a Força Expedicionária Brasileira estava ligada.
 A narrativa é enriquecida com depoimentos dos pilotos que foram derrubados e que ou foram presos ou conseguiram, de maneira cinematográfica, retornar as linhas amigas. Tudo temperado pela mão do autor.

 Nas palavras do então Ministro da Aeronáutica, Délio Jardim de Mattos:
“(...) Entendemos a obra, acima do valor literário, como um sério trabalho de reconstituição histórica, onde a riqueza de detalhes é a Tonica, e o respeito, aos companheiros que tombaram, sua maior virtude.(...)”
 É até interessante falar deste livro agora, pois o mesmo foi relançado pela Action Editora.


 Não vou aqui me delongar mais sobre o que foi o 1°Grupo de caça, ou sobre sua participação na guerra. Existem milhares de sites, Blogs,... sobre estes assuntos. Vou me ater ao livro em si.
 Para quem iniciar a leitura, percebe logo que os primeiros capítulos são de um cunho militar bem específico. Para quem não esta acostumado, pode chegar a desanimar. Vai uma dica, comece a ler pelo capitulo V, depois de um tempo, já familiarizado com o estilo do livro, alguns termos, volte e leia os primeiros capítulos.
 Um ponto que acho interessante no livro, é que, da forma em que foi editado, parece vários livros dentro de um só. Isto se deve ao fato de Rui M. Lima fazer de cada capítulo, um livrinho a parte, sobre cada membro do 1° Grupo de caça. E ele o faz de forma tão calorosa, que chega a monopolizar a atenção.
 Alguns destaques que gostaria de fazer:
 - Ao longo dos relatos de vida dos pilotos que foram abatidos e conseguiram voltar as linhas amigas, ficamos conhecendo um pouco do comportamento dos Partisans. A resistência Italiana. Conhece-se um pouco de seus métodos de operação, sua estrutura e todo o lado humano que aflora em situações no qual o homem é colocado de frente a situações de vida ou morte.
 Os relatos dos pilotos feitos prisioneiros pelos alemães, nos fornece um cenário incrível sobre os campos de prisioneiros, suas interações, seus sonhos e esperanças. Em confronto a situação de reclusão junto a outras culturas, porem com objetivos iguais.
 Para quem estuda a História da Segunda Guerra, é um livro obrigatório. Estudantes de história em geral, necessário.
 Falar em História, permita-me narrar uma situação bem inusitada ocorrida com este que hora escreve e no qual este livro teve uma certa participação.
 Era 1994, eu estava no 2° ano do 2° Grau. Já havia lido este livro umas 2 ou 3 vezes.
 O Prof° de história do Brasil estava lecionando sobre a era Vargas e a Segunda Guerra. De repente ele começou a falar da “vergonha” que o Brasil passou na Guerra, mal preparados, mal equipados. Que os aviões não passavam de velhos teco-tecos... Nesta hora eu não me contive e explodi. Afinal de contas eu lia sobre o conflito desde meus 8 anos. Sabia identificar qualquer aeronave e conhecia muito do P-47. Eu lembro que despejei tudo em cima dele. Na hora ele apontou o dedo para mim e disse que minha opinião não havia sido pedida. Eu então respondi que não era minha opinião, mas sim fatos históricos. E que opinião era o que ele havia dito e por sinal totalmente errada. Foi a gota d’água, fui expulso da sala.
 No ano seguinte, já no 3° ano, o outro professor, de história Geral, me convidou a dar uma aula sobre a Segunda Guerra para o Pré-vestibular. Assim é vida.

  Continuando... Para quem curte aviação não deve faltar na prateleira. 

 O Bial que me desculpe, mas os pilotos do 1° Gavca sim, foram os verdadeiros herois. 

 Boa leitura e até a próxima.

 Para saber mais, recomendo os seguintes livros:
L.F. Perdigão, "Missão de Guerra", Biblioteca do Exército-Editora, Rio de Janeiro, 1958.
C. Lorch, "A Caça Brasileira - nascida em combate", Action Editora, Rio de Janeiro, 1993.

  Para "degustação":
 As duas ultimas prateleiras da minha estante. Esta estante é bem legal, depois coloco mais fotos dela. A historia dela é a seguinte, quando casei, minha esposa não me deixou levar todos os livros que já tinha, eram em torno de 500, só a coleção da Renes são 120 volumes. Então tive que deixar 70% na casa dos meus pais. Como a casa é de dois quartos, montamos um escritório no segundo quarto.
 Bem, depois de 4 anos de casado nossa princesinha nasceu e perdi o escritório, que deu lugar ao quarto da “Rapunzel”. Então fizemos esta estante, embutida na escada, com uma profundidade que  comporta duas fileiras de livros, uma atrás e outra na frente. Hoje com sete anos de casado, já estou sem espaço. Alguma ideia?

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Agora sou Blogueiro


Lembro-me ainda hoje do primeiro livro que li, chamava-se, “Novas dimensões da história militar” de RUSSEL F. WEIGLEY. Eu tinha 7 anos.
 Cresci em meio a muitos livros. Principalmente os de cunho militar. Não, meus pais não eram militares, nem ninguém da minha família. Porem meu pai gostava das coleções da Bibliex. Isto obviamente acabou “moldando” meus gostos literários, pelo menos até os 17 anos.
 Desde então costumo ler uma média de 18 à 20 livros por ano. Quantos livros já li? Parei de catalogar quando cheguei aos 436 títulos. E o numero vem subindo. Ano passado minha média foi de 3,5 livros por mês. Alguns costumo ler 2 ou 3 vezes.
 Gosto de conversar sobre eles, sobre suas idéias, sobre as interações humanas... Por conta disto, um amigo me convenceu a iniciar este blog. Onde pretendo mostrar o que pode ser extraído do livro. Onde buscar mais informações sobre determinado assunto. Entender, muitas das vezes, porque determinado autor dirigi suas idéias em um sentido. Ou, no fim, pelo menos indicar uma boa próxima leitura.
 

Pesquisar este blog